Chega a ser irritante o
número de erros de português que vemos nas placas, mensagens e até mesmo em jornais. São os mais
variados e toscos possíveis. Do “encomoda” (a escrita correta deve incomodar) ao
“a partir” escrito erroneamente junto (apartir) ou com crase (à partir). Do
“mais” quando o correto é “mas”, ao inverso. Crase e vírgula, pouquíssimos
sabem utilizar corretamente. O há do verbo haver (com ‘h’, sentido de fez,
existir) derruba muita gente, verdadeiro strike.
Há também os ditos escritores que não conseguem achar um ponto final. Vão
emendando as frases, as mensagens, uma na outra através de vírgulas
intermináveis. Além do mau uso da língua portuguesa, também comunicam mal. Cometer
um ou outro escorregão, até faz parte. Viver com a bunda no chão, não.
A culpa, não há dúvida, é
de uma base fraquíssima do ensino da língua, na escola, no ensino fundamental. Queremos
que nossas crianças e jovens aprendam outras línguas, mas elas sequer sabem a
do próprio país. Se é assim neste Brasilzão sem porteiras, onde pessoas
graduadas colocam, ao falar, o “mim” na frente do verbo, no pior estilo índio
de ser (“pra mim fazer”, “pra mim comer”, “pra mim mandar”), esta desculpa não
cabe àqueles que decidiram trabalhar com a palavra. Ah! E não existe, de
maneira nenhuma, “maiores informações”. Uma informação não se mede, não é maior
do que outra. O correto é “mais informações”. Tendo mais informações, a pessoa
estará melhor informada, nunca maior informada.
Sempre digo aos meus
alunos na faculdade que, embora todos devessem conhecer pelo menos a língua de
seu país ao falar e escrever, os que definem fazer da língua seu ganha-pão
devem fazê-lo com maestria, sem erros. É o caso específico do jornalista, e de
todas as profissões onde a palavra é ferramenta de trabalho. Para esses, o erro
não é perdoável. São arquitetos da palavra. Seus erros derrubam a casa.
Derrubam a arte que é saber escrever, utilizar a língua.
Se para esses é obrigação
básica, afinal foram eles que escolheram enveredar pelos caminhos da escrita,
para os demais saber utilizar a língua portuguesa de forma correta é muito
importante. Para começar, é um cartão de visitas da própria pessoa. Não há
currículo recheado que resista a alguém que escreve ou fala errado. É a base.
Base de tudo. Escrever corretamente (ou não) tem outros desdobramentos
importantes no mundo real. Afinal, quem não escreve ou fala bem, não se
comunica bem.
No mundo empresarial, por exemplo, a comunicação é fundamental.
Ela não só consegue fazer com que o outro compreenda a sua mensagem, a sua
intenção de fala, como também abre (ou fecha) portas de maneira impressionante.
No mundo particular, pessoal, a comunicação é igualmente fundamental. Ela
conquista as pessoas, evita mal entendidos, faz com que sejamos admirados pela
postura ao falar ou escrever.
Um comentário:
Irritante mesmo.
Pior que não se percebe nenhuma melhoria nessa forma de comunicação nas novas gerações.
Acho que estão aprendendo com os nossos presidentes mais recentes, ou seria presidenta?
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