Passou rápido, como todos
ultimamente. Lá se foram 365 dias de vida, para os que viveram. E para esses,
independente do “balanço” de final de ano, 2015 valeu a pena. Porque viver, no
sentido mais filosófico possível da palavra, sempre vale a pena. Aproveitar os
bons momentos, superar – ou pelo menos tentar – os maus, aprender com as
adversidades, vislumbrar novos horizontes, rir com a vida e da vida. É isto que
vale a pena.
O escritor irlandês Oscar Wilde já dizia que “viver
é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”, porém esta
frase de profundo valor existencial chama a atenção de cada indivíduo para suas
escolhas. Somos cada um de nós que decidimos se queremos fazer a vida valer a
pena, ou apenas contabilizar mais um ano de existência. Viver é sorrir, cantar,
brincar, chorar, se divertir, se emocionar. Fazer valer cada momento; transformar
cada experiência em uma dádiva.
A vida não é um mar de rosas e muita coisa ruim
acontece, outras tantas são escancaradas em nossa cara pela mídia, mas isso faz
parte da existência. Porém, a existência por si só é muito pouco para ser
considerada. Para existir, basta nascer. Quando o filósofo René Descartes fez
da frase “Penso, logo existo” uma das veneradas da história da humanidade,
descartou a ideia de que é preciso mais para se considerar um ser pensante.
Muita coisa existe sem pensar. Por outro lado, quem pensa deveria buscar muito mais
do que o simples existir; precisa buscar o viver.
Neste momento em que um novo ano começa, estou
certo de que quero viver mais 365 dias da forma mais intensa possível que meu
corpo e mente aguentarem. Quero ter novas emoções, adquirir mais experiência
ainda, transmitir aquilo que de bom minha consciência conseguir filtrar. Quero continuar sem convicções, sem ideias pré-concebidas, sem
estreitar minha visão. Quero ficar longe do ‘fundamentalismo’ que habita todos
aqueles que não conseguem aceitar opiniões contrárias e manter distância dos
mal humorados e mal educados. Quero contato com gente com energia positiva, que
ri da e com a vida por mais que a ela, a vida, lhe seja dura.
Quero continuar tendo dúvidas e incertezas, pois
são elas que me farão procurar respostas que proporcionarão meu crescimento
pessoal. Não quero prato pronto, nem respostas sem os porquês. Afinal, a dádiva
da dúvida é a dívida do óbvio. Quero ser e estar, ainda que seja na sala de
jantar. Quero pouco e muito. Em 2016, mais uma vez, procurarei viver, com toda
aquela carga filosófica que Oscar Wilde cravou em sua frase que contrapõe vida
e existência. Por isso penso, logo insisto. Insisto em continuar pensando e em
continuar vivendo, em um mundo onde isto parece cada vez mais raro.
Enfim, desejo a todos que em 2016 façamos um ótimo
ano. Ríamos muito, questionemos muito, vivamos mais ainda. Definitivamente a escolha
entre viver e existir depende de cada um de nós, em sua fantástica individualidade
de ser único no planeta. A escolha de ter um bom ano, ou um ano meia-boca,
depende da postura e escolha de cada um. Fazer um ano novo melhor, mais vivo,
depende de você, apesar da crise econômica, política e institucional do país.
Pode ficar mais difícil, mas o que são as dificuldades senão oportunidades para
que superemos barreiras e saíamos mais fortes dessas experiências?
Aos meus amigos tenho, sempre, desejado saúde para
o novo ano. Com ela, podemos continuar vivendo – e não apenas existindo – a vida,
porque todo o resto depende de nossas atitudes, escolhas e conquistas.