terça-feira, 28 de abril de 2015

PRECISAMOS DE MUITAS AULAS


Chega a ser irritante o número de erros de português que vemos nas placas, mensagens e até mesmo em jornais. São os mais variados e toscos possíveis. Do “encomoda” (a escrita correta deve incomodar) ao “a partir” escrito erroneamente junto (apartir) ou com crase (à partir). Do “mais” quando o correto é “mas”, ao inverso. Crase e vírgula, pouquíssimos sabem utilizar corretamente. O há do verbo haver (com ‘h’, sentido de fez, existir) derruba muita gente, verdadeiro strike. Há também os ditos escritores que não conseguem achar um ponto final. Vão emendando as frases, as mensagens, uma na outra através de vírgulas intermináveis. Além do mau uso da língua portuguesa, também comunicam mal. Cometer um ou outro escorregão, até faz parte. Viver com a bunda no chão, não.

A culpa, não há dúvida, é de uma base fraquíssima do ensino da língua, na escola, no ensino fundamental. Queremos que nossas crianças e jovens aprendam outras línguas, mas elas sequer sabem a do próprio país. Se é assim neste Brasilzão sem porteiras, onde pessoas graduadas colocam, ao falar, o “mim” na frente do verbo, no pior estilo índio de ser (“pra mim fazer”, “pra mim comer”, “pra mim mandar”), esta desculpa não cabe àqueles que decidiram trabalhar com a palavra. Ah! E não existe, de maneira nenhuma, “maiores informações”. Uma informação não se mede, não é maior do que outra. O correto é “mais informações”. Tendo mais informações, a pessoa estará melhor informada, nunca maior informada.

Sempre digo aos meus alunos na faculdade que, embora todos devessem conhecer pelo menos a língua de seu país ao falar e escrever, os que definem fazer da língua seu ganha-pão devem fazê-lo com maestria, sem erros. É o caso específico do jornalista, e de todas as profissões onde a palavra é ferramenta de trabalho. Para esses, o erro não é perdoável. São arquitetos da palavra. Seus erros derrubam a casa. Derrubam a arte que é saber escrever, utilizar a língua.

Se para esses é obrigação básica, afinal foram eles que escolheram enveredar pelos caminhos da escrita, para os demais saber utilizar a língua portuguesa de forma correta é muito importante. Para começar, é um cartão de visitas da própria pessoa. Não há currículo recheado que resista a alguém que escreve ou fala errado. É a base. Base de tudo. Escrever corretamente (ou não) tem outros desdobramentos importantes no mundo real. Afinal, quem não escreve ou fala bem, não se comunica bem. 

No mundo empresarial, por exemplo, a comunicação é fundamental. Ela não só consegue fazer com que o outro compreenda a sua mensagem, a sua intenção de fala, como também abre (ou fecha) portas de maneira impressionante. No mundo particular, pessoal, a comunicação é igualmente fundamental. Ela conquista as pessoas, evita mal entendidos, faz com que sejamos admirados pela postura ao falar ou escrever.

Comunicação é atitude. Errada, é como uma atitude mal tomada, mal executada. Lembre-se disto na próxima vez que resolver escrever um texto. Ele fala por você. E faz com que os outros criem uma imagem de você. Tão importante quanto ter conteúdo, é ter a capacidade de expô-lo em seu dia a dia.    


terça-feira, 21 de abril de 2015

A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS NA SAÚDE


Estudantes de Jornalismo do Ibes-Sociesc prestigiaram a mesa redonda

A Unimed promoveu no Ibes-Sociesc, onde ministro aulas, uma mesa redonda para debater a relação jornalismo-medicina. Como pano de fundo, claro, tinha o objetivo de divulgar o Prêmio Unimed de Jornalismo, que anualmente provoca e premia profissionais e estudantes que produzem reportagens sobre o tema saúde. Porém a mesa redonda serviu para alertar o estudantado para alguns perigos da informação médica, pelas suas especificidades técnicas e por tratar diretamente com a vida.

Um dos primeiros assuntos debatidos pela mesa foi exatamente a intervenção das facilidades tecnológicas no acesso à informação. Um caso claro e conhecido por todos é a “informação médica” alcançada em sites de buscas como o Google. Hoje em dia o paciente chega ao consultório sabendo o que tem, quais são os exames que terá de fazer e qual o risco que corre. Sabe tudo. Mas não sabe nada. Se já é difícil saber quais são as informações corretas, fidedignas, ao se acessar a internet em qualquer área ou tema, imagine na área médica, tão específica.

A mesa redonda foi além e fez duras críticas a pessoas que não contentes em acharem que sabem do que sofrem e qual a cura quando vão ao consultório, passam a divulgar sua ‘sabedoria’ nas redes sociais. Falam de sintomas, causas, remédios e curas como se fossem profissionais do assunto, como se tivessem  real conhecimento do que estão falando. E não tem. No máximo leram alguns textos na internet, não estudaram anos sobre as doenças para efetivamente terem alguma ideia crível do que estão falando. São pessoas que além de correrem riscos – inclusive de automedicação, ainda colocam em risco a vida de outros que pululam na web, que habitam e creem nas redes sociais.

