quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A MELHOR DE TODOS OS TEMPOS

Oktoberfest 2016 (Foto: Marcelo Martins)

Quando vejo uma Oktoberfest mais do que organizada, gostosa de viver, como a deste ano, naturalmente me vejo remetido àquelas edições do início dos anos 90, quando os números apontavam um milhão de participantes. A cidade virava um caos, do centro à antiga Proeb. As reclamações dos blumenauenses eram muitas. Simplesmente não havia como receber tanta gente de uma só vez. Para piorar, naqueles tempos muitos turistas Brasil afora, especialmente em São Paulo, compraram a nossa Oktober como um “carnaval alemão”... zoeira sem freio... bebedeira e mulheres.

A Oktoberfest de hoje não tem nada a ver com aquele tempo. Foi necessária uma reposição da marca, que levou alguns anos. Da festa do chope para a festa das tradições germânicas. Foi imprescindível a procura da qualificação. Da festa e do público. Com a mesma cultura de trabalho, organização e limpeza de sempre, a Oktoberfest de Blumenau praticamente se reinventou. Nos últimos três anos, em especial, a festa cresceu em qualidade a olhos vistos. O incentivo às cervejarias artesanais talvez tenha sido o principal motivo. A gastronomia também melhorou. As bandas continuam ótimas e já nem dependemos tanto das atrações internacionais (embora bem vindas).

Além da preocupação com a limpeza e segurança, orgulho de sempre e itens mais do que elogiados pelos turistas, detalhes que parecem pequenos mas fazem a diferença foram implementados. O controle de ingressos e agilidade na entrada, a praça de alimentação (Biergarten) muito melhorada, maior número de banheiros disponíveis, restaurantes, pontos de fotografia... até a Sala de Imprensa é outra coisa. São tantas melhorias que a gente sempre vai esquecer alguns itens. Não é à toa que muita gente tem se referido à Oktoberfest/2016 como a melhor festa de todos os tempos. Ela cresceu tanto em qualidade que até o blumenauense, que um dia, lá atrás, torceu o nariz para a festa, está aproveitando a alegria que contamina a cidade.

Acredito que a ideia de parar de perseguir quebra de recorde de número de público para investir forte no crescimento da qualidade, tenha sido a decisão mais acertada de todos os tempos. Não é o número maior de pessoas dentro da festa que faz dela um sucesso. É como essas pessoas se sentem dentro da festa que conta. E neste quesito, a festa ofereceu muito mais opções de gastronomia, lazer, segurança, muito mais comodidade com menos filas em caixas e banheiros, muito mais alegria e encantou a todos, blumenauenses e turistas. Ainda que no sábado, dia 15, o número limite máximo de pessoas tenha colocado à prova esta qualidade superior, a organização esteve à altura. E, no geral, foi aprovada com estrelinha.

Os parabéns vão para a administração do Parque Vila Germânica, organizadores da Oktoberfest, comissões que trabalham muito para este sucesso, administração municipal... mas os parabéns vão, principalmente, para os blumenauenses, que possuem a cultura da tradição e mostram sem pudor – especialmente em outubro – o orgulho de viver esta cidade. É isto que encanta os turistas. E move a economia. E alegra a cada um de nós. E, mais uma vez, coloca Blumenau no patamar de um lugar especial, ímpar em suas peculiaridades, no coração de todos os brasileiros.  


DIA 30

Neste domingo termina o longo período do segundo turno das eleições municipais. Depois de muita propaganda sem ética (todos acompanharam de onde veio), é hora de escolher o próximo prefeito de Blumenau. Quem vota, opina. Quem não vai votar, não adianta nem se manifestar antes ou protestar depois. Está deixando que os outros escolham por ela.


ÚLTIMA CHANCE

Debate da RBS TV nesta sexta, 28, é a última chance para aqueles que pretendem ir às urnas e ainda não definiram o voto. Se é que tem alguém nesta indecisão. Sempre é interessante ver os debates, mas não mudam muita coisa não...


