quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

CRIADOR E CRIATURA II (ou Depois de criar Deus, o homem criou o Diabo)


Esperto este tal ser humano. Depois de criar Deus à sua imagem e semelhança para reinar – ele próprio, ser humano – sobre todas as coisas, para se sentir onipotente e onipresente a ponto de subjugar a natureza, as demais espécies e a própria espécie, o homem precisava mais. Precisava criar um antagônico para si mesmo. Ao mesmo tempo, um antagônico que criasse temor à própria espécie, como forma de negociar pecados e salvações.

Não bastava ter criado a personificação do bem à sua própria imagem e semelhança. Precisava do mal. Aí o homem criou o Diabo, também retrato de si. Com ele personificou a luta interna entre o bem e o mal. O homem, a partir de então, passou a ser soberano em todas as possibilidades de decisão. Com a vantagem de poder terceirizar aquilo que não tem coragem de enfrentar. Ao mesmo tempo, assumiu como invenção o tal “livre arbítrio” para ter a possibilidade de praticar Deus e o Diabo no momento que melhor lhe convier.

Esperto este tal ser humano. Apropria-se do poder do bem e do mal ao inventar criaturas que personificam os dois lados da mesma moeda (ou, melhor dizendo, os dois lados dele mesmo) e, dissimuladamente, terceiriza os atos e resultados daquilo que não quer ou não tem coragem de assumir. De quebra, ainda cria no imaginário da imensa maioria de sua espécie a figura do prêmio (por ser bonzinho) e do medo (por ser malvado). Desta forma, mantém a sociedade em uma letargia natural, em busca de uma salvação pós morte, da remissão dos pecados e do cabresto do ímpeto das ações para evitar o inferno.

O que impressiona tanto quanto ter criado esse simbolismo personificado para dar poder a si, controlar a sociedade humana e subjugar todas as outras espécies e coisas, é a capacidade de criar, também, histórias que tentam corroborar este arcabouço de idéias fantásticas. Histórias que permitem todo e qualquer tipo de interpretação como o homem (Adão) ser criado por Deus e a mulher (Eva) ter sido feita de uma costela do homem; dos 10 mandamentos impressos por raios do céu (Deus, aqui, escreve através de raios) que escreveram em uma tábua segurada por um homem (Moisés), no alto de uma montanha (Monte Sinai); até os inúmeros milagres de Jesus Cristo, cujo ápice dos desvarios reside em sua ressurreição.

São tantas histórias fantasiosas, muitas delas baseadas na cultura do povo da época exatamente para emprestarem-lhe credibilidade, que é de se dar a mão à palmatória pelo incrível cabedal de contos a reforçar uma ideia criacional a ponto de dar a ela, com o passar dos séculos, resquícios de veracidade. Também não é novidade o dito popular que aponta que “uma mentira dita muitas vezes, acaba sendo tomada por verdade”. No caso em questão, o ser humano conquistou mais: conseguiu incrustar as improváveis e impossíveis histórias que queria na própria cultura dos povos que se seguiram, criando as crenças. 


E assim caminha a humanidade... Deus e o Diabo ocupando o mesmo corpo humano de seu criador para todo o sempre. 


terça-feira, 24 de outubro de 2017

CRIADOR E CRIATURA (ou O Dia em que o Homem Criou Deus)


O ser humano (o tal homo sapiens) se acha. Considera-se o soberano do planeta, aquele que tem o poder racional de subjugar as outras espécies e a natureza. Foi com esta sapiência toda que o homem criou Deus. Primeiro, muitos. Os deuses da Grécia Antiga dividiam poderes. Até ali, os homens criavam divindades distintas tentando respeitar suas próprias diferenças.

Porém o ser humano, este ser de incrível sabedoria, notou que poderia dominar melhor as coisas, as espécies e aos outros homens ao se proclamar único. Para ser forte precisava ser uno. E para ser mais forte, precisava criar um único Deus. Um Deus onipresente e onipotente. Um Deus só que comandasse o reino dos céus e da terra, soberano como o homem se acha. Um só Deus que fosse temido por todos, obedecido por todos, que, através dos homens, escolhesse os bons e os maus, e os pecadores, e os profetas.

Ao criar um Deus uno, o homem obteve a voz do comando eterno. Não se tratava mais de homens mandando em homens, mas de homens mandando em homens por meio de um Deus insuperável, inabalável e inatingível. Quem ousaria desafiar Deus?  Quem ousaria descumprir suas ordens?  Quem ousaria desacreditá-lo?  E depois dele, a religião, as igrejas, os livros com as ordens em forma de historietas, profetas embutidos do poder de falar em nome do criador-criado.