A maior rede de baboseiras (esta inclusive alicerçada pela mídia do lucro fácil de revistas fúteis) pode ser encontrada quando o tema é emagrecimento. As dietas mais absurdas são divulgadas como se elas pudessem emagrecer e manter magros, sem prejuízos à saúde, as pessoas. Como se as dietas não fossem pessoais e não dependessem dos hábitos, costumes alimentares, quantidade ou ausência de atividades físicas, idade e mais uma série de itens que diferem uma pessoa da outra. As mídias sociais fazem parte desta perigosa rede, pois são utilizadas por pessoas que pregam as mais absurdas peripécias como fórmula emagrecedora, algo que a imensa maioria das pessoas quer e persegue.

Os menos crédulos nas asneiras internéticas, sabem que para ter um corpo razoavelmente esbelto e saudável, é necessário muito esforço. Uma educação alimentar extremamente consciente, muita disciplina e alguma atividade física regular são essenciais. Ninguém precisa seguir o padrão ditado pelo modismo estético contemporâneo – ainda que ele fique muito bem no corpo. É importante, no entanto, ter alguns cuidados alimentares e físicos para uma vida saudável. Todos sabem que vamos morrer um dia. O que é importante é como estaremos vivos até o dia chegar. E que não seja nos baseando em curas postadas na web ou em revistas caça-níqueis nas prateleiras de revistarias e supermercados.


#eupreservoblumenau

Prefeitura de Blumenau e Faema acabam de lançar a Mostra Fotográfica Semana Municipal do Meio Ambiente, com o tema “Água, muito além de um recurso”. Uma ótima oportunidade para todos que gostam de Blumenau e do meio ambiente mostrarem suas habilidades fotográficas e nossos recursos naturais. As melhores fotos farão parte de uma grande mostra em painéis eletrônicos nas ruas, shoppings centers e redes sociais. Todas  as participantes estarão no site da Prefeitura. É só acessar http://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-do-meio-ambiente/pagina/mostrafotografica, e participar.


VIA EXPRESSA

Um dos locais preferidos das blitze realizadas em Blumenau, a Via Expressa só é um perigo real graças aos maus motoristas. Velocidade exagerada, imperícia na condução, imprudência pra dar e vender. Até motorista da empresa Reunidas (imagina-se profissional) abusa naquele lugar. No domingo, dia 19, às 21h10min, um ônibus da dita cuja invadiu a Via Expressa, oriundo da rodoviária, sem a menor cerimônia. Cortou a frente de um carro e por pouco não causou grave acidente.


PL 4330

Mais um numerozinho pra jogar no bicho. O projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil está causando a maior polêmica. A começar pelos protestos no, ultimamente, país dos protestos. Até juíza do trabalho anda se manifestando contra, em artigos de jornal. A reclamação é que ao querer regulamentar, estão dando dose cavalar do remédio que pode matar o paciente, no caso a relação trabalhista.


FILME DE TERROR

O senador Pedro Simon (PMDB/RS) disse, durante palestra que deu em Santa Catarina, que o ambiente político e angústia da população, atualmente, parece um filme de terror. Este foi um dos poucos bons políticos injustiçados na história. Deveria ser candidato a presidente da República, mas os acertos e conchavos de cúpula sempre o deixaram de fora. Teria meu voto frouxo, garantidaço.


KISS QUE FOSSE

Banda Kiss começa tournée no Brasil por Santa Catarina. É certo que entramos no roteiro das bandas históricas internacionais, mas estamos longe de fazermos parte dos sucessos atuais. Esses, quando vem, ficam mesmo por Rio e Sampa. E, de vez em quando, Porto Alegre ou Brasília. Se bem que nesta última, o show é outro. De horrores.


SÓ GRANDES

Campeonatos sem surpresas ficam, assim, meio sem graça. No Rio, os quatro grandes foram para as semifinais. Vasco e Botafogo passaram. Em São Paulo, os quatro grandes também se deram bem. Palmeiras e Santos decidirão. No Rio Grande do Sul, deu a lógica: decisão da dupla Grenal. Tudo como manda o figurino. Mas que fica meio enfadonho, isso fica.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

AS MANIFESTAÇÕES E SEUS RECADOS

Apesar de menor, manifestação teve 'corpo' em Blumenau. Foto: Jaime Batista

As manifestações deste domingo em todo o país foram menores do que as de março. Todo mundo viu. O indicativo que isto aconteceria era claro, já nas redes sociais, nas semanas e dias que antecederam o movimento de ontem. Enquanto em março as pessoas mostravam-se empolgadíssimas nas redes, desta feita o barulho era bem menor. Há muitas leituras que podem se depreender daí. A única que não é possível, é que o Governo Dilma recuperou credibilidade.