SEM PESQUISA

Sem as pesquisas de institutos que não acertam os percentuais em Blumenau (e não só aqui), sabe-se se por incompetência ou interesses ocultos, a eleição parece mais limpa. O eleitor que tem sua preferência deve ir às urnas votar por ela – e não porque um instituto disse que alguém está na frente. E a ausência de pesquisa deixa mais legal até mesmo os pitacos. Tem gente até fazendo bolão.


IMPRESSÃO

Eu tinha uma leitura logo após o fim do primeiro turno. Analisando votos daqui, dali e acolá, chegaria a apostar em algo em torno de 53,6% para Napoleão contra 46,4% para Jean. Mas vendo as propagandas eleitorais do segundo turno e conhecendo o eleitor blumenauense, acredito que Napoleão passe de 60% dos votos neste domingo. Algo na casa de 62%. Pitaco FW. Que é só mais um palpite.


FINAL DE FEIRA

Que bom que, com a eleição, a campanha eleitoral chega ao fim. Nunca li tantas asneiras escritas nas redes sociais, algumas por pessoas que conheço pessoalmente. A gente ri, pensa e se decepciona. Ética pro lixo, respeito vai junto. Que venham tempos de menos podridão, menos raiva e menos mentiras, pois nossos cérebros não merecem isso.


ENQUANTO ISSO...

Em Brasília o presidente do senador Renan “ainda tô livre” Calheiros desce das tamancas e resolve comprar briga com o Poder Judiciário. Chamou ministro de “chefete” e juiz de Direito de “juizeco”. Esqueceu que jogo de cintura é melhor do que desinteligência. Afinal, qualquer pessoa de bom senso sabe que a língua é o chicote do rabo. Depois que viu a m que fez, tentou provocar uma reunião com os chefes dos três poderes. Pediu pro Temer intermediar. A ministra presidente do STF disse um sonoro “não”.

Estou só esperando o nome dele cair lá no STF pra ver o tamanho da derrota de Renan.  


ESTUDANTES?

Na boa... virou moda estudante invadir escola, universidade, paralisar as aulas e atividades. Qualquer coisa que discordem, desde que bem manipulados (claro), param tudo. A minoria prejudicando a maioria que gostaria de ter aulas. Uma minoria que fugiu dos ensinamentos sobre democracia e não leu o que a palavra significa no dicionário.

Alguém aí tem alguma dúvida de quem está insuflando este movimento?


VAI, CURINTIA!...

Torcida do Corinthians foi ao Rio para o jogo do Flamengo. Pequena parte dela aprontou. Tem que pagar. Os trinta presos devem, no futuro, ser abolidos dos estádios. Nunca mais ver um jogo de futebol. Assim resolveram o problema dos holligans na Inglaterra. Estádio de futebol também é lugar de gente civilizada.


É igual eleição. Se não vai fazer a coisa certa, fora!



terça-feira, 18 de outubro de 2016

AS DECEPÇÕES DE UMA CAMPANHA


Mesmo antes de uma campanha eleitoral terminar, as decepções ficam escancaradas no caminho das pessoas. Não digo nem das frustrações por promessas fantasiosas que jamais conseguirão ser cumpridas. Até porque para o eleitor medianamente esperto, fica fácil separar aquilo que é possível do que é impraticável realizar. A grande decepção fica por conta da falta de ética, oriunda de pessoas próximas, muitas vezes da família, que não tem pudor em usar outras pessoas para alcançar objetivos meramente políticos. Além disso, as redes sociais se transformam em amplo campo de amargurados, pessoas infelizes, com dor de cotovelo, a atacar os outros que não pensam iguais a elas. Todo este time faz parte da escória que a humanidade sempre sustentou e a política, muitas vezes, coloca debaixo do braço. É por isso que a política está como está – é esta a velha política que a imensa maioria quer ver extirpada de nossas vidas.

