sábado, 28 de fevereiro de 2009
Artigo - Luís Fernando Veríssimo
Muito melhor do que viver amargo, discutindo, "atirando" pra todo o lado... coisa de gente mal resolvida.
Aí, como estou digitando apenas com uma mão por causa do acidente e dá uma preguiiiça, às vezes, fazê-lo, vou mostrar uma do LF Veríssimo que recebi por e-mail (da minha mãe) e que me fez dar boas risadas.
O bom de ter um blog assim, diversificado, é que dá para trazer coisas boas, de bom astral. Curta você também...
Quem aguenta tudo isso?
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C.
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água.
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma Aspirina, previne infarto.
Uma taça de vinho tinto também.
Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso.
Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra.
Muita, muitíssima fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada.
Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia.
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer.
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo.
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina.
Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução.
Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação.
Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!!
Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos e seus pais.
Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal...
Tchau....
Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Cotidiano - Blumenau, 25.02.2009
ITALIANA
Todo mundo tem direito sobre a vida dos outros, não é mesmo? Na Itália, não queriam deixar Eluana Englaro morrer em paz, depois de 17 anos de vida vegetativa. Virou caso de governo. A imprensa ainda fala do assunto. Parece que todos têm direito de intervir na vida dela, na minha, na sua... deve ser efeito BBB.
ENQUANTO ISSO…
Na Suíça, a brasileira que chamou atenção do mundo dizendo ter sido atacada por neo-nazistas continua na mídia. Depois de ter confessado que tudo era mentira na polícia, agora instruída por seu advogado, não confirmou a confissão em qualquer outro depoimento. Enquanto isso, o Brasil fica na mira dos europeus, que já não são chegados a estrangeiros.
NACIONAIS
CARNAFOBIA
Acabou o carnaval e com ele o drama de quem não tem tevê a cabo. Nem os telejornais escapam da folia, para muitos, fobia. Nunca os Criminal Minds da vida foram tão bem vindos. Muitos alegam, no entanto, que o show de “abundância” vale a pena. Particularmente prefiro corpos cheirosos ao suados. Mas dizem que gosto não se discute... fazer o quê?
BRASÍLIAFOLIA
Depois do “resultado oficial”, transmitido ao vivo para todo o Brasil, mas que só interessa às escolas de samba locais e suas torcidas, voltaremos a ter folia só em Brasília. Aliás, turisticamente a capital federal poderia utilizar este nome: “Capital Nacional da Folia e do Brasil”, não?
Só concorrerá com Salvador, Bahia, onde nunca se sabe quando acaba e quando começa o próximo carnaval.
LOCAIS
QUE BONZINHOS!
Nunca se recebeu tantos e-mails de instituições financeiras querendo atualizar cadastro via internet. Bradesco, Itaú, Caixa, etc, etc... Todos os bancos estão imensamente preocupados com nossos dados, nossas contas e nosso bem estar. Este golpe de hackers só não cola porque qualquer cliente sabe que é atenção demais pra ser verdade.
O interessante é que a gente recebe e-mail para atualização de cadastro até em banco que não tem conta.
HOTEL
Ninguém me diz que, com o número de fugas e recapturas do presídio de Blumenau, os detentos que fogem ou voltam por livre e espontânea vontade (fato que ocorreu há alguns dias) ou facilitam ser recapturados. Afinal, chamam o local de “hotel da General Osório”...
Sugiro dar uns dois dias de folga por semana para que eles saiam, em rodízio, talvez no final de semana ou em dias de jogo do Metropolitano. Assim, acaba-se com essas notícias negativas de fuga a toda hora.
OLHEIROS
Por falar em bancos e em presídio, como aumentou na última semana o número de pessoas assaltadas por motoqueiros depois de deixarem as agências bancárias, não? Também pode se debitar isso no “efeito FGTS”. Os malandros estão de olho nos menos cuidadosos.
SOM NAS RUAS
Os carros de som estão exagerando na dose. E a coisa tá virando zona. Supermercados, lojas de eletrodomésticos, de roupas e até igrejas estão utilizando deste veículo de incomodação para anunciar seus produtos, em (muito) alto e mau som. Como a fiscalização não funciona, fica a dica para os anunciantes: isso irrita tanto, que perde muito mais clientes do que ganha.
FUTEBOL NA RIC
Quando houve aquela disputa entre RBS e RIC/Record pelo Campeonato Catarinense deste ano, na maior trapalhada cometida pelo presidente da FCF Delfim Peixoto, fiquei curioso com a alegação de que o nível das transmissões pela RIC era ruim. Tenho acompanhado alguns jogos ao vivo – o último deles entre Atlético Tubarão e Figueirense.
A verdade é que o nível da transmissão está muito, mas muito acima do nível do futebol jogado em SC, que é ruim. Neste jogo em especial, péssimo.
METRÔ
Depois da arrancada de sábado (3 x 0 no Marcílio), a expectativa é toda pro jogo de hoje à noite, no retorno ao Sesi. Que vença para o bem de todos. E para que os corneteiros não digam que o Metropolitano só joga em ritmo de carnaval...
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Cotidiano - Especial coluna Tonet
Não me contive. Selecionei algumas notas de suas quase 50 colunas já escritas ali – geralmente as que me fizeram rir – e colei aí embaixo. Ah! Pedi vênia ao autor. Fazer críticas sem ser ranzinza, mantendo o bom humor e a picardia, é arte que merece destaque.
[edição 201]
Pense grande
J. Bernardes apresenta na TV Galega o programa Novo Tempo. A sinopse diz que “o programa fala de religião, tendências filosóficas, parapsicologia, política e outros assuntos”. Bacana, né? Na última terça-feira à noite, J. Bernardes me deu um susto. Referindo-se às eleições, passou uma mensagem edificante aos telespectadores: “Não se venda por qualquer merdinha”. Quase caí da cadeira. Estava pensando em me vender por um caminhão de brita. Uma merdinha. Mas o conselho de J. Bernardes me levou a uma profunda reflexão. Decidi pensar grande. Vou pedir também uma dentadura, uma receita de óculos e pelo menos dois sacos de cimento.
