quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

FELICIDADE ENTRE O EXISTIR E O VIVER



A vida não é fácil – e talvez por isso seja tão interessante. Ela é uma luta. Diária, direta. Uma luta pela sobrevivência. Para os que pensam um pouco mais, uma luta por viver e não apenas existir. Como já diria Oscar Wilde, “viver é uma coisa rara. A maioria das pessoas apenas existe”.   De uma forma geral, a vida por si só é lutar pela subsistência. Mal ou bem, pior ou melhor, é o que todos fazemos nas horas do dia em que trabalhamos. Mas neste turbilhão da vida diária, parece que poucos lembram de pensar na própria felicidade, de correr atrás dela, de lutar por ela.

Mas um filósofo já chamaria para a discussão: o que é felicidade?  De uma forma geral, concordamos que ela não existe peremptoriamente. Felicidade é o momento. Um momento feliz. Sendo assim, se você conquista muitos momentos felizes, terá a sensação de felicidade por mais tempo... pode até se dizer feliz. Se consegue ter menos momentos felizes, prazerosos, gostosos, irradiantes do que momentos comuns, mornos, sem sal, calculará mais momentos infelizes do que felizes. Mas... tudo bem. A ideia aqui não é explicar felicidade, mas dizer da necessidade que temos de correr atrás dela. E ela é diferente para cada ser humano, porque cada um tem a sua necessidade interior.

A vida não é fácil porque nós, seres humanos racionais e ditos inteligentes, complicamos. Mas complicá-la faz parte da nossa natureza. A “paz de espírito” é desejada, mas ao mesmo tempo é letárgica. É da natureza humana buscar soluções para os problemas – e para isso é preciso ter problemas. Nossos ancestrais eram caçadores, guerreiros, lutavam pela subsistência. Este “incômodo” faz parte daquilo que pretendemos chamar de felicidade. Sem esses desafios, nos acomodamos. E ficamos infelizes. A felicidade morna é satisfatória para a grande maioria das pessoas, mas não para todas. Essa minoria busca uma felicidade mais “quente”, mais intensa. Geralmente são os incompreendidos pela maioria.

Não há uma fórmula para a felicidade. Ela varia de pessoa para pessoa, de grupo para grupo, de sociedade para sociedade. Porém buscá-la é um direito – e até um dever. Ainda que muitos não compreendam, cada vida, cada pessoa tem sua própria fórmula de correr atrás da felicidade. Talvez considerar que nunca a alcance, seja uma estratégia para permanecer vivo, para se sentir vivo. Nesta busca, uma das piores experiências é outras pessoas acharem que o indivíduo deve se comportar como elas se comportariam. Como se fossem donas da verdade, tivessem a fórmula que é homogênea e serve para toda a humanidade. Isto não é só um erro, mas uma besteira de tamanho imenso.


Acredito que a vida é uma só. Na minha vã filosofia mundana, nada existe depois da morte (talvez por isso a encare e aceite bastante bem). Se nada existe, precisamos buscar ser felizes aqui e agora, nesta única vida que conhecemos. Pior do que tentar e errar, é jamais ter tentado. E a felicidade (ou buscar a grande maioria de momentos felizes) é a única razão para estarmos aqui, vivos. Afinal, viver é o que realmente importa. Isto é uma busca, uma vitória, o coroar de uma luta. Existir é tão somente algo que ganhamos de graça. Pouco vale, se não pelo fato de que é preciso existir para poder querer viver.  

Quando René Descartes criou a frase Duvido, logo penso, logo existo (“Dubito, ergo cogito, ergo Sum”), em verdade ele tinha a boa intenção de declarar que o ser humano deve duvidar, questionar para pensar e crescer. Ao se questionar, a própria noção de felicidade é colocada à prova. A frase abreviada para apenas “Penso, logo existo”, deixa margem para críticas. Se assim fosse, o dito deveria ser “Penso, logo vivo”. Ou não?... 

Pense!


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

POR QUE O PARAÍSO MERECE SER PRESERVADO

Nesses tempos ruins em que a tia Dilma resolve tirar todo o atraso de uma política econômica represada para sua reeleição nas costas do contribuinte brasileiro, só mesmo estando no paraíso para não xingar a atual mãe da pátria, reeleita. Mas essas verdades negativas ficam pra uma outra hora.

Hoje é dia de vislumbrar o paraíso em fotos. Aí você, caro leitor, vai entender por que é imprescindível curtir, preservar e viver as belezas de Mariscal - o paraíso na terra.


 Amanhecer desta quarta-feira, 21.

Um céu de filme à disposição real dos olhos.

Minutos depois, ao olhar para o outro lado, um arco-íris.

Uma manhã nublada, com vento, e ainda assim especial.

Os dias anteriores foram uma verdadeira pintura.

Um mar como este, sem o mínimo de poluição, só aqui.

Curtir a natureza na porta de casa.

Aproveitando tudo o que ela oferece.

Natureza e saúde juntos.

Com direito à estoque próprio.

