domingo, 27 de abril de 2008

Cotidiano - Blumenau, 27.abril.2008

NACIONAIS


MILAGRES EXISTEM


Impressão minha ou Congresso e Governo estão tão comportados que não aconteceu mais nada de errado depois dos cartões corporativos? Será que desistiram de denunciar porque nada se apura ou o Caso Isabella tomou conta da mídia de tal forma que nada mais se enxerga?


TALVEZ NÃO


Quem precisava de um milagre era o padre dos balões de gás. Subiu com tempo ruim, não sabia ler o GPS e contava com o apoio de fé de oráculos misteriosos. Pelo menos é o que se deduz depois que um padre de Penha foi para a tevê dizer que uma pessoa, em oração, via o padre vivo e pedindo ajuda... quatro dias depois do desaparecimento, quando até os órgãos oficiais já davam as buscas por encerradas.



LOCAIS


MAIS SAÚDE


A PM já colocou policiais de bike nas ruas. Cena, no mínimo, interessante de ser observada. E uma chance para os gordinhos ou com colesterol acima dos limites, de entrarem em forma.


FRUSTRADO


Diretor de Cultura da Prefeitura de Blumenau viu frustrada sua intenção de abrir espaço para as bandas locais no 8o. FUCCA. A idéia de que bandas locais mais experientes que não participarão do concurso pudessem abrir os shows nacionais, tal como acontecia no SKOL ROCK, não foi levada em conta pela organização do festival universitário. Ruim para as bandas daqui.


BEEEEM MÉDIO


Pitty, Marcelo D2 e CPM 22... sem dúvida os shows deste FUCCA, que acontece no segundo final de semana de maio, agradarão apenas o público universitário bem jovem. Ou, quem sabe, os futuros universitários, hoje adolescentes no ensino médio...


FEDERALIZAÇÃO


No limiar de mais um aniversário da Furb, comemorado em 02 de maio, o Comitê Pró-Federalização volta à carga, inclusive com anúncios na mídia. Se na própria Universidade há restrições ao projeto, principalmente por parte de funcionários que poderiam perder benefícios, fora da Furb não há dúvidas de que a região merece e precisa de vagas gratuitas no ensino superior.


CRECHES


Deu no jornal: déficit de creches caiu 60% em Blumenau. Era um dos compromissos do prefeito e um dos calcanhares de Aquiles do município. Mas há de se abrir o olho para o outro calcanhar: a saúde, que foi forte colaboradora na derrota do candidato do PT na última eleição.


JÁ COMEÇOU


D25 (ex-DEM, ex-PFL) entrou com representação junto ao Ministério Público Federal contra Décio Lima. Quer saber com que dinheiro Décio fez um livreto propagandeando seus feitos em Brasília. Décio garante que foi com recursos do próprio bolso. Fica a certeza de que a campanha eleitoral já começou.


ENXURRADA


Blumenau viverá uma situação peculiar, já que será a primeira eleição em dois turnos para a prefeitura. Deve aumentar consideravelmente o número de candidaturas próprias (logo, de candidatos a prefeito) na cidade este ano. Cinco já anunciaram que concorrerão: o atual prefeito João Paulo (D25), Décio Lima (PT), Ivan Naatz (PV), Marcelo Greuel (PSB) e Dari Diehl (PSOL). Renato Vianna (PMDB) diz que vai concorrer, mas poucos acreditam. O PMDB quer mesmo a vice de JPK. PDT e PSDB até falam em candidatura própria, mas estão muito mais inclinados a coligações que lhes garantam espaços no próximo governo municipal.


BOM, MAS NÃO NOVO


O vereador Isaltino Pedron (PT) apresentou projeto de lei que visa permitir que a sociedade organizada, ou mesmo os cidadãos comuns, possam apresentar anteprojeto de lei à Câmara. Muito interessante. A Constituição Federal prevê a mesma coisa em nível nacional, desde 88, mas parece que a sociedade não é tão organizada assim...


DOS HOTÉIS


Muito se tem dito dos hotéis de Blumenau, mas as ações do atual presidente Emil Chartouni ficam livres de críticas. Agora fechou parceria com a CDL e cheques sem fundo, por exemplo, serão automaticamente descobertos, diminuindo o prejuízo dos hoteleiros.