[edição 205]
Como salvar Blumenau
Andei vendo na TV que em 2050 o degelo das calotas polares poderá causar verdadeiras catástrofes. Mas não se preocupe. Já tenho a solução para salvar Blumenau. Vou propor a construção de um dique na divisa com Gaspar. Isso vai nos proteger quando o nível do mar subir. De imediato, teremos duas grandes vantagens. Não vamos mais enfrentar o caos do trânsito gasparense para ir à praia e o mar vai estar bem mais perto. Vamos economizar tempo e dinheiro. Claro, precisamos tomar o cuidado de salvar aquelas vendinhas de caldo de cana e pastel.
[edição 208]
Abandonado
Uma vez ouvi o Guido Heuer explicando que o monumento da Ponte do Tamarindo aponta para a região Norte da cidade porque lá está o futuro, o crescimento, o desenvolvimento. Moro na Velha. Fui pra casa me sentindo triste, abandonado, sem rumo na vida. Sentei na calçada e chorei copiosamente abraçado ao meu cachorro. Eis que agora o Guido faz o monumento da praça das Gaitas Hering também de costas para o bairro da Velha, apontando pro outro lado do rio. Acho que ele quer que eu corte os pulsos.
[edição 213]
Seleção de frases
Eu me dei ao trabalho de anotar três frases antológicas (antológicas, como você sabe, são coisas produzidas pelas antas) ditas por jornalistas e jogadores logo depois do jogo da Seleção, na quarta-feira: – Estava cansado e pedi para entrar um jogador mais fresco (Robinho, ao ser substituído). Achei uma boa idéia. Só não sei qual os critérios usados pelo Dunga para decidir quem era o mais fresco disponível no banco. – Não foi fácil penetrar o adversário (Dunga, na coletiva). Tenho uma sugestão para o Dunga facilitar a penetração. Basta que jogue vários sabonetes na intermediária do campo adversário, entrando pelo meio assim que os jogadores começarem a juntá-los. – Os próximos jogos serão com o Equador fora e o Peru dentro. (Cícero Melo, repórter da ESPN). Sinceramente, acho que vai ser muito mais complicado jogar com o Peru dentro do que com o Equador fora, apesar do retrospecto das duas equipes.
[edição 217]
Conservando o verde
Traficante de Blumenau foi preso com mais de um quilo de maconha escondido no freezer. Resta saber se ele era honesto o suficiente para descontar o peso do gelo na hora de repassar o produto para a seleta e exigente clientela.
[edição 218]
Nosso futuro em xeque
A partir de hoje, o mundo não será o mesmo. Não. Não estou me referindo à eleição americana. É que o governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, editou uma portaria determinando níveis de dosagem e materiais a serem usados na correta elaboração da caipirinha. A norma servirá para definir o que realmente é uma caipirinha e regula até mesmo o tipo de açúcar e a proporção de limão a serem usados na bebida. A portaria tem alcance nacional e internacional.
[edição 218]
Tome cuidado
Quanto ao Brasil, não haverá problemas. Temos um eficientíssimo sistema público de fiscalização. Se você colocar duas doses a mais de açúcar na caipira, fiscais especialmente treinados pularão para dentro do seu quintal, dominando o seu cachorro com técnicas ninjas. De início, apenas alertarão e o ensinarão a fazer a caipira do jeito certo. Na reincidência, você poderá ser preso por crime inafiançável. Os seus limões e a sua garrafa de Velho Barreiro serão sumariamente confiscados
[edição 220]
Obama, um brasileiro
Deu na “Veja”: durante a campanha, num rápido encontro com diplomatas brasileiros, Obama, em tom de brincadeira, passou a mão no braço, mostrando sua pele negra e disse que era um pouco brasileiro. Eu fiz o mesmo. Passei a mão na minha pele e senti que sou um pouco norte-americano. Vou ligar para o Obama hoje mesmo. Talvez ele aceite trocar de lugar comigo.
[edição 220]
Reza brava
Diante tantas desgraças relatadas diariamente pelas emissoras de rádio, começo a achar que o problema da saúde não poderá ser resolvido apenas com investimentos em estrutura. A Prefeitura precisa urgentemente criar uma nova secretaria: a Secretaria Municipal da Benzedeira.
[edição 223]
Consolo
O mundo vive situações especialmente trágicas, como a crise financeira internacional, a guerra do Iraque e a não-reeleição do vereador Gaspar. Mas ainda há motivo para júbilo. Começou a nova temporada do House. Todas as quintas, às 23h, no Universal Channel.
[edição 226]
Warning
Ao final do programa ‘Caravana dos Sonhos’, a TV Galega exibe um alerta de que a atração é um programa independente, com conteúdo de responsabilidade dos produtores. É bom avisar mesmo. Costumam ocorrer coisas estranhas por lá. De vez em quando a apresentadora Nilda Cardoso começa a pular e a gritar descontroladamente e diz coisas desconexas. Quando isso acontece, pulo do sofá e quase morro de susto. O meu cachorro acorda apavorado e corre para debaixo da mesa.
[edição 228]
Meu drama pessoal
Era domingo pela manhã. Minha mulher me deu uma lista de compras e mandou que fosse ao supermercado. O primeiro dos itens era sorvete. Ao entrar no supermercado, fui direto a ele. Levei mais 27 minutos para encontrar o restante dos produtos, entre eles o maldito papel-alumínio, um item que me era completamente desconhecido e que exigiu de mim uma imensa prova de superação. Na hora de pagar, o sorvete estava praticamente derretido. A moça do caixa teve que enxugar tudo. Em casa, levei bronca da mulher e dos filhos. Minha empregada passou a me encarar com um indisfarçável ar de superioridade.
