Tempos muito estranhos esses de redes sociais. Todo mundo discute sobre tudo, opina sobre todos os temas, inclusive técnicos ou específicos, sem ter conhecimento sobre o assunto. Torna-se um festival de baboseiras. E o mais interessante é que os “pitaqueiros” de plantão utilizam a democracia como argumento. Eles têm direito à opinião!
É
verdade, tem. Por mais imbecil, burra e sem noção que a opinião seja, o regime
democrático garante a qualquer ignorante a livre expressão. Isso é uma das
belezas da democracia. Se bem aplicada, pode realmente fazer com que as pessoas
cresçam, um país cresça. Do jeito que esta livre expressão é utilizada nas
redes sociais no Brasil, está desvendando um mar de ignorância
tão grande e lamacento quanto o mar de corrupção que assola o país.
Entre
alguns benefícios da tecnologia, está o fato das pessoas poderem se comunicar
mais rápido e com maior facilidade. As redes sociais como facebook, whatsapp,
entre outras, são campo fértil de troca de ideias e mensagens. O que não
poderia se imaginar, em um primeiro momento, é que desnudaria, também, quanta
ignorância campeia entre os brasileiros. E não só os menos letrados. Mas, quase
sempre, os menos cultos.
Engenheiro
dá pitaco em administração pública, advogado dá pitaco sobre pontes,
comerciante dá pitaco sobre direito, educador dá pitaco sobre comércio... uma
verdadeira torre de babel de imbecilidades. E a impressão que dá é que quanto
mais técnico o assunto, mais alguns ‘seres iluminados’ acreditam saber as
soluções para os problemas. As redes sociais escancararam o “achismo” de grande
parte dos brasileiros, que abusam do senso comum travestido de opinião, como se
entendesse do tema tratado.
Dia
desses, vendo televisão, uma frase do ator Alexandre Nero resumiu esta
verdadeira mania nacional de falar sem saber o que se está dizendo, o que acontece especialmente em redes sociais: “sobra muita opinião, falta conhecimento”.
Perfeita! E emendou: “falta procurar o
saber”. Abordar assuntos, falar ou escrever sobre temas utilizando o senso
comum é uma das maiores pobrezas intelectuais que se pode mostrar. Chega a ser
um desserviço à sociedade, porque só causa confusão sem agregar nada de valor a
uma discussão, a um debate. É reproduzir o mais do mesmo, geralmente exatamente
aquilo que os ‘sabichões do achismo’ querem criticar.
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