Até a próxima!


quinta-feira, 24 de abril de 2008

INFINITA HIGHWAY - Engs. do Hawaii

Você me faz correr demais
Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway

Ninguém por perto, silêncio no deserto,
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos

Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver

Sem motivos nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo desta estrada
Olhe só! Veja você

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E, à noite, eu acordava banhado em suor

Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que sabemos
Não queremos nem saber

Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway

Escute garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: "Será a estrada uma prisão?"
Eu acho que sim, você finge que não

Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver

Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Mas que motivos temos pra estar?

Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte
Desta highway...
Silenciosa highway

Eu vejo um horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado
Mas a dúvida é o preço da pureza
E é inútil ter certeza

Eu vejo as placas dizendo

"Não corra" "Não morra", "Não fume"
Eu vejo as placas cortando o horizonte

Elas parecem facas de dois gumes

Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute garota, façamos um trato:
Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato

Eu posso ser um Beatle

Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado

Por isso garota façamos um pacto:
Não usar a highway pra causar impacto
Cento e dez, cento e vinte, cento e sessenta

Só pra ver até quando
O motor aguenta

Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclete de menta
E a sombra de um sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway

- - - - - - - -

Aí está outra letra fantástica, filosófica, das bandas reveladas nos anos 80. Humberto Gessinger dos Engenheiros do Hawaii, meu conterrâneo, foi muito feliz nesta letra, mas algumas frases são "avassaladoras", na minha opinião.

Acho que pra começar a tentar entender o que a letra quer dizer, temos que trocar a palavra "highway" e "estrada", por vida, na amplitude de experiências que uma vida pode proporcionar se resolvermos viver - e não simplesmente deixar ela passar.

Já no início da letra "correr demais os riscos desta highway" e "correr atrás do horizonte desta highway" são momentos emblemáticos. Vida sem risco não é vida. É tv com controle remoto na mão. Já o horizonte é aquele lugar onde nunca se chega, sempre está mais a frente, a ser alcançado. É como o que denominam "felicidade". Se quer, a gente busca, mas quando chega, o horizonte está mais adiante. Não há fim nesta busca.

(meu, esta letra é grande pra caramba e já vi que vou escrever um monte. Isso vai ficar compriiido...)

Esta parte seguinte é muito clara, nem precisa de comentários, mas há de se enxergá-la com clareza: “Estamos sós e nenhum de nós / Sabe exatamente onde vai parar / Mas não precisamos saber pra onde vamos Nós só precisamos ir / Não queremos ter o que não temos / Nós só queremos viver”. A vida não é algo automatizado, previsível... não para quem quer viver de verdade. É quase como um vôo cego, com perigos, riscos e o benefício daquilo que aprendemos e vivemos no caminho. Ou nos jogamos no sofá, com a tv e o controle.

E aí vem: “Sem motivos nem objetivos / Estamos vivos e isto é tudo / É sobretudo a lei / Dessa infinita highway”. Não importa porque estamos aqui e para onde vamos. O caso é que estamos aqui... isso é a vida. E só.

Mas estas frases a seguir merecem atenção especial pelas entrelinhas... “Quando eu vivia e morria na cidade / Eu não tinha nada, nada a temer / Mas eu tinha medo, medo desta estrada...” Viver e morrer na cidade. Sacou? Estar ali e morrer por odiar a vida que se leva, regrada, aceita. Uma vida boa (posses, talvez, segurança...), nada a temer. Mas tinha medo da estrada, tinha medo da vida em si, do que ela pode representar e ele, em sua vida-morte social não tinha coragem de experimentar” (e quando digo ele, digo cada um de nós, claro).

E na estrofe seguinte, corroborando a interpretação: “Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor / Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava...” Bingo! Sempre faltará algo àqueles que questionam, que preferem a dádiva da dúvida à dívida do óbvio. O horizonte nunca está no lugar, parado.