[edição 228]
A volta por cima
Mas não há de ser nada. Nessas horas, é preciso reunir forças e transformar a tragédia em aprendizado. Por isso, meu amigo, quando a sua mulher ordenar a você que vá ao supermercado com uma lista que inclua sorvete, deixe para comprá-lo por último. Pessoalmente, já estou me recuperando. Resta-me ainda superar uma única seqüela: todas as vezes que passeio pelo quintal, o papagaio do vizinho irrompe em incontidas risadas.
[edição 228]
Eduardo, Marlon e eu
Esses hackers são mesmo uma gracinha. Antes, mandavam e-mails assinados por beldades como Rosinha, Aninha e Lu. Elas pediam para que abrisse fotos de nossos momentos íntimos. Agora, inventaram um tal de Eduardo. O Eduardo, aliás, vive me mandando e-mails com frases do tipo “Cheguei em casa agora e já tirei da máquina as fotos da nossa noite maravilhosa...”. O Eduardo é persistente e geralmente termina as mensagens assim: “Te adoro meu tesão... espero você no sábado... pra a gente ir pro motelzinho”. Confesso que já estava me apaixonando pelo Eduardão. Mas num dos e-mails ele faz a seguinte confissão: “Se o Marlon descobre que estou saindo com você... meu deus, acho que ele me mata, e te mata também”. Achei demais. Pensava que era o único na vida do Eduardo. Mas o aparecimento do Marlon foi um baque emocional muito grande. Voltei a ler somente os e-mails de Rosinha, Aninha e Lu.
[edição 233]
Minha nova carreira
A revista Fortune publicou uma lista com as 15 modelos mais bem pagas do mundo. Entre as cinco primeiras, três são brasileiras. A primeira colocada no ranking mundial é a Gisele Bündchen. As outras duas eu não lembro. Fortune diz que Gisele faturou US$ 33 milhões no ano passado. Amanhã mesmo pegarei um ônibus com destino a São Paulo. Vou madrugar na fila do Consulado dos Estados Unidos. Quero um visto de trabalho. Estou decidido a começar uma carreira de modelo masculino por lá. Talvez convide o Paulo França e o vereador João Marçal para irem comigo. Com nosso porte físico e irresistível sex appeal, calculo que podemos chegar ao topo da lista em, no máximo, dois anos.
[edição 237]
Protesto inteligente (2)
Para protestar contra uma revista que a teria ofendido, a atriz Paula Burlamaqui tirou a roupa frente às câmeras, num vídeo que está bombando na Internet. Talvez seja uma boa idéia para vereadores blumenauenses que queiram chamar atenção. Mas cuidado: o vereador deve ficar pelado somente se estiver na frente de uma câmera de TV. No estúdio da Rádio Nereu, por exemplo, ninguém vai ver. Só o Jorge Theiss.
[edição 237]
Fórmula 1 em Blumenau
Estou à procura de alguém que saiba inglês fluentemente. Preciso traduzir uma carta que vou mandar para a FIA, a Federação Internacional de Automobilismo. Quero convencê-la a transferir as provas de Fórmula 1 para Blumenau. Temos aqui uma pista bem melhor que a de Interlagos. É a rua João Pessoa. Nunca vi tantos motoristas correndo tanto durante o tempo todo num lugar com tantas curvas. É um assombro. Sei disso porque frequentemente preciso estacionar por lá, um pouco antes do trevo com a rua 7 de Setembro. Sou obrigado a sair rápido. Para retirar minha pasta com o notebook, tenho que me refugiar na calçada, abrindo a porta do passageiro. Se demorar alguns segundos a mais, alguém arranca a minha porta e as minhas pernas.
[edição 238]
Adiós, muchachos
Lá vamos nós de novo com aquela lenga-lenga de sempre dos índios de Ibirama. Agora estão trancando as estradas. Tenho uma sugestão aos movimentos sociais que apóiam tais iniciativas. Deveriam levar todos os índios para Cuba. Lá, eles teriam um fantástico programa de saúde. Teriam comida abundante e excelentes escolas. Teriam tudo de graça. Todos virariam médicos e engenheiros. Aumentariam o nível cultural assistindo pela TV estatal às reprises daqueles maravilhosos discursos do Fidel durante sete ou oito horas por dia. De quebra, viveriam em permanente contato com o Maradona e o Hugo Chaves. Um paraíso sobre a terra. Não sei porque ainda estão por aqui, neste inferno calorento, cheio de urtiga e pernilongo, cercados de alemães e italianos chatos por todos os lados.
[edição 238]
Hasta la vista, baby
Você deve estar pensando que sou preconceituoso, que quero me livrar dos índios. Não é verdade. Quero que eles voltem. Raciocine comigo: depois de receberem educação de alto nível, de serem beneficiados com toda a inclusão social de Cuba, os índios voltarão para cá em melhores condições de vida. Serão nossos médicos. Um deles será técnico do Metropolitano. E será campeão invicto. O DEM poderá colocar um deles no lugar do Jovino. Ficaremos maravilhados. Todo mundo vai virar comunista. Até eu,você, o Deusdith e o Ulrich Kuhn. O Brasil viverá, então, uma revolução proletária plena.
[edição 241]
Sociologia básica
Vamos agora a uma aulinha de sociologia básica. São sete os espectros da ideologia política. No meio, temos o centro. De um lado, temos centro direita, direita e extrema direita. Dou outro, temos centro esquerda, esquerda e extrema esquerda. Com base na disposição dos vereadores no plenário, produzi uma tabela de posicionamentos ideológicos que resultou na seguinte classificação (não estão incluídos os quadro vereadores da Mesa):
GRADUAÇÃO IDEOLÓGICA DA CÂMARA DE BLUMENAU:
Projeção hipotética realizada a partir das ideias defendidas pelo vereador Vanderlei.
