terça-feira, 14 de outubro de 2014

UMA CAMPANHA DE VIRADAS?

  Houve realmente uma virada ou as pesquisas estavam erradas?

     
A atual campanha eleitoral presidencial está sendo marcada pelas viradas. Em um primeiro enfadonho momento, a candidata Dilma Roussef era a preferida (segundo as pesquisas), Aécio era o segundo e Eduardo Campos estava lá atrás. O avião caiu, o presidenciável morreu e uma virada aconteceu. Marina Silva pulou na preferência popular e encostou em Dilma do dia para a noite. Aécio Neves foi lá para trás. Pelo menos, era o que diziam as pesquisas. Elas diziam, ainda, que só Marina conseguiria chegar perto de Dilma em um segundo turno. O que se viu no dia da eleição?  Em 5 de outubro a população desbancou as pesquisas e colocou Aécio Neves muito à frente de Marina Silva. Ele, que segundo as pesquisas não chegaria no segundo turno, passou a ser favorito agora. A pergunta que fica é: esta é uma campanha das viradas ou as pesquisas estavam erradas?

Acredito que as duas coisas. Alguns institutos como o Ibope, por exemplo, mostraram que não é tão difícil assim errar feio em eleições. Em Blumenau, nas últimas eleições para prefeito, colocavam o atual prefeito 8% atrás do segundo colocado na última pesquisa antes do dia da eleição. Deu no que deu, os blumenauenses sabem.  O terceiro colocado nas pesquisas foi o primeiro lugar no primeiro turno e venceu fácil o segundo turno. Se erraram assim em uma eleição municipal como Blumenau, como 220 mil eleitores, onde o universo pesquisado é bem menor, imagina em um imenso universo como o país inteiro. Erraram por errar, porque seus contratados não conseguem seguir a necessária estatística de uma pesquisa, ou existem interesses por trás desses ‘erros’?

Nesta eleição presidencial, se alguns fatos fizeram mesmo o eleitor mudar de opinião, agir emocionalmente e depois racionalmente, nunca se pode afastar a hipótese de que uma pesquisa paga por algum contratante terá de atender interesses. Como escrevi há dois anos, na eleição municipal, manipular a margem de erro pode dar uma boa vantagem para um candidato – uma vantagem que ele não tem. Por isso, nem mais o eleitor se impressiona tanto com as pesquisas, como os candidatos não devem tê-las como base. Exceto as pesquisas internas, que mandam fazer, para obter um termômetro real da situação. É uma eleição de viradas ou era uma eleição difícil, parelha, cujos números fizeram acreditar que havia uma favorita e mais dois candidatos?

As perguntas ficam no ar para serem respondidas pelos fatos reais. Algumas já foram, outras serão no dia 26 de outubro.

CARTA CONHECIDA

O que ninguém imaginou é que os marqueteiros do PT teriam que partir para o ataque em uma reeleição tida como natural. Atacaram Marina no primeiro turno e agora as propagandas do Horário Eleitoral Gratuito partem para o ataque contra Aécio Neves. É o jogo normal de quem está atrás. Mas demonstra que há uma percepção dentro da campanha de Dilma que a coisa está ruim, bem ruim. É como o lutador de boxe sentir o soco, o golpe do outro.
O grande problema de Dilma é que os ataques costumam ser tiros que saem pela culatra, historicamente.

BEM NA FITA

Blumenau é que pode ganhar com esta boa performance de Aécio Neves. Em encontros nacionais, o candidato a presidente já utilizou o prefeito Napoleão como representante da nova política. Tanto que o prestígio do blumenauense fez com que o município fosse a única cidade catarinense visitada por Aécio no primeiro turno. Agora, neste início de segundo turno, o candidato a vice-presidente, Aloysio Nunes, já esteve em Blumenau. Vai que dá certo...

ARTE PARA POUCOS

Política é uma arte. Conceituá-la é sempre difícil, tão grande é o espectro açambarcado por ela. Tomás de Aquino, filósofo da idade média, dizia que política é a arte de governar os homens e administrar as coisas visando o bem comum. Eu já gosto muito do dito que “política é a arte de administrar as opiniões contrárias”. O que importa é que ela é uma arte para poucos. Poucos a serem vencedores nela; poucos a entenderem com alguma profundidade a mais do que o reles senso comum. Por isso é tão difícil debatê-la com alguma razoabilidade.

ENQUANTO ISSO...

Em pleno segundo turno eleitoral, Santa Catarina vive as festas de outubro. Blumenau divide a atenção entre a eleição e a Oktoberfest – neste momento com vantagem para a segunda. Por coincidência, ambos os eventos terminam exatamente no mesmo dia: 26 de outubro. Enquanto o Brasil conhecerá seu presidente, no Parque Vila Germânica serão eleitas a nova rainha e princesas da 32ª edição da festa.
 A importância das eleições são beeeeem diferentes, exceto para o candidato e as candidatas.

MENOS, SÃO PEDRO!

Terremoto em Jaraguá do Sul, granizo do tamanho de ‘tijolo’ em Lages. Se lembrarmos do furacão do sul do estado, há alguns anos, dá para pensar que aquele dito de que este país é ‘abençoado’ porque escapa das intempéries climáticas mais duras vai pro beleléu.


Somando isto tudo aos 7 a 1 que tomamos da Alemanha e da eleição de um Papa argentino, é preciso rever com urgência o dito de que Deus é brasileiro.

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei a parte "Arte para poucos".
Muitos acreditam tê-la.