Cara, é só deixar a cabeça viajar por esta letra... daria pra ficar escrevendo alhures sobre ela. Mas aí vem uma outra frase simples, quase bobinha para quem escuta a música sem enxergar a letra: “Me diga, garota / Será a estrada uma prisão? / Eu acho que sim / você finge que não”. Caracas! Nem todo mundo entende aqueles que preferem as dúvidas às respostas. Esta é uma minoria. E ele pergunta: a vida é uma prisão? Acho que sim... a garota finge que não. Talvez finja porque se acostumou à vidinha normal de quase todos. Ou talvez nem finja, simplesmente não tenha nível para compreender a filosofia da vida. Mas quem prefere a dúvida, não concebe que os outros não enxerguem, então acha que estão fingindo não ver.

E para acabar (porque toda a letra merece ser desnudada, mas não chegarei a tanto): “Eu vejo um horizonte trêmulo / Eu tenho os olhos úmidos”. A felicidade/horizonte não chega nunca para quem busca mais e isso faz com que sejamos, de certa forma, infelizes (olhos úmidos) em nosso âmago.

E aqui a nossa amiga incerteza, a dúvida: “Eu posso estar completamente enganado / Posso estar correndo pro lado errado”... e para finalizar esta leitura com chave de ouro: “Mas a dúvida é o preço da pureza / E é inútil ter certeza”. A dúvida é o preço da pureza porque nos faz buscar mais, duvidar mais, adquirir mais experiências e ver que não há pureza... e de que adianta ter certeza? Talvez só nos feche os olhos e nos amoleça para não mais buscar. Fechei contigo, Gessinger!


E o recado final: 110, 120, 160... pisar fundo na busca, só pra ver até quando o motor aguenta. Afinal, viver é preciso; vegetar não o é.



domingo, 20 de abril de 2008

Cotidiano - Blumenau, 20.abril.2008

NACIONAIS

SEM PERDÃO

O tom de campanha da ministra Dilma Roussef, que está sendo trabalhada pelo governo para ser a próxima candidata do PT à presidência da República, em seu discurso numa solenidade do PAC, a fez chamar a solenidade popular de “comício”. Um leve escorregão de quem já está com a cabeça lá na frente, mas não foi perdoado pela imprensa. Não mesmo.

CASO ISABELLA

Dá um tempo... este você vê na tevê, o tempo todo.



LOCAIS

BEM VINDO, GIASSI. MAS...

Que escorregão da turma ou agência de marketing do novo Supermercados Giassi. Escolheram um garoto-propaganda sem qualquer identificação com a cidade. Tanto que ele teve que abrir a propaganda dizendo que é daqui, o que ninguém sabia (exceto alguns poucos). Teco Padaratz é gente boa, bom surfista, mas não tem nada a ver com Blumenau.

E O MOINHO

Restaurante Moinho do Vale garante que ficará pronto até dia 2 de Setembro, niver da cidade. Até aí tudo bem. Mas não dá para chamar o espaço para festas de casamentos e aniversários de casa de show. Até porque um “show”, seja ele qual for, com 250 pessoas na platéia, fará cada ingresso custar R$ 500,00. Ou será prejuízo na certa.

PROPAGANDA ENGANOSA?

Se o pessoal do Procon der uma olhadinha nos classificados de jornal, vai ficar de orelha em pé. Andam anunciando veículos anos 2004 (Ecosport e Civic, por exemplo) com fotos dos modelos mais recentes desses carros. O consumidor vê foto e preço e acha ótimo negócio, a não ser que conheça dos modelos de cada ano. Pergunta-se: o cliente pode exigir o carro da foto por aquele preço?

ROTA DOS BEATLES

Tudo bem que Jonh Lennon não veio, mas Blumenau definitivamente entrou na rota dos Beatles, ainda que 30 anos depois. Só que dos covers, claro. Primeiro no Donna D (sábado passado) e agora no Grande Hotel Blumenau (quarta, 23). Let it be...

NEM PMDB...

O PMDB, que tem tudo para ser o fiel da balança nessas eleições e a noiva desejada dos principais concorrentes, não quer casamento com o PT. A proibição teria vindo do governador LHS, segundo a Folha de Blumenau, já que o PT apóia o PP em Floripa. O PT pode ter perdido uma boa chance de virar o jogo por aqui...