Na campanha eleitoral de Blumenau, estamos vendo a prática antiética da forma mais sorrateira. Nas redes sociais, a escória não respeita os outros, ataca com palavrões pessoas que nem conhecem pessoalmente, utilizam até os próprios familiares para alcançar seus objetivos. Para esses, a ética não existe. Na verdade, eles nem sabem o que é ética. Ouviram falar que é uma virtude – e pronto. Ética como virtude poderia ser considerada um conceito de Platão e Aristóteles, mas é um conceito bastante incipiente (principiante, por isso, com “c”). Ética é muito mais, conforme ensinam as várias escolas filosóficas. Ética é buscar a felicidade sem prejudicar os outros. É fazer aquilo que é certo para poder dormir com a cabeça tranquila no travesseiro, mesmo que ninguém esteja vendo. É não usar ninguém para seus objetivos próprios. Ou não caluniar ninguém, ainda mais somente porque pensa diferente.

Infelizmente as redes sociais acabam sendo (mal) utilizadas por muita gente que quer chegar aos seus objetivos a qualquer custo. Ou mesmo que, amargurados com seus problemas pessoais, descontam sua raiva nos outros, através da política. O facebook nesta campanha em Blumenau, por exemplo, está cheio delas. Este estado de coisas reforça a realidade de que a política não presta. Mas assim como as redes sociais, não é exatamente a política que não presta. São pessoas infiltradas como soldados eleitorais que fazem da política uma guerra. Tornam o que deveria ser um momento propositivo-cidadão em benefício da comunidade, em uma atividade sem escrúpulos, sem ética e sem noção. É uma pena que as pessoas que representam este estado lastimável de coisas saiam impunes (pela legislação) de seus atos. Mas não sairão impunes pela lei do universo. Talvez já estejam pagando na vida pessoal, e por isso ajam com tanta baixeza, amargura e falta de ética.

A última da campanha 55 foi criar um vídeo e espalhar pelo whatsapp falando de mim e minha mulher. Tentam criar clima para atingir o prefeito Napoleão, candidato à reeleição. Minhas opiniões devem incomodar muita gente, ou não se dariam ao trabalho. Pior é que misturam público com privado, alhos com bugalhos e mentem (mais uma vez) deslavadamente. Tentam mexer na vida pessoal, como fazem com familiares. Claro que vão dizer que não sabem quem fez, oficialmente. Mas estou calejado de ver essas bobagens de gente desesperada em eleição. Desta, fui obrigado a rir. Se criarem mais um, até eu saio candidato em uma próxima. Vão me projetar, os tolos.
  
É uma lástima que uma candidatura específica reúna essas pessoas ao entorno de si.


Eu acredito em uma nova maneira de fazer política, seja durante uma campanha, seja durante a administração pública. Por isso sou #Napoleão45.


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

JUSTIÇA, POLÍCIA E SOCIEDADE


Dois casos emblemáticos mostram como as coisas (não) funcionam no Brasil. Um deles envolve o poder judiciário que, todos sabemos, é tão lento quanto uma tartaruga. O outro tem a ver com uma ação policial em Santa Catarina, que cai na mídia como um ato equivocado, quando na verdade são policiais cumprindo o seu dever. Ambos mostram, no entanto, as dificuldades de se promover segurança pública e justiça em um país que tem graves problemas estruturais para que isso aconteça.

No primeiro caso, uma juíza do Pará que mandou prender e colocar uma menina, adolescente de 15 anos de idade, em uma cela com 30 homens presos, acaba de ter a pena aliviada a mando do Supremo Tribunal Federal – sim, o STF, último guardião de nossa Justiça. O ato insano e irresponsável da juíza, em 2007, condenou ao estupro e tortura a adolescente, violentada pelos colegas de cela. Um resultado óbvio para quem tem o mínimo conhecimento sobre como as coisas funcionam em celas de detenção. Ela, juíza, deveria ter bem mais do que o conhecimento mínimo.

Julgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2012, tal juíza deveria estar fora da vida judiciária, condenada que foi à aposentadoria compulsória. Ainda ganharia o benefício da aposentadoria... mas o STF mandou que o CNJ revisse a punição por considerá-la dura demais. Como se não fosse dura a punição imposta à menina jogada em uma cela com 30 homens para ser, obviamente, estuprada. O CNJ, obedecendo o STF, deu pena mais leve: dois anos sem poder atuar como juíza. Parabéns! Jogam na vala comum esta juíza e os doutos juízes de direito de todo o Brasil. O corporativismo, no caso, falou mais alto do que a justiça que se busca quando os casos param no poder judiciário.

No outro caso, em Itajaí, policiais mataram quatro bandidos que estavam em uma casa com armas e coletes à prova de balas. O clima na cidade já está um barril de pólvora desde terça-feira à noite, quando uma rebelião na penitenciária de Canhanbuda desembocou em ataques de bandidos que incendiaram carros, pneus e atiraram na casa de um policial. A ação policial em que morreram quatro está sendo colocada em dúvida. Segundo vizinhos do local, os policiais já teriam chegado atirando. A versão da polícia é que houve troca de tiros. A realidade é que quatro homens em uma casa com armas e coletes à prova de balas, não são beatos em busca de purificação. Com toda certeza já haviam cometido crimes e o fariam de novo.

Se queremos uma polícia atuante, que combata efetivamente a criminalidade crescente que faz da sociedade refém dos maus elementos, deveríamos apoiar ações policiais que impedem bandidos de cometerem seus crimes. Claro que o caminho ideal é a prisão e encaminhamento à Justiça. Mas se há troca de tiros, não importa quem atirou primeiro. É dever do policial defender a sociedade e tirar de circulação aqueles que a ameaçam, sempre com violência contra as pessoas, contra o cidadão ou cidadã que trabalha para sustentar a família.

Temos que deixar de ser hipócritas. Quem está minimamente informado de como funciona o sistema, sabe que a polícia enxuga gelo em um aparelhamento de estado que não funciona. Prende o mau elemento para que em horas ele esteja solto nas ruas, novamente. Para que ele ameace e roube sua nova vítima, zombando da polícia e da sociedade. Devido às leis frouxas, à falta de fiscalização (leia-se policiamento) e à total lerdeza do Poder Judiciário pelas falhas estruturais do próprio sistema (e aí se vai desde as permissividades dos códigos processuais à falta de equilíbrio entre o número de processos e de pessoas para neles trabalharem), temos bandidos livres, uma sociedade com medo e uma justiça muito relativa. Inclusive quando o assunto é punir uma de seus pares.


LIMITES DE GASTOS

O governo Temer conseguiu uma primeira vitória estrondosa ao ver aprovado pela Câmara Federal o limite (teto) de gastos públicos. A ideia é só investir a mais no próximo ano, aquilo que o índice da inflação apontar. Claro que há o temor de aperto no cinto salarial dos servidores públicos, bem como de limitação de investimentos em áreas estratégicas como saúde, educação e infraestrutura. Mas, assim como na casa da gente, não há como gastar mais do que se ganha – no caso, arrecada. E o pior é que na esfera governamental, se gastam mais, nós é que pagamos o pato.

  
CAMPANHA

O segundo turno da campanha política em Blumenau começou como terminou o primeiro. Não há fato novo. Isto quer dizer que pouca coisa deve mudar no resultado das urnas. Talvez 1% pra lá, 1% pra cá...


NAS RUAS

Exceto o trabalho dos candidatos e militantes nas ruas, programas eleitorais de rádio e tv e o agito sempre exacerbado (e quase nunca produtivo) das redes sociais, o clima geral de Blumenau parece estar contaminado de Oktoberfest. E ela acaba apenas uma semana antes da eleição.