VEREADOR IDEOLOGIA
Deusdith de Souza (PP) Extrema esquerda
Zeca Bombeiro (PDT) Esquerda
Vanderlei de Oliveira (PT) Esquerda
Vânio Salm (PT) Centro esquerda
Helenice Luchetta (PSDB) Centro esquerda
Napoleão Bernardes (PSDB) Centro
Marco A. Wanrowsky (PSDB) Centro direita
Marcelo Schrubbe (D25) Centro direita
Norma Dickmann (D25) Direita
Antônio Veneza (D25) Direita
Jovino (D25) Extrema direita
Fonte: eu mesmo.
[edição 242]
Boicote
Um cidadão blumenauense criou uma comunidade no Orkut conclamando o povo a boicotar o transporte público de Blumenau. Uma absoluta perda de tempo. Ou você acha que alguém vai andar a pé da Itoupavazinha até o centro com o único objetivo de protestar?
Sobrou até uma para mim:
[edição 221]
Literatura erudita
Acabo de ler de uma só tragada as 446 deliciosas páginas da biografia do Slash, autorizada e escrita por ele mesmo. “Slash“ é um bom presente de final de ano para você ou para outrem. Ideal para ser lido ao lado de doses duplas do seu scoth favorito. Izzy, Duff e Alx também lhe farão companhia. Meu caro Fabrício Wolff, se você estiver me lendo, vai nessa que eu garanto.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Cotidiano - Blumenau, 18.02.2009
CORRENDO O RISCO
Eu, assim como todo mundo que dedica uns minutinhos (ou horas) à internet diariamente, recebi e-mail sobre a ativista pacifista Rachel Corrie – veio com o título/assunto "Isto não apareceu na tevê". Uma jovem norte-americana que resolveu passar da teoria à ação e se meteu na faixa de Gaza. Acabou morta por um tanque de guerra ao tentar impedir com o próprio corpo a passagem do veículo que destruiria casas de palestinos na região.
A cena é cruel, mas demonstra que o mundo é feito de causa e conseqüência. Apesar de sua boa intenção, colocou a própria vida em risco. Não quero parecer frio e calculista, mas não há do que reclamar. Na vida, se faz opções, se escolhe caminhos e se arca com as conseqüências dessas escolhas.
NACIONAIS
NOS TRINQUES
Muita gente reclama que os brasileiros são campeões em usar termos ingleses incorporados à nossa língua, o que é uma vergonha para nossa soberania. Pois as mulheres brasileiras incorporaram outro americanismo: peitões. No Brasil foram feitas 629 mil operações plásticas em 2008. 21% delas foram correções de seios, que pela primeira vez superou as lipoaspirações, há muito campeãs de preferência, que ficaram com 20% do total de plásticas.
Deste americanismo, não ouço ninguém reclamar...
DIARRÉISTORM
Há algo de gosto mais duvidoso do que a propaganda de tevê do Space Fox? Aquela que o cara viaja dizendo que sonha ter um cachorro-peixe... a agência de publicidade que propôs aquilo deve ter se inspirado nas antigas figurinhas de chiclete que misturavam dois animais (girafante, cobramduá), lembra disso? Na boa, a imagem do cachorro-peixe é nojenta! Dizem que publicitários fazem ‘brainstorm’ (tempestade de idéias) para algumas criações. No caso, foi uma diarréistorm.
SURDEX
Aliás, alguém pode me dizer porque os canais de tevê praticam um volume absurdo no momento dos comerciais? Caramba! Chega a ser irritante. Você está vendo um programa numa boa e quando entram os comerciais o volume vai lá pra cima. Resta mudar de canal ou apertar a tecla “mute”. O resultado é que o canal de tevê joga contra o próprio anunciante, pois ninguém ouve a propaganda.
A CABO
Acabo de ser assaltado de uma dúvida. A tevê a cabo é por assinatura, certo? Se paga por isso. Então porque tantos comerciais nos intervalos dos canais fechados? Quem quer ver um filme ou seriado em alguns deles se irrita. Tem mais tempo de anúncio do que de programa. É Outro momento em que o controle remoto é o maior aliado do telespectador. Viva o controle remoto!
LOCAIS
SEM CONTROLE
Caramba! Como é difícil conseguir uma empresa que busque uma tevê pifada e a conserte. Você liga pra assistência (kkkkk) técnica, dá nome, endereço, fone, sexo do cachorro, diz o problema da tevê, da família, dos vizinhos, eles dizem que vem no dia seguinte e... não aparecem. Boa empresa! Vou recomendar.
Que fechem.
PAGANDO O PATO
Trabalhadores, pais de família e outros meros mortais terão que pagar mais caro o ingresso da Oktoberfest deste ano, se quiserem curti-la nos finais de semana e feriadão. Custará R$ 15,00, porque voltará a valer a meia-entrada para estudantes. Se alguém tem benefício, os outros pagam o pato.
Mas se a idéia é ter cada vez mais jovens na festa, a estratégia dará certo.
SEM PÉ DE FEIJÃO
Desabrigados se organizaram de tal forma, que qualquer ação oficial do município dentro de um abrigo virou um parto. Há até ligações histéricas para programas de rádio, brigando por comida. Alguns dizem, nas internas, que não sairão das escolas para as moradias provisórias, o que já causa repulsa da comunidade pelos desabrigados. Querem casa. Mas elas não nascem de sementes mágicas, de um dia para outro.
Canja de galinha (oba!) e bom senso não fazem mal a ninguém.
METRÔ NA MÃO
Deu a mão à palmatória. Trouxe Sandro Glatz (que ganhou ares de “o profissional”) de volta e dispensou seis atletas, alguns deles titulares. Deixou o recado: apesar da seriedade da diretoria, não sabem contratar. O preço é a lanterna na tabela.