Assim, pode o homem colocar a todos de joelhos. Todos são mansos cordeiros ao obedecer as regras criadas pelos próprios homens em nome de um Deus. Desta forma, o inteligente ser humano manteve a sociedade sob seu domínio. As leis divinas divinamente humanas dão o condão da mínima ordem social. Todo aquele que não as cumpre não merece o reino do céu. Não se comportou, não tem prêmio. Duvidou, não é merecedor. Discordou, é penalizado. A homogeneização da crença para que a raça humana continue demasiadamente divina.

O homem criou Deus à sua imagem e semelhança – não ao contrário, como o próprio homem engana para continuar sendo aceito como líder e subjugando os da própria espécie. Porque era exatamente isso do que precisava. Tornar-se divino. De quebra, dividiu a espécie em castas conforme sua aproximação com a divindade – o Deus-homem. Com esta divisão, sedou o ímpeto e o prazer em troca de uma absolvição pré-pecadora. Todos são culpados pela sua própria natureza (animal) a não ser que se subjugue.


Quem mais acredita na história, quem mais se ajoelha, quanto mais cordato, quanto mais o homem deixa de acreditar em si mesmo para colocar sua fé em outrem, quanto mais fraco se torna o eu para fortalecer o “Deus”, mais próximo da pregada salvação estará. Com a criação de Deus, o homem – que até então era o senhor das demais espécies – tornou-se o dominador da própria espécie, senhor do céu e do inferno, das fantasias e das pretensas verdades. O homem criou a divindade única à sua própria imagem e semelhança, com todos os seus mistérios etéreos, para se tornar Deus. O homem, senhor do Universo.


terça-feira, 19 de setembro de 2017

MAIS UMA PAUSA NO TEMPO


Definitivamente, com o ritmo de trabalho e compromissos pessoais/sociais, é impossível efetuar uma postagem por dia.

Quis experimentar um novo modelo de colocar minhas impressões aqui no blog, mas 24 horas é muito pouco para quem tem sede de vida.

O blog, então, vai ter que se contentar em ser um fiel depositário de minhas opiniões, lembranças, filosofias... enfim aquilo que der na veneta. Mas sem prazos, nem compromissos. Quando for possível, e aí comunico pelas demais redes sociais/virtuais.

Afinal, o que importa é viver. E a vida não pode ter mais compromissos do que aqueles estritamente obrigatórios para sobreviver. O blog precisa ser um prazer. Um depósito de impressões guardadas com satisfação.

Que assim seja.  ;)  


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A DICA DO DIA

 

É inacreditável ver (como está publicado no Santa de hoje, em matéria de Augusto Ittner, meu dileto ex-aluno e agora colega e atual vice-presidente da Assimvi) como entidades que – imagino – queiram trabalhar pelo desenvolvimento da cidade, ainda judicializem a construção da ponte do centro. Blumenau precisa de várias sobre o rio Itajaí Açu e passou o momento de brigar por esta ou por aquela.


Existe licitação lançada, deveriam deixar acontecer. Que se construa uma o quanto antes e concomitantemente se brigue por verbas para a segunda (que até onde sei já se tenta buscar). Aposto que nem o atual prefeito Napoleão, nem o ex-prefeito Kleinubing estão neste “cabo de guerra”. Não seria muito mais negócio para a cidade essas entidades e a prefeitura se unirem em torno de busca de soluções (= mais pontes)?

Os municípios, em todo o país, já estão em dificuldades. Se cada um remar para um lado, a canoa nem passa por debaixo da ponte. Afunda antes.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

A BOA DO DIA


O evento Pauta Café, realizado pela Assimvi – a Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí, abordou um tema importante e emocionante nesta terça-feira, dia 12. Profissionais de imprensa puderam saber mais sobre câncer de mama e o trabalho da Rede Feminina de Combate ao Câncer. O depoimento de uma paciente, Adriana Rosa, emocionou a todos. 

O trabalho da Rede foi exaltado. Na página da Assimvi (www.assimvi.wordpress.com) há uma matéria completa, que denuncia inclusive as dificuldades financeiras pelas quais a entidade tem que passar para auxiliar muitas mulheres em um momento crucial de suas vidasVale a pena conhecer esta história de 44 anos de dedicação ao próximo.