... NEM PDT

E Cezar Cim (PDT) já teria dito que prefere união com o D25 do prefeito JPK, do que com o PT de Décio Lima. Assim, sobrará ao PT aliança com os partidos de menor expressão.

ZEBRÃO

A surpresa foi o anúncio do desejo de Décio Lima de ter o filho de seu homem de confiança Arninho Buerguer como vice. Ele já teria se filiado ao PR, mesmo partido de Dalto dos Reis, até então considerado o mais notável para a chapa. Com Cristiano Buerguer Neto na vice, ficaria tudo em casa.

SURPRESA

As surpresas das eleições parece que ficarão mesmo com os vices. Altair Carlos Pimpão, proprietário da TV Galega e ex-escudeiro de Renato Vianna (PMDB), acaba de ser anunciado como vice de Ivan Naatz, no PV. Por essa ninguém esperava.

MUDANÇA?

Já o vereador Jens Mantau (PSDB) diz que lutará "com unhas e dentes" para que seu partido lance candidato próprio. Será uma mudança de postura e tanto dos tucanos... que muita gente, incrédula, paga pra ver.

NOVA SEDE DA CÂMARA

Por falar em vereadores, um acerto desta mesa diretora é o investimento em nova sede. Faz tempo que a Câmara precisa de casa própria e com espaço decente. Outros presidentes poderiam tê-lo feito, pois esta conversa anda quente desde 2000. Espera-se apenas que escolham o projeto certo e que nos próximos 40 anos não seja preciso novos investimentos de grande monta.

É PRA ACABAR

Na boa? Novela é novela, vida real é vida real. Então os autores da Globo poderiam poupar os telespectadores que as assistem de esparrelas populistas como cartão corporativo nas mãos da personagem que tem uma universidade ou até mesmo um candidato a vereador ir discursar no lugar de um senador que não pode ir (quando isso aconteceria de verdade???)... há maneiras mais criativas de se fazer críticas à nossa sociedade e nossos políticos.

Então tá. Até a próxima...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A dádiva da dúvida é a dívida do óbvio

No “auge” dos meus 42 para 43 anos, consigo ver algumas coisas que não via quando mais novo. Se tem uma coisa fantástica, que os mais jovens ainda irão descobrir (alguns deles, claro) é que o tempo te faz melhor. Você fica melhor com o passar dos anos, faz praticamente tudo melhor, com mais consciência, fica menos quantitativo e mais qualitativo.

Tudo bem. Para uma gama de pessoas que sentem e vivem isso, só estou chovendo no molhado. O problema é que vejo hoje que essa “gama” é sempre uma minoria. Era na minha época de “juventude etária”, é hoje. É sempre uma minoria que questiona, que para pra pensar. Infelizmente.

Mas voltando ao assunto do título (que é de minha autoria e está na dedicatória de meu livro Concreta Mente Abstrata – na boa?, até soa como futuro ditado meio popular {não acredito em nada que é popular demais}), que é a razão de estar escrevendo isto, sou um defensor da dúvida. Simplesmente porque a dúvida nos faz parar para pensar. Ao contrário do óbvio, que é tão fácil de enxergar, que é automaticamente assimilado pelo cérebro e não nos acrescenta nada.

Sou assim desde novo. Não sei se isso é virtude ou defeito, mas na época ouvia as músicas dos discos de vinil que comprava com o encarte na mão para ler as letras e tentar descobrir significados escondidos nas entrelinhas. A tal da interpretação. E tudo o que era muito direto, muito simples, muito óbvio nas letras já me incomodava.

Hoje entendo o porquê. A chance da interpretação, da dúvida, permite questionar. E para questionar é necessário pensar. (Como isso faz falta no mundo – parênteses com direito a ponto final antes e depois). Será que é por isso que acabei caindo no jornalismo?

Questionar sempre, duvidar sempre, estar incomodado com o óbvio sempre, acabou virando um “lema” para mim. Não gosto de rótulos (lema é um rótulo bem normalzinho na sociedade). Muitas vezes sequer chego a uma conclusão, mas penso que só o fato de não aceitar o “prato feito” como ele vem, já é um grande começo.