NA CONTRAMÃO
Aliás, recebi um e-mail oficial do Metropolitano. Dizia ser do departamento de comunicação. Acho que era trote. Não, tenho que ter certeza. Afinal, tinha uma dezena de erros ortográficos e outras tantas dezenas de erros de conjugação verbal. Alguém estava querendo brincar... apesar de ter a logomarca do Metrô e vir assinado. Ou será que o resultado do campo está afetando o português?
TORCIDA
Mas continuo torcendo que o Metrô se encontre. Que seja em cima da terra, no Sesi.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Dois momentos (rasos) de reflexão
Há cerca de dois mil anos passados, quando a Igreja institucionalizou o viver junto e transformou-o em matrimônio, criando assim o casamento, a longevidade do ser humano, por várias razões, era 40 anos de idade.
Parênteses: casamento, aliás, que só não serviu para definir o concubinato vivido entre Jesus Cristo e Maria Madalena. Afinal, a mesma igreja resolveu, no Concílio de Nicéia (325 d.C.), que o homem Jesus Cristo deveria ser visto como um santo e santos, aos olhos dos demais mortais, não poderiam ter se dado ao desfrute de uma relação carnal... logo, Maria Madalena era “a prostituta”. Mas isso já é uma outra história...
O casamento, desde então, serviu para enquadrar a humanidade. Enquadrar no pior sentido da palavra. Os seres humanos, com todas as suas variações de psique e também de aquisição de maturidade ao longo da vida, passaram a ter que obedecer um padrão único imposto a todos. Mas para aquela época dogmas como “até que a morte os separe” não eram tão absurdos assim. Como as pessoas viviam até os 40, casavam-se aos 15 e não tinham mais de 25 anos de vida para curtir a relação.
Os tempos mudaram... e como. Agora a expectativa de vida nos leva aos 70, 80 anos. Não é de se estranhar que o casamento não dure a vida toda... além disso, mudou também a concepção de busca pela felicidade. Se antes a união era naturalmente vista como a perpetuação da espécie e continuidade sangüinea; se antes as mulheres não tinham voz e seu objetivo era casar-se para servir aos maridos e filhos; se antes os homens pintavam e bordavam fora de casa e isso era visto como natural pela sociedade e aceito pelas próprias esposas, estamos em uma nova era.
A de que não é preciso anular-se como ser humano, como indivíduo, para tentar ser feliz (ou, como defendo, ter número maior de momentos de felicidade). Atualmente nem homens nem mulheres precisam ficar unidos “até que a morte os separe” para tentarem a felicidade. Não há mais que se prestar contas à sociedade. A igreja, dominadora e castradora, perdeu sua força. Não dita mais dogmas, regras, sequer parâmetros de conduta social.
Tudo isso faz com as pessoas busquem ser felizes sem a obrigatoriedade de ficarem juntas para sempre. Afinal, uma vida toda de união não representa mais 20, 25 anos... hoje passa dos 50. Duas vidas, se comparado à época em que a instituição matrimônio foi criada.
Obs: será que vem daí o velho ditado de que “a vida (re)começa aos 40”?...
Momento dois
Será mesmo que fomos feitos para viver tanto tempo? Veja só: passamos nossa infância, juventude e boa parte da vida adulta esbanjando energia e saúde. Para quem aproveita a vida, 40 anos são uma eternidade... curtimos tudo e não sentimos nada. Dorme-se pouco, trabalha-se muito, festa-se mais ainda e tudo bem. Nosso corpo até os 40 está em plena forma. É fácil controlar o indesejável crescimento da barriga, não se tem problemas de coluna, etc, etc, etc..
Depois dos 40, as peças desta maravilhosa máquina chamada corpo humano gastam. Tal qual as de um carro. O problema é que não há reposição fácil. Começam a aparecer todos os problemas possíveis... coluna, joelhos, articulações em geral – essas são básicas e independem do tratamento que damos a elas durante a vida. Para quem não tem consciência da importância da água, fibras e alguns cuidados com a alimentação, a situação é bem pior. Intestino, coração, estômago... a lista é grande.
Somos, depois dos 40, o resultado do que fizemos com nossa máquina até aí. Se nos aproveitamos dela e ao mesmo tempo cuidamos, tudo bem. Temos menos peças a nos dar problemas. Caso contrário... Ainda assim, há o desgaste natural das peças. Como aquelas originais de fábricas de nosso carro, que não são trocadas nas revisões. Dessas, ninguém escapa. Talvez porque não tenhamos sido projetados para viver tanto. E depois dos 40 anos, alguns mais outro menos, mas todos sentiremos os efeitos – muito mais internos do que externos – do tempo.
Que bom que, pelo menos, muitos aproveitam a experiência dos anos vividos para tornarem-se menos indolentes, mais sábios.
Mas aí, me obrigo a voltar à pergunta inicial deste segundo momento: será mesmo que fomos feitos para viver tanto tempo?
Obs2: se a vida começa aos 40, lembre-se que a carcaça é usada.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Um dia de Pink Floyd, entre pai e filhos
Enquanto isso, passo o tempo entre a redação de notas e sugestão de pautas para o TVL Notícias, leitura de alguns livros, postagens neste blog, viagens curtas pela internet, msn, e, claro, um pouco de tevê. E foi nessa que ontem reassisti o DVD do filme Pink Floyd – The Wall. Se você não viu, está perdendo a maior obra prima cinematográfica que já vi. E olha que em 43, quase 44 anos, não vi poucos filmes...
A crítica ao sistema social colocada ali é uma maravilha. Se eu já gostava do álbum, lançado no final dos anos 70, o filme faz com que o compreendamos de forma total. É um filme para ser visto, ouvido, sentido e entendido em sua filosofia... caso contrário não se entenderá a sua primazia. Mas há de se assistir legendado. A não ser que você seja um expert em inglês, daqueles que não deixa escapar a tradução de nenhuma palavrinha, nenhum sussurro. Caso contrário, a legenda deste filme é fundamental.