E com a visita diária do "amigo" lagarto.

Ele vem filar a bóia todo dia, na hora do almoço.

Sem falar dos outros bichos, comuns por aqui.

E do ladinho da praia ainda tem o Morro do Macaco.

Parceirão de várias subidas, pelo menos uma por verão.

E o visual lá de cima, vale muito a pena.



É por essas e outras que o paraíso merece ser preservado. Nele, é possível esquecer até mesmo as agruras impostas pela dona Dilma.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O FUNDAMENTALISMO MORA AQUI


O caso do jornal-revista francês que teve seus jornalistas e chargistas mortos por dois irmãos fundamentalistas muçulmanos traz, mais uma vez, o debate sobre a incapacidade de algumas pessoas de compreenderem que não detém a verdade absoluta – até porque ela não existe. Assim como no 11 de setembro da Al Qaeda, os muçulmanos são vistos como a escória do mundo. Um erro. Não se pode colocar todos os seguidores de uma tendência religiosa no mesmo saco. Quando se vai pensar sobre temas sérios, é preciso começar pelas definições. Afinal, o que é fundamentalismo? 

Fundamentalismo é a doutrina ou prática das religiões que interpretam de modo literal as escrituras sagradas. Sendo assim, é claro que não temos apenas fundamentalistas muçulmanos. Temos muitos fundamentalistas cristãos, pessoas que vêem a Bíblia como um manual de vida e cujas palavras não permitem interpretações. Como se as escrituras sagradas fossem um manual de “como fazer”. Como se as passagens ali narradas não tivessem sido escritas por homens que, como todos nós, são passíveis de sentimentos, de uma carga existencial que inconscientemente é repassada na narração de um fato. Aliás, a própria Igreja Católica mostrou-se fundamentalista na caça às bruxas, por exemplo.

O problema maior, no entanto, parece ser a cegueira dos fundamentalistas. Costumam imaginar que são donos absolutos da razão, que sua verdade é a única e que todos que pensam diferente estão errados. O princípio da não tolerância à opinião do outro, da total falta de respeito àqueles que a própria Bíblia chama de irmãos. Para deixar barato, porque se está muito próximo da realidade dizer que é a ignorância absoluta, a arrogância cega, a falta de capacidade intelectual no seu mais alto grau.

Esta cegueira, arrogância e burrice generalizada faz pessoas saírem matando outras pessoas em nome de um deus. Porém, todos os dias, em vários lugares do mundo, pessoas tentam matar a opinião das outras que pensam diferente simplesmente porque não conseguem aceitar o contraditório. A cegueira e tentativa de convencimento quase que na marra do outro é o primeiro indício do problema. A violência é o passo seguinte. A religião é campo vasto para esses fanáticos, mas eles também estão nas torcidas de futebol, nos partidos políticos, em cada lugar que haja um imbecil que não aceita que o outro tenha opinião diferente da dele.

Perdem a chance de serem seres humanos melhores. Assim como só o questionamento, a dúvida, nos faz crescer, só o embate respeitoso de opiniões nos amadurece com qualidade.

NÃO DEIXE DE VER

Poucas vezes me empolgo tanto a ponto de colocar um título desses em uma nota e disponibilizar o link de um vídeo aqui no blog. Porém, a verdadeira aula que o filósofo brasileiro contemporâneo Mário Sérgio Cortela, professor da USP. No vídeo, ele dá a exata dimensão da importância do ser humano no universo na palestra “Você Sabe Com Quem Está Falando”?

Não perde tempo. Vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=P3NpHryB-fQ. Vale a pena! Aliás, conecta até mesmo com a nota de abertura.

PAPAGAIO DE PIRATA

É interessante como algumas pessoas têm tanto a dizer para acrescentar um pensamento à nossa existência, causar uma reflexão, enquanto outras buscam holofotes a qualquer preço. Com uma tribuna na mão, há quem faça ou diga qualquer asneira para ter um espaçozinho na mídia. Muitas vezes sendo leviano, antiético e mentiroso. Dá dó.

VOTO QUALITATIVO

Às vezes fico viajando nos pensamentos e acabo criando algumas bobagenzinhas do tipo: e se o voto fosse qualitativo?  Se o voto de quem se interessa, se importa, pesquisa em quem vai votar, acompanha o trabalho dos seus representantes valesse mais do que o voto do eleitor desinteressado, apático, corrupto, que espera uma eleição para pedir alguma vantagem pelo voto?  Isto me parece bastante justo.  O voto do eleitor consciente valeria dois votos. O do eleitor corrupto, um apenas. Creio que falador de asneiras não se elegeria tão fácil.

IMÓVEL BRASÍLIA


A loja Móveis Brasília, na rua XV, fechou as portas. Eu sei que não deveria, mas não me contenho. O trocadilho já começa pelo título da nota. Continua sugerindo que fechou por excesso de corrupção. Termina lembrando que a única Brasília que continua incólume é a Ilha de Lost, a capital federal. Nem o veículo de mesmo nome resistiu.