Começo aos 42 para 43 anos? Começo sempre. Então, a dádiva da dúvida é a dívida do óbvio. Não aceitar regras estabelecidas faz parte deste grande jogo. Descobrir interpretações diferentes faz a diferença (redundante, não?;mas não vou mudar a frase só porque alguém disse que isso é redundante).

Qual é a conclusão desta viagem escrita? Nenhuma! Interprete. Pense. Porque se eu der a minha conclusão, estarei fazendo o mesmo joguinho de sempre, o “prato feito”. A única certeza que tenho é que a dádiva da dúvida é a dívida do óbvio (frasezinha bonita, não?... sonora). Ou seja: a dúvida é uma dádiva porque faz pensar; o óbvio fica em dívida porque faz o contrário. E deu!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Artigo - de Vilarino Wolff

MP: Medida Provisória ou Mancada Patriótica?

Sou brasileiro com muito orgulho, “catarina” convicto, lageano de nascimento e gaúcho por opção. E como qualquer brasileiro atento aos absurdos que acontecem nesta Pátria amada, não posso deixar de comentar sobre uma lei sem pé nem cabeça.

Em princípio, muita gente pode perguntar: o que o gaúcho (eu falei gaúcho, não me referi aos riograndenses do sul, nem aos gaúchos da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, ou de qualquer parte do mundo) tem a ver com isso? Muita coisa! Porque todo o gaúcho brasileiro deve estar, como eu, se perguntando qual é o fundamento dessa lei.

É mais uma daquelas leis que vêm para justificar a não aplicação das demais leis, ou para minimizar a incompetência das autoridades em manejá-las. Tudo faz crer que ela surgiu para justificar o injustificável, para fazer de conta que alguém sem preocupa com as barbaridades que estão acontecendo. E, no entanto, ela própria é mais uma barbaridade.

Não faz muito tempo, ainda, editou-se o novo Código Brasileiro de Trânsito, produto da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Foi festejado, recebido com muita esperança, cantado em verso e prosa. Seu propósito era acabar com a irresponsabilidade de quantos não sabiam (e pelo jeito ainda não aprenderam) a dirigir. São mais de trezentos artigos que dispõem sobre quase tudo. Segundo a mídia da época, era uma panacéia para a cura da maioria dos males causados pelos inaptos, pelos irresponsáveis ou pelos malucos do trânsito. Apesar dele, o número de acidentes aumentou e a maioria causada por falhas humanas. Condutores bêbados, atropelando pessoas. Menores inabilitados dirigindo com tranqüilidade, causando mortes. Adultos psicologicamente perturbados, fazendo das ruas e estradas a sua praça de guerra para abater inimigos subjetivos que povoam suas mentes, causando transtornos reais para inocentes que morrem ou ficam inutilizados por estarem no seu caminho sem o saberem. E o que lhes acontece? Cestas básicas ou ações comunitárias. Parece até brincadeira!

Pois é! Para mascarar tudo isso surgiu, recentemente, a lei mais boba que podia ser concebida por pessoas inteligentes. Pelo menos, inteligência é o que se espera dos gestores públicos aos quais está confiada a nossa segurança. Criaram a lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas ao longo das rodovias, como se os únicos a transitarem por elas fossem os motoristas. Viajantes em excursão, como de resto todos aqueles que não dirigem, estão impedidos de comprar a sua cervejinha nos postos de abastecimento ou nos estabelecimentos que atuam ao longo das estradas. Investimentos feitos por muita gente em bares, restaurantes, lanchonetes, etc., estão sendo anulados por prejuízos decorrentes da queda do movimento, abalando a economia nacional. Não é necessário nem aprofundar muito o comentário. Basta imaginar que qualquer veículo mal intencionado pode desviar alguns metros ou quilômetros da beira da estrada para adquirir a bebida em estabelecimento não caracterizado como “de beira das rodovias”.

Enquanto isso o que acontece nas cidades? Condutores irresponsáveis continuam enchendo a cara e causando as suas estrepolias. Menores não habilitados atropelam pessoas. Os malucos continuam ao volante.