O pior é que não existe versão legendada em DVD. Eu a tenho, mas não existe. Explico: quando meu filho mais velho, Thierry, fez nove anos de idade comprei a fita VHS original do filme (esta versão em VHS sim, tem legenda) e dei-lhe de presente. Me chamaram de louco. Hoje ele acaba de fazer 16 anos e não me arrependo. Acredito ter contribuído para a compreensão dele de algumas coisas. Claro que copiei a fita para DVD. E ontem pude assistir o filme de novo, mas pela primeira vez na íntegra na companhia do Stephan, meu filho mais novo, de 12 anos.
É interessante porque tive de explicar toda loucura do filme, meio que passo a passo, para que ele pudesse entendê-lo. Como já havia feito isso com o Thierry aos nove anos e até mesmo durante minha pós-graduação em Educação, quando a Dra. Maria Oly Pey, nossa mais fantástica professora, queria porque queria, ao final do curso, que eu fizesse um artigo acadêmico sobre o filme sob uma visão Foucaultiana. Não me senti preparado o bastante para o desafio. Não por causa do filme, que naquela época, em 2002, já havia visto mais de 30 vezes. Mas porque acabara de estudar Michel Foucault e não estava assim tão íntimo de suas teorias (acabei-o estudando bem mais, depois). E foi muito bom ver, também, como ficou fácil para mim a leitura interpretativa do filme. Notei isso na experiência de ontem.
O melhor de tudo isso – e por isso comecei a escrever este artigo no blog – é ter a companhia de meu filho para assistir um filme desta complexidade e profundidade. Um musical cujo enredo soa como uma colagem de vídeo-clipes (com hífen – e às favas com esta inoportuna e oportuni$ta reforma ortográfica) que quase não precisa de falas, além da letra das músicas, para fazer a mais pesada, depressiva e bonita crítica ao sistema social. Se no futuro ele não vier a curtir o rock progressivo do Pink Floyd como eu, pelo menos terá a leitura do que o filme quis dizer.
Apresentei-lhe uma oportunidade de conhecer uma leitura da sociedade. A partir de agora, conhece a existência do filme. Se lhe interessar, no futuro o verá novamente e fará a sua própria interpretação. Mas não sucumbirá – espero – na ignorância de sequer ter sido apresentado à possibilidade. Penso ser este o papel de pai. Mostrar fatos e formas de ver a vida e, quando necessário, apontar o caminho. Quem decide se vai seguir ou não são os filhos. O que podemos tentar é dar a eles uma “boa cabeça”, abrindo seus olhos para coisas básicas como causa e efeito, ação e reação, ato e conseqüências (com trema, viu?) para que decidam, por si só, o seu caminho.
Meu pai (e amigo) sempre me disse, entre outras frases que nunca saíram da minha cabeça e hoje transmito aos seus netos, “experiência não se transfere, se adquire”. Cada um faz seu próprio caminho, aprende o certo e errado com seus próprios erros. É, pai, acho que aprendi.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Cotidiano - Blumenau, 12.02.2009
GREVE DE ÔNIBUS
Particularmente, vejo na greve um instrumento natural de pressão dos trabalhadores. Deve ser, sempre, a última medida a ser tomada, quando todas as outras negociações já falharam. Ainda assim, é uma medida legítima. A greve do transporte coletivo de Blumenau, deflagrada ontem pelo sindicato dos motoristas e cobradores, no entanto, precisa ser bem analisada...
SEM CARTÃO
O sindicato alega que há meses tenta negociar sem solução – e o movimento já parou a cidade antes da tragédia de novembro, é verdade. Há alegações que soam absurdas no mundo trabalhista civilizado de hoje: que sequer cartão-ponto motoristas e cobradores teriam disponíveis para marcar seu horário de trabalho e contabilizar possíveis jornadas extras. Tem razão a greve? Tem. Se nos colocarmos no lugar desses trabalhadores, sim.
DESINTELIGENTE
Porém também não há como negar que a fórmula utilizada – parar totalmente o transporte coletivo urbano de uma hora para outra, sem qualquer aviso prévio à população – é burra. Ela prejudica o pequeno, aquele trabalhador que não tem carro e depende do ônibus para seu deslocamento. Da classe média-baixa para cima, o único prejuízo são os engarrafamentos, que se tira de letra.
Uma greve de ônibus total e sem aviso prévio tem o condão de colocar toda a comunidade contra os grevistas, por mais que tenham razão em suas reivindicações. É isso que querem o sindicato e seus representados?
BALELA
Na guerra de discursos, que pretende tão somente justificar o injustificável, o sindicato alega que a tarifa recebeu aumento, passou a ser a mais cara do estado (e motoristas e cobradores, nada). Dá a entender que jogam ao lado do usuário do transporte coletivo, que terá de desembolsar R$ 0,25 a mais por viagem. Balela! Se houver aumento, todos voltam a trabalhar felizes, a tarifa fica mesmo R$ 2,30 e o usuário que se dane.
OUTRA BALELA
De outro lado vem o papo da crise mundial e da tragédia climática de novembro, que castigou Blumenau... primeiro: a crise mundial não se abateu sobre o transporte coletivo. A demanda continua firme e os insumos não tiveram seus preços majorados. Segundo: a tragédia de novembro não pode ser utilizada como desculpa para todos os males existentes na cidade daqui para frente. Há de se ter mais responsabilidade no discurso. A comunidade não é otária e a pieguice enjoa.
IRRESPONSABILIDADE
Mas que uma greve assim, de supetão, é irresponsável, isso é. As pessoas – muito especialmente as mais simples, as mais humildes – marcam seus compromissos contando com o transporte coletivo. Exatamente para essas tudo é mais difícil. E elas são as mais penalizadas. Falo com conhecimento de causa: estava no hospital para novos raio x e acompanhamento de minhas fraturas causadas pelo recente acidente que sofri e conversei com uma senhora, que devia ter entre 50 e 60 anos e seria atendida pelo SUS, e veio a pé do terminal do aterro até o hospital para não perder seu atendimento médico. Isso é justo?
