segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A sina dos 15 anos

Quando algo inesperado e ruim acontece com a gente, conjecturamos destino, coincidências, conseqüências (ainda com trema, diante de uma reforma ortográfica sem propósito). O “se”, ainda que por um momento, quer se tornar algo real dentro de nossa cabeça. Se eu tivesse feito isso, se tivesse feito aquilo, ou mesmo se não tivesse feito...

No caso específico do meu acidente de sábado, 31, que me deixou com fratura exposta na tíbia, fratura de costela, suspeita de fratura de osso do calcanhar entre outros inchaços e escoriações e que está me custando dias com a perna para cima, jogado na cama, totalmente parado, onde só a cabeça e os dedos da mão no teclado podem funcionar direito, cheguei a pensar: “se” eu tivesse saído de casa trinta segundos antes, ou mesmo depois... (o acidente foi na rua de minha casa – rua Ayrton Senna – um minuto depois que arranquei o carro); “se” eu não tivesse passado em casa para colocar um tênis e trocar a camiseta... “se” eu tivesse descido pela outra rua...

Aí começamos a conjecturar destino. Era para ter acontecido de qualquer maneira? Se não acontecesse ali, teria acontecido mais para frente, talvez outro dia? Ou apenas estava eu no lugar e momento errados?

Mais: passei a conjecturar as coincidências, que me levaram a lembrar de fatos que, claro, não gostaria de ter vivido. Quando tinha 13 anos de idade, quase 14 completos (mais nove meses na barriga, que ninguém conta, chego a quase 15), roubei as chaves do carro de meu pai, que estava viajando. O longo passeio de aproximadamente uma hora naquele Opala, eu ao volante, acabou com o carro no poste bem em frente à casa onde morava. Além de alguns pontos pelo rosto, tive problemas nos ligamentos do joelho e fiquei um mês com a perna engessada e andando de muletas.

Quinze anos depois, quando estava com 28, outro acidente automobilístico “em casa”. Depois de deixar o carro na garagem (que tinha um desnível – pequena elevação – em direção à rua) e sair para conversar logo em frente, vi o carro descer sozinho em direção ao muro de três metros de altura que existia do outro lado da via. Impulso imbecil! Me joguei entre o carro e o muro para tentar segurá-lo. Fui prensado entre o veículo e o alto muro. Quebrei a bacia, tive ruptura parcial de uretra, com direito à sonda, oito dias de hospital e um total de 52 dias na horizontal (deitado), além de um mês de muletas e um ano sem praticar esportes.

Agora, de novo 15 anos depois, aos 43, este novo acidente... fraturas, ferro exposto na perna, semanas deitado, tudo de novo... não é muita coincidência? Acidentes de 15 em 15 anos e sempre na rua de casa? Se me lembro daquele aos 13 anos, também foi no início do ano. O de 1993 foi no final de fevereiro e o de agora no último dia de janeiro.

Pelo sim, pelo não, quando completar 58 passarei um ano inteiro tomando cuidado com os carros que dirijo e com a rua onde estiver morando. E passarei de dezembro a março na praia, onde praticamente não se anda de carro. Tudo para driblar as coincidências do destino, seja lá isso o que for.


9 comentários:

Marina Melz disse...

Eu acredito no destino, mas não acho que ele seja calculável dessa forma. Só acho que algumas coisas - boas ou não - podem não ser coincidência. Não tem nada de 'escrito nas estrelas' aí. Fizemos escolhas o tempo todo e podemos mudar o tal caminho. Mas algo me diz que ele existe. E, pensamos positivamente: agora podes escrever mais pra cá.

Anônimo disse...

E EM TODOS ELES SOUBE ALGUNS DIAS DEPOIS ATRAVÉS DO NICO..
DAQUI QUINZE ANOS VOU TE CONVIDAR PARA PASSAR OS TRES PRIMEIROS MESESDO ANO NO MEU AP. AUI NA PRAIA, SEM SE IMCOMODAR COM CARROS. PODE FICAR TRANQUILO....
SÓ TEM UE CUIDAR COM O ELEVADOR.....RSRS

Anônimo disse...

Daqui 15 anos nada vai acontecer. Já deu tua cota...
Bj
NicoWolff

Anônimo disse...

Fabricio! sem querer fazer propaganda do meu blog marciosantosblu.blogspot.com, ih! já fiz... leia o "Principio 90/10" talvez vc encontre coisas em comum como essas que aconteceram...
Abração!
Márcio Santos.

Anônimo disse...

Como são as coisas: me disseram cada coisa deste teu acidente! Pessoalmente comento com vc. Deve estar sendo chato...O tempo vai ajudar na cicatriz, diz a música...Proveita e conta como estão os planos: qdo termina o curso; como vai ser na Câmara; vc tá c/ tempo livre?
Vai uma bola aí!!!!
abços, Mund

F. Arteche disse...

Puxa, que chato, Fabrício. Mas tem uma coisa: não existe destino daqueles escritos nas estrelas. Se a gente não se mexer, não acontece nada.
Sou mais Sartre do que Paulo Coelho.
Melhoras.

Anônimo disse...

Oi Fabrício! Sinto muitíssimo(será que ainda leva acento?) Essa coisa de destino existe sim, tanto as boas situações como as difíceis são sempre,sem exceções,para nossa evolução,somente precisamos estar conscientes e tirar o melhor de cada situação que se apresenta.Mas assim mesmo temos que estar atentos com vigilancia integral pois assim evitamos muitos infortúnios. Boa recuperação,tudo de melhor pra ti.Bjos....

Anônimo disse...

Xará, como colega desnaturado, só soube desta teu infortúnio pelo site do Clube dos Anos 80.
Te desejo rápida e plena recuperação. Não creio em destino, mas, por via das dúvidas, vou dispensar uma carona tua em 2024.
Abração
Fabrício Cardoso, vulgo "Do Santa"

Daniela Mts disse...

Desculpe a lamentável comparação, mas eu sempre penso a mesma coisa quando eu acabo perdendo o ônibus. Eu estou quase no ponto e ele passa. E se eu tivesse tomado um gole a menos de café, uma escovada a menos nos dentes, não tivesse feito a trança no cabelo,mas e se....
Agora muito peixe e leite. Melhoras!