OUTRAS DUAS

Acompanhando de longe as eleições em Florianópolis e Joinville, parece que Gean Loureiro terá mais facilidade do que Udo Döhler para se tornar prefeito. Ainda assim, ambos figuram como prováveis comandantes de seus municípios.

Se os resultados se confirmarem nas três cidades, o governador Raimundo Colombo sairia derrotado em todas. Impacto em 2018?


NO FACEBOOK


Hoje um colega saiu com uma ótima: “O facebook tinha que estratificar seu público pelo Q.I.”. As pessoas seriam divididas em redes diferentes. Os que só falam bobagens, com os que só falam babagens. Os que publicam coisas interessantes, com os de mesma espécie. Achei a ideia fantástica. Cairia muito bem no geral, e especialmente bem em determinadas épocas.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

BEM VINDA, OKTOBERFEST!

Pavilhões cobertos do Parque Vila Germânica: festa garantida!  Foto: Marcelo Martins

Chegamos ao mês de outubro e Blumenau fica ainda mais viva, ainda mais radiante. Começa nesta quarta-feira, 5, a 33ª edição da Oktoberfest – a segunda maior do mundo, a maior das Américas. Ainda que em meio a um processo eleitoral, a Oktober – como chamamos carinhosamente a festa com aquela mania bem brasileira de abreviar todos os nomes próprios – traz um astral diferente para a cidade com turistas, mais alegria, um espaço de convivência no Parque Vila Germânica para curtir as tradições.

Todo mundo sabe que a gastronomia, o chope (muito mais valorizado depois das cervejas artesanais) e os trajes típicos chamam a atenção e trazem gente de todos os lugares. Os desfiles que acontecem duas vezes por semana contagiam a cidade, parando sua principal rua. O blumenauense se solta durante a Oktober. Os visitantes se amarram no clima festivo da cidade. O comércio vê no mês de outubro, uma chance de enfrentar com otimismo o mau momento econômico pelo qual passa o Brasil. Os hotéis já comemoram uma taxa de ocupação de 95%. As costureiras especializadas em trajes típicos quase não dão conta da demanda. Esta é a Blumenau de outubro. Uma maneira bem brasileira de dar boas vindas à primavera em terra colonizada por alemães.

O blumenauense mais tranquilo vai à festa durante os dias de semana. Deixa a sexta e o sábado para os turistas de todos os recantos, dos municípios vizinhos às cidades longínquas, e para a juventude que curte o Parque Vila Germânica bombando de gente. Mas todos acabam dando uma passadinha lá, com pouquíssimas exceções. Afinal, Oktoberfest é só uma vez por ano. Entre as novidades de 2016, está o retorno do Parque de Diversões e a Oktober Galerie, uma exposição que acontece em shopping da cidade. Uma realidade incontestável, é que a festa mudou e ganhou muito em qualidade nos últimos anos. Não se compara com os anos 90. E parece ficar melhor a cada ano que passa, mais organizada, mais confortável.

Sempre espanta o preço cobrado pelos estacionamentos no entorno da Vila Germânica. Eles são o maior parceiro dos taxistas da cidade e também das campanhas para que ninguém dirija após ingerir bebida alcoólica. Com os preços praticados, melhor deixar mesmo o carro em casa. Se bem que se a pessoa procurar bem, bem, mas bem mesmo e não se importar de caminhar um pouquinho, até encontra algo em torno de R$ 10,00 – o que representa 30% do preço do que cobram os estacionamentos em geral. A dica: estacionamento de supermercado.

Aliás, para quem quer saber TUDO sobre a Oktoberfest de Blumenau, é só acessar o site da festa: http://www.oktoberfestblumenau.com.br.


As imagens traduzem tão bem a festa, que este post especial oktoberfestivo merece mais visual e menos palavras. Curtam as imagens do fotógrafo Marcelo Martins... E “Ein Prosit”!  
















segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A LIÇÃO DAS ELEIÇÕES 2016

Comparativo de prefeituras nas mãos dos partidos em 2012 e agora. 