A credibilidade não é o resultado da leitura da ação ou reação de uma situação, mas da percepção que as pessoas têm dela. E não há como negar que a atual situação econômica, aliada à diferença do discurso pré-eleitoral e prática pós-eleitoral de Dilma, causam uma percepção extremamente negativa do governo. Para se ter uma ideia, pesquisa efetuada pelo Instituto Datafolha dá conta de que apenas 13% dos brasileiros consideram o governo Dilma bom ou ótimo. Um percentual muito diferente do que a elegeu faz muito pouco tempo. Se bem que no tema credibilidade, também as pesquisas não andam com esta bola toda...

Se a imagem de “mentirosa” colou na atual presidente da República após dizer que tudo estava uma maravilha na campanha e mudar de discurso, com medidas impopulares, logo depois de eleita, Dilma paga preço alto também pela constatação popular de que os preços nos supermercados e tarifas públicas dispararam. Quando a conta pesa no bolso do contribuinte para as coisas mais básicas como comer e dispor de energia elétrica, por exemplo, a insatisfação é certeira como uma flecha que, ponteaguda, vai cortando a carne. Primeiro recado: não é possível votar atrás nas declarações da campanha eleitoral. O prejuízo à imagem é real. E a economia doméstica será fundamental para tentar amainar a ira das pessoas.

A manifestação só não foi maior porque o brasileiro não tem como característica brigar pelas suas aspirações. Reclama muito nas redes sociais, mas não tem a tenacidade de ir para a rua tantas vezes quantas seriam necessárias para pressionar o governo. E olha que logo depois daquela grande manifestação de março, medidas foram anunciadas para aplacar a fúria da população. Tal qual em uma luta de boxe, o governo Dilma mostrou ter sentido o golpe. Neste segundo round, porém, a população parece ter dado o recado que se a vitória vier por pontos, tudo bem... não buscou o nocaute. Talvez venha a nem ganhar a luta, mas o recado que está sendo dado nas ruas é mais amplo do que derrubar o atual governo. Ele serve como um alerta a todos os políticos de que a nação não suporta mais a corrupção. Segundo recado: o brasileiro não tem a pegada forte para derrubar governos, como a vizinha argentina. Ainda assim, está de saco cheio. Fica perigoso. 

No mais, o número de manifestantes deste segundo mês consecutivo de ida às ruas mostrou que dois movimentos organizando (caso da manifestação de março) mobilizam mais do que apenas um.

MANIFESTAÇÃO EM SC

Blumenau e Balneário Camboriú tinham cravado 40 mil pessoas nas ruas em março, em cada município, o maior número do estado. Enquanto aqui caiu para 15 mil, na cidade do litoral ficou em aproximadamente 5 mil. Floripa conseguiu cravar 25 mil ontem, liderando desta vez o número de manifestantes no estado.

PATRULHAMENTO

Há alguns setores da sociedade que são realmente chegados a um patrulhamento ideológico. Um deles está dentro do partido da presidente da República. Quem não pensa igual, inimigo é. Outro é a “grande mídia nacional” que eles mesmos tanto detestam. Uma democracia permite manifestações de toda ordem. Até mesmo algumas não razoáveis como a volta da ditadura militar. Porém, estamos em uma democracia. Todos têm direito à opinião e manifestação. Ou não?

A mesma coisa acontece quando, por ventura, alguém se manifesta a favor do nazismo. A ideia pode ser uma aberração, mas a democracia tem por obrigação conviver com as aberrações também.

DEMOTADURA

Assim, tem muita gente que diz que lutou pela democracia, mas quando vê seus interesses contrariados quer fazer patrulhamento ideológico. Aí vem aquela ótima definição de democracia e ditadura: “democracia é quando eu mando em ti, ditadura é quando tu mandas em mim”.

UM ACERTO

Entre as várias medidas impopulares efetivadas pelo governo Dilma após sua reeleição, uma está coberta de razão: as novas regras para ter direito ao Seguro Desemprego. Como aqui não funciona como lá na Europa, onde o governo rastreia opções de empregabilidade para o inscrito e caso ele não aceite perde o benefício, nada mais justo do que aumentar o prazo de tempo trabalhando para ter direito ao seguro. Já havia uma leva de folgados que trabalhavam 6 meses e provocavam demissão apenas para ficar mamando nos outros 6 meses nas tetas do governo. Ou seja, nas nossas, que é quem bancamos o dinheiro público e assistencialista – deste e de outros programas.

APOIO PERIGOSO

Ainda assim, o anunciado apoio de Dilma à candidata dos Estados Unidos Hillary Clinton é uma temeridade. Para Hillary. Com a ‘ótima popularidade’ que tem em casa, se dependesse da nossa presidente a ex-primeira dama norte-americana não seria eleita nunca. Perderia até mesmo para Mônica Levinski.

EM TEMPO

Levinski não é parente de Levandowski. Não confundamos.