Por essas e muitas outras, a sociedade acaba pressionando Ministério Público e Justiça que já, já, declararão a greve ilegal... e os trabalhadores que estarão nos ônibus em seguida, serão vistos com raiva – ou pelo menos com desrespeito – pelos usuários.
Greves costumam ser justas (exceto as de sexo), mas devem ser feitas com responsabilidade e inteligência para que o tiro não saia pela culatra.
DE PLANTÃO?
Para os amigos de plantão, a “Lei de Murph” dá a entender que tudo o que está ruim, pode piorar... pois além da fratura exposta da tíbia e da fratura de costelas, indo ao médico ontem descobri também que fraturei o perônio em dois lugares. E com novos exames de raio x, que houve fratura na mão esquerda também. Logo, o antebraço todo está envolto em tala de gesso.
Ferros na perna que não pode encostar no chão e tem que ficar na horizontal e mão esquerda “entalada”, já troquei o andador por uma cadeira de rodas, para me locomover em casa, quando estritamente necessário. Esta coluna foi toda digitada só com a mão direita (rss). Só não vão me tirar o bom humor. A independência já foi pro pau.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
A sina dos 15 anos
No caso específico do meu acidente de sábado, 31, que me deixou com fratura exposta na tíbia, fratura de costela, suspeita de fratura de osso do calcanhar entre outros inchaços e escoriações e que está me custando dias com a perna para cima, jogado na cama, totalmente parado, onde só a cabeça e os dedos da mão no teclado podem funcionar direito, cheguei a pensar: “se” eu tivesse saído de casa trinta segundos antes, ou mesmo depois... (o acidente foi na rua de minha casa – rua Ayrton Senna – um minuto depois que arranquei o carro); “se” eu não tivesse passado em casa para colocar um tênis e trocar a camiseta... “se” eu tivesse descido pela outra rua...
Aí começamos a conjecturar destino. Era para ter acontecido de qualquer maneira? Se não acontecesse ali, teria acontecido mais para frente, talvez outro dia? Ou apenas estava eu no lugar e momento errados?
Mais: passei a conjecturar as coincidências, que me levaram a lembrar de fatos que, claro, não gostaria de ter vivido. Quando tinha 13 anos de idade, quase 14 completos (mais nove meses na barriga, que ninguém conta, chego a quase 15), roubei as chaves do carro de meu pai, que estava viajando. O longo passeio de aproximadamente uma hora naquele Opala, eu ao volante, acabou com o carro no poste bem em frente à casa onde morava. Além de alguns pontos pelo rosto, tive problemas nos ligamentos do joelho e fiquei um mês com a perna engessada e andando de muletas.
Quinze anos depois, quando estava com 28, outro acidente automobilístico “em casa”. Depois de deixar o carro na garagem (que tinha um desnível – pequena elevação – em direção à rua) e sair para conversar logo em frente, vi o carro descer sozinho em direção ao muro de três metros de altura que existia do outro lado da via. Impulso imbecil! Me joguei entre o carro e o muro para tentar segurá-lo. Fui prensado entre o veículo e o alto muro. Quebrei a bacia, tive ruptura parcial de uretra, com direito à sonda, oito dias de hospital e um total de 52 dias na horizontal (deitado), além de um mês de muletas e um ano sem praticar esportes.
Agora, de novo 15 anos depois, aos 43, este novo acidente... fraturas, ferro exposto na perna, semanas deitado, tudo de novo... não é muita coincidência? Acidentes de 15 em 15 anos e sempre na rua de casa? Se me lembro daquele aos 13 anos, também foi no início do ano. O de 1993 foi no final de fevereiro e o de agora no último dia de janeiro.
Pelo sim, pelo não, quando completar 58 passarei um ano inteiro tomando cuidado com os carros que dirijo e com a rua onde estiver morando. E passarei de dezembro a março na praia, onde praticamente não se anda de carro. Tudo para driblar as coincidências do destino, seja lá isso o que for.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Cotidiano - Especial Secretariado
Os novos secretários municipais de Blumenau foram anunciados e tomaram posse nesta sexta pela manhã. Muitos (11) do mandato passado foram mantidos em seus cargos, o que era de se esperar. José Eduardo Bahls de Almeida troca o Desenvolvimento Econômico pelo Turismo, abrindo vaga para Valdair Matias, presidente do PSDB local. Dos novos secretários, dois chamam atenção.
ESCOLHA PESSOAL
O novo secretário de Saúde, a pasta calcanhar de Aquiles das últimas administrações municipais, é o médico Marcelo Lanzarin, escolha pessoal do prefeito. Eu faria o mesmo. Ele foi o único da área que colocou a cara para bater na imprensa no período eleitoral, quando a saúde foi o grande foco de reclamações da população. Dizem, também, ser competente e de fácil trato. Fez por merecer.
Mas que seu nome intermediário (Barasuol) parece nome de remédio, isto parece.
NECESSIDADE
O outro é o engenheiro Éder Lúcio Marchi, que ocupava a diretoria de Serviços Urbanos. Com o desmembramento da Seosur da Secretaria de Obras e natural criação da Secretaria de Serviços Urbanos e Fiscalização, ele passa a ocupar o cargo. E sejamos sinceros: bom profissional, com formação em engenharia, salário de diretoria não segura.
OBRAS E URB
Na secretaria de Obras, Alexandre Brollo é nome novo (pelo menos para mim). Apostava na possibilidade de Evandro Schüller assumir algo. Outro que deu a cara à tapa. Foi cotado para a URB, mas o cargo é do PP.