As eleições municipais realizadas neste domingo, dia 02, deixaram um recado muito claro ao PT e aos políticos de forma geral. Ao PT, maior perdedor do pleito por motivos óbvios (denúncias de corrupção, investigações, prisões etc), a necessidade de reinventar o partido. É preciso fazer um mea culpa interno, reconhecer os erros, voltar ao que o partido foi no seu nascedouro e recomeçar todo o trabalho se não quiser ver, cada vez mais, seu eleitorado se afastando de suas propostas. Teoria e prática são dois lados de uma mesma moeda, mas de difícil convivência pacífica quando se chega ao poder. E, ao contrário do que podem pensar os mais radicais, os fins não justificam os meios. Não vale tudo para se chegar ao resultado que a causa quer. Não é assim que se pratica a ética, nem mesmo se fortalece a democracia.

As urnas demonstraram isto fortemente. Nos quadros lá de cima pode se ver quantos prefeitos cada partido elegeu na eleição de 2012 e também agora, em 2016. A derrocada do PT é enorme. Das capitais brasileiras, só venceu no Acre (e aqui aquela brincadeirinha com o Acre não vale) e não disputa nenhuma eleição em segundo turno. Na maior capital do país, São Paulo, Fernando Haddad tentou a reeleição e não conseguiu sequer provocar o segundo turno. Perdeu no primeiro. Em Blumenau, a bancada de vereadores petista se resumiu a um único parlamentar. O recado foi dado nas urnas. Agora é preciso sabedoria para interpretá-lo, caso o partido queira continuar sua luta na vida política do país.

Aos políticos de uma forma geral, o recado das urnas é que o brasileiro cansou da mesmice – que no caso do nosso país são as velhas práticas políticas que incluem currais eleitorais, corrupção deslavada, favorecimentos em troca de votos. Se ainda há uma boa parcela dos eleitores que tenta se aproveitar das campanhas políticas para “se dar bem”, a verdade é que a grande maioria ou está indignada com este estado de coisas e vota contra isso, ou está tão desesperançosa que nem vota mais. O número de votos em branco, nulos e abstenções dá este recado em todo o país. Em Blumenau, por exemplo, se perdeu 28.465 votos (13,6%) entre brancos e nulos. E outros 20.823 eleitores (9%) nem foram às urnas. No total, 22,6% de votos desperdiçados.

Uma coisa é certa. O eleitor cansou da velha política e de tudo que ela representa. Rejeitou os representantes desta velha política. Para a incredibilidade dos revoltosos que se negam a participar do pleito democrático e para desespero das velhas raposas políticas que comandaram o país desde sempre, o sentimento é de renovação. Parece que não anda, parece que não muda, mas sabiamente já dizia Renato Russo em uma de suas composições da banda Legião Urbana: “... e a mudança levou tempo por ser tão veloz” (Perdidos no Espaço). Estamos aprendendo a lidar com a democracia, com eleições e com o fim do coronelismo político. Estamos aprendendo, através do voto válido e consciente, a empreender a mudança que para nós parece que não acontece pelo imediatismo que desejamos, mas que vem ocorrendo de forma avassaladora nos últimos anos. Melhor do que isso, só se tivéssemos o mesmo avanço na educação, criando mentes mais pensantes. Mas aí o buraco é um pouco mais embaixo. 


PESQUISA E URNA

Mais uma vez a pesquisa realizada em Blumenau buscando antecipar a intenção de votos para prefeito deu com os burros na água. O instituto Mapa terá dificuldade para explicar como um candidato que estaria 5% na frente do outro, chegou 9% atrás – uma diferença, no caso, de 14%. É muito espaço de erro. Assim como nas eleições municipais de 2012, os institutos de pesquisa (muitos nem apareceram por Blumenau este ano) afundam-se no descrédito. Algo aí está muito errado. Ou a prática da pesquisa nas ruas ou a leitura de seus dados pelos chefes do instituto. A pesquisa está muito distante das urnas.