É hora dos homens públicos agirem com competência e deixarem de tentar tapar o sol com a peneira, criando e aplicando leis que realmente funcionem para resolver esses problemas. Os comerciantes ao longo das rodovias não são os culpados.
*Vilarino Wolff é comunicador.

sábado, 12 de abril de 2008

COTIDIANO - Blumenau, 12.abril.2008

INTERNACIONAIS

Tocha Olímpica

Quando disseram que o único país da América do Sul que receberia a tocha olímpica seria a Argentina, bateu aquela ponta de ciúme nos brasileiros. Agora, não só a gente (comum), mas até o presidente Lula deve estar dando graças a Deus pelo Brasil não fazer parte da escala da tocha. É só protestos e confusão. Que fique para 'los hermanos'.


NACIONAIS

Caso Isabela

Cá para nós, já encheu o saco. Virou uma concorrência entre os canais de tv. Não para dar a informação em primeira mão, mas para ganhar audiência (porque a mídia mobiliza, saca os índices de audiência e aposta fundo no 'case'). Com tanta pressão, a polícia terá que dar uma satisfação (preso) ao público logo, logo. Com maiores chances de errar, claro... sorte que nenhum trabalhador mais modesto entrou no prédio naquela noite (entregador de pizza, eletricista, pintor), pois senão já serviria de bode expiatório a essas alturas.

Pirou Geral

Pai matando filhos, filhos matando pais, torcidas se matando nas ruas, pessoas matando por nada. Parece que o mundo pirou de vez. Dá para explicar? Algum sociólogo se habilita? Muitos acham que a violência da mídia se transfere para as ruas e isso se torna um ciclo vicioso... talvez! Mas para mim, a diiculdade de encontrar momentos felizes faz das pessoas uma panela de pressão pronta para explodir.


LOCAIS

Blumenau 2050

Ok, estamos estudando a cidade para 2050... mas a pergunta é: não fizeram um Blumenau 2010, há alguns anos? Porque se fizeram esqueceram de implementar aquilo que foi levantado. Pelo menos no que se refere ao trânsito, onde, daqui a dois anos, vamos ter graves problemas de deslocamento. Muito graves. Graves já temos. E aqui, só com viadutos por sobre o centro da cidade. Claro que nunca teremos dinheiro para fazê-los. Então, deixemos para o próximo prefeito... e para o próximo, o próximo.

Solução Oriental

Até que um resolva ir para o Oriente, onde tecnologia e dinheiro não são problemas tão grandes, e façam uma parceria. Eles constroem e exploram pedágio por 20 anos. Quem pode e quer pagar, passa por cima. Quem não pode, roda por baixo. Depois do prazo, fica tudo para o município... ainda que seja mais fácil na teoria do que na prática, se ninguém tentar não se resolve.

Memória Curta

Logo depois das grandes enchentes de 1983 e 84, sempre que se falava em outra catástrofe dessas no país, Blumenau era a primeira da fila para ajudar. Agora no Maranhão e Piauí cidades estão debaixo da água e não se ouve qualquer movimento por aqui. Já esquecemos o que é ficar com a cidade debaixo d'água?

Renato, vice?

O ex-prefeito Renato Vianna já anunciou que é pré-candidato a prefeito pelo PMDB. Como o governador LHS (PMDB) tem interesse na manutenção da aliança na cidade e o PMDB não esconde que quer a vaga de vice na chapa do prefeito João Paulo (DEM), já são feitas análises de que Renato poderia vir a ser o vice de Kleinübing. Uma chapa e tanto, de peso. Capaz de enfrentar bem um Décio Lima (PT) que aparece bem nas pesquisas. Neste jogo de xadrez, só não tem "peão".

Verde Pré-feito

O advogado Ivan Natz (PV), que já botou a cara pra bater para prefeito e deputado, e agora namorava uma candidatura a vereador, parece que vai pro sacrifício de novo. O Partido Verde faz pré-lançamento da campanha dos pré-candidatos dia 19 de abril no G.E. Olímpico e Natz deve ser anunciado pré-candidato a prefeito.

Por hoje, é só...