JURÍDICA
Cargo namorado por muitos, a Procuradoria Geral do Município ficou mesmo com a advogada e servidora de carreira Marli Bento. Ela assumiu o posto quando Cássio Quadros saiu dali para a chefia de gabinete e continua prestigiada. Com o importante aval de Quadros.
“GEOGRAFIA" DAS URNAS
Nos novos cargos, PSDB e PMDB preencheram obedecendo o poder das urnas (como diz o governador LHS, a “geografia das urnas”). Marlene Schlindwein e Álvaro Pinheiro (primeiros suplentes do PMDB) na Cultura e Habitação, respectivamente, e Sérgio Galdino (PSDB) no Esporte. Galdino é da área. Os demais, antes de qualquer crítica antecipada (como é comum em Blumenau), precisamos dar um tempo para ver do que são capazes.
FALTAM 4
URB, Meio Ambiente, Comunicação e Pró-Família. Os dois primeiros são indicação do PP. Célio Dias deve ser confirmado na presidência da Faema já na segunda-feira. Na URB se fala em Aílton de Souza (primeiro suplente do PP) – mais uma vez a “geografia das urnas”... Os últimos dois postos são indicações do DEM. O advogado Cássio Quadros acumula a Comunicação.
LEITURA
O DEM manteve a característica da indicação de técnicos para os cargos, em sua maioria administrativos. A escolha da Saúde foi pessoal do prefeito, depois de se incomodar com as críticas ao setor na eleição. As indicações dos demais partidos coligados seguem critérios políticos – o que não quer dizer, necessariamente, que os indicados não tenham competência nas áreas para as quais foram indicados. Em alguns casos (Esporte e Seterb) até tentaram unir as duas coisas: densidade política e conhecimento da área.
PERFIL
Particularmente sou da opinião de que gente da área tende a dar certo quando colocada no lugar certo. Prefiro técnicos. Mas como se trata de administração pública, é muito importante que os bons técnicos tenham traquejo político, especialmente político-social (ou político-comunitário, como queiram)... enfim, sejam articulados. Vejo neste, o perfil do secretário ideal.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Cotidiano - Blumenau, 02.02.2009
INTERNACIONAIS
BALELA ORTOGRÁFICA
A nossa reforma ortográfica feita para que os outros países que falam a língua portuguesa (quantos são mesmo?.. E, fora Portugal, que importância eles têm?) é a fórmula mais exata de se jogar dinheiro público fora para resultado nenhum. Dará dinheiro para editoras,livrarias e alguns pouquíssimos "estudiosos" da língua. E fará com que livros didáticos do governo (milhões) tenham que ser reimpressos.Claro que ajudará os que não dominam a língua a errar menos na escrita. Mas não resolverá o problema. Aí, só estudo de qualidade resolve.
ACABOU A FESTA
Todo mundo bateu palma. O primeiro presidente negro dos EUA assumiu o governo. Show de bola. Acho que estamos em tempos de quebrar paradigmas. Mas a recessão econômica mundial está aí e é hora de Barack Obama mostrar ao que veio. Não resolverá tudo rapidamente, mas a esperança de todo mundo (literalmente) tem o seu nome.
NACIONAIS
PLANETA ATLÂNTIDA
Considerado o maior evento do gênero do sul do país, o Planeta foi criticado pelos rockeiros (inclusive os “pop”). Pudera; com Vitor e Leo e Exaltasamba, o festival virou o “samba do crioulo doido”. No mais, muitas bandas de pouca expressão nacional. Nas internas, dizem que o público foi menor do que o esperado pela organização.
GOL A FAVOR
Pensando bem (notando bem e desdizendo o que escrevi na última Cotidiano) novo VW Gol ficou mais bonito do que o antigo modelo. Nada como a “metamorfose ambulante” de Raul Seixas. Mudar de opinião é um ato de liberdade. E coragem.
MARISCAL
A praia, no município de Bombinhas, continua uma graça – um recanto realmente mágico da natureza. Agora só falta um outro (novo) acesso. Está muito difícil entrar e sair... Perdem os veranistas (a paciência) e o turismo (divi$a$).
LOCAIS
MAU EXEMPLO
Noite dessas, na rua Hermann Hering, bairro Bom Retiro, vi uma cena decepcionante. Uma Ecosport preta trafegava lentamente para entrar na garagem de uma casa e um motorista nervosinho, atrás do veículo da Ford, tocou buzina e encheu o outro de palavrões, sem sequer saber se havia crianças no carro, por exemplo.
Só que o apressadinho dirigia uma pick-up com uma baita logomarca da Nextel na traseira. Pega muito mal para a empresa.
CARA DE PAU
Jovem de 18 anos foi a um supermercado do bairro Fortaleza pesar um tablete de aproximadamente 100 gramas de maconha na balança do açougue. Saiu de lá detido, o malaco, e vai responder processo por porte de drogas. Precisava, mané?
RIC RECORD
Substituí o pessoal de jornalismo da RIC durante suas férias e em 45 dias pude notar a grande audiência da emissora. Do Progresso à Itoupavazinha, você tem sua imagem reconhecida imediatamente. Quase assusta... aliás, a jovem (em sua maioria) equipe é competente e de alto astral.
VOLTA À TVL
Acabo de retornar à minha casa televisiva. Juntamente com Tico, ajudei a fundar a TV Legislativa no ano 2000. Agora, com a colaboração de toda a equipe, estamos reformulando o TVL Notícias e propondo novos programas. A idéia é torná-lo mais dinâmico e atrativo para o público telespectador. Infelizmente a TVL só é sintonizada na tevê a cabo: canal 16 da NET e 19 da BTV.
ACIDENTE
É verdade. Como alguns amigos já sabem, sofri acidente automobilístico no último sábado, dia 31. Fratura exposta na tíbia e outros prejuízos foram o resultado. Dias de molho, dois meses de muletas, muitos pinos na perna e trabalho via internet. Ufa! 2009 começou bem...