Coincidentemente, os números bem diferentes só aconteceram entre os dois principais candidatos.

Nas ruas já virou piada. Galera sugere margem de erro de 50%.


NÚMEROS DE BLUMENAU

Candidato/partido                             Votos                               %
Napoleão Bernardes - PSDB
81.050
44,81%
Jean Kuhlmann - PSD
63.411
35,06%
Ivan Naatz - PDT
16.652
  9,21%
Arnaldo Zimmermann – PC do B
10.855
  6,00%
Valmor Schiochet -  PT
  8.911
  4,93%



Nulos
19.199
  9,17%
Brancos
  9.266
  4,43%


VEREADORES ELEITOS

Vereador/partido                               Votos
Marcos da Rosa - DEM
  5.571
Bruno Cunha - PSB
  4.829
Sylvio Zimmermann - PSDB
  3.773
Zeca Bombeiro - SD
  3.760
Jovino Cardoso - PSD
  3.556
Adriano Pereira - PT
  3.413
Jens Mantau - PSDB
  3.279
Ricardo Alba - PP
  3.277
Marcelo Lanzarin - PMDB
  3.145
Oldemar Becker - DEM
  3.082
Alexandre Matias - PSDB
  2.887
Professor Gilson - PSD
  2.615
Alexandre Caminha - PROS
  2.477
Almir Vieira - PP
  2.343
Ailton de Souza - PR
  2.279

A nominata de vereadores não surpreende. Mostra que o eleitor blumenauense optou pela renovação na Câmara. Apenas quatro parlamentares foram reeleitos. Todos com trabalhos bem específicos junto às suas comunidades, às suas bases eleitorais. A ótima votação de Marcos da Rosa não surpreende tanto quanto a do segundo colocado Bruno Cunha. Marcos já era vereador e mostrou-se um parlamentar ponderado, inteligente, sensato. Já Bruno traduz o sentimento de renovação. Jovem, causas sociais definidas, uma campanha diferente.

Todos os eleitos estão de parabéns. E aqueles que participaram do pleito com ética, também. Que estejam preparados para as exigências deste novo momento da política brasileira. Se você tem curiosidade para saber a votação de todos os candidatos, este é o link: https://www.eleicoes2016.com.br/candidatos-blumenau/ .


SURPRESAS

Não posso negar que o que me surpreendeu foram algumas ausências, como as dos candidatos Fábio Fiedler (PSD), Robinho (PR) e Jéferson Forest (PT). Igualmente é de se estranhar a baixíssima votação de candidatos que defendem a causa da moda, a causa animal, como Evelyn Huscher (PT) que fez só 517 votos. Claro que deve ter sido prejudicada pelo estigma criado pelo partido. Por outro lado alguns estreantes também surpreenderam. Não sei quem é Ivanor Cabelereiro (PMDB) que fez 1.685 votos, mais do que o vereador (não reeleito) Vanderlei de Oliveira (PT). Outro bem votado foi João Paulo Taumaturgo (PSDB), que estreou com 2.094 votos.  


SEGUNDO TURNO

Por fim, vem aí o segundo turno. Tempo igual de rádio e tevê para os dois candidatos. Mas não se engane: o que pode parecer bom, necessariamente não o é. Se o candidato não levar jeito pra coisa, não adianta, não convence. Os olhos, a expressão, a maneira de dizer as coisas... tudo conta. É ali que você consegue definir quem fala ou não a verdade, quem fala ou não com o coração. É uma faca de dois gumes.


MAIS UM MÊS

E, claro, teremos mais um mês de asseclas de candidato, muitos deles mal educados, falando bobagens nas redes sociais, como se o facebook fosse depósito de estrume. Coisas da democracia. Nem tudo é lado bom. Os comentários nas postagens de perfis formadores de opinião são a grande sujeira da eleição. Tiraram aquela papelada da rua, veio o papelão das redes.