quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cotidiano - Blumenau, 16.julho.2009

Emporcalhou

A gripe suína, aquela que não dá em porcos e que o pessoal da área da saúde luta para ser chamada de Influenza A ou AH1N1 ou qualquer coisa que não lembre porcos e porcarias, chegou no Brasil com tudo. Já matou 11, foi detectada em mais uma porrada de gente e o Ministério da Saúde reconhece, agora, que assim como a crise econômica não estamos imunes a essas mazelas importadas.

A boa notícia é que ela não mata muito mais do que uma gripe comum. É o que (ainda) dizem os entendidos da área.

Filho da p*#@

Tudo bem, o assunto não é novo. Mas até hoje ainda se houve falar de um possível ato de racismo do jogador argentino Maxi Lopes, do Grêmio, contra o jogador Eli Carlos, do Cruzeiro. Possível porque Lopes negou e Carlos não provou. Mas aí também se mostra a hipocrisia da sociedade. Em um campo de futebol, os jogadores se xingam de tudo. O nome que mais sai da boca dos atletas é “filho da puta”. E não vi até hoje nenhum jogador ir à delegacia acusar outro por calúnia e difamação contra a mãe.

Ou seja: racismo não pode, mas a mãe que se exploda? Pobres mães... estão em baixa no meio do campo. É a hipocrisia da sociedade se estendendo também ao futebol.

Dá-lhe STF

Lendo um jornalzinho desses de bairro (que considero muito legítimos porque podem falar de sua região para seu público, prestigiando uma área determinada) vi uma nova palavra não existente no dicionário: premícia. Pensei, primeiro, tratar-se de um dialeto específico do bairro Garcia. Mas lendo o contexto, verifiquei que o “escrevinhador” tentou grafar premissa (que não é algo que antecede a missa, diga-se de passagem).

Está certo o STF. Não precisa “deproma”. Todos podem “escrevinhar” notícias, até os “cozinhadores”.

A volta

Voltando à ativa, após liberação do INSS, reassumo a função de chefe de jornalismo da TV Legislativa e, de quebra, presto uma colaboração free lancer ao jornal Folha de Blumenau na redação, na área de Economia. Para voltar a mil por hora, em breve estarei estreando a coluna Cotidiano na web, através de um portal de opinião made in Blumenau. Ah! E tudo isso com os ferros ainda na perna. Quando tirarem, me segurem!

Portal

A partir da estréia do novo portal (
www.analiseemfoco.com.br), que estréia muito em breve, essas notinhas cotidianas não serão mais lidas aqui no blog, mas lá no portal. Trata-se de um portal de opinião e serviços que traz um time de competência reconhecida: Rodrigo Pereira nas análises econômicas, PC no esporte, Fábio Ricardo na cultura e Alexandre Pereira nas notícias, além de colunistas especializados em informática, veículos automotivos, dicas sobre bebês, etc, etc e mais etc.

Este blog, por sua vez, continuará na ativa com suas viagens filosóficas de boteco, artigos indignados de protesto, letras de música e poemas para aliviar a tensão, sempre com tesão e intenção de fazer pensar, e outras peripécias, sempre que der tempo.


8 comentários:

Anônimo disse...

Acabo sempre dando uma passada por estas bandas...


Um abraço Wolff!

mazzy disse...

Feio, hein, autor? Muito feio... Minimizar o racismo comparando-o a um xingamento qualquer demonstra uma certa falta de conhecimento da sua parte... Ou racismo tb da sua parte??

Fabricio Wolff disse...

Então, Mazzy. O lance é que não considero "filho da puta" um xingamento qualquer. Penso que as mães merecem muito, mas muito respeito mesmo.

Mas, democrático, entendo quem pense diferente.

Sou contra o racismo e o xingamento às mães. E, principalmente, contra a hipocrisia.

mazzy disse...

Fabricio,
Vc parece compartilhar da filosofia da ´supervalorizacao do negro´, que acha que os negros reclamam por nada, fazem tempestade em copo de agua, que as coisas nem sao tao ruins assim, q todos temos as mesmas oportunidades, e que, se eles podem usar camisas 100% negro, eu tb vou usar uma 100% branco, nao eh?
Eu ia postar o texto abaixo no meu blog daqui ha alguns dias, mas acho que seria interessante, nessa discussao, adiantar o assunto e expressar o que realmente penso a respeito:

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Também me incomoda essa supervalorização do negro. Já não basta todos os presidentes do país terem sido negros, já não basta que 87% do Congresso brasileiro é de negros, já não basta que o governo só escuta religiões afro-brasileiras e não dá a mínima bola para bispos católicos brancos em greve de fome, já não basta a maioria dos universitários serem negros, os negros viverem mais do que os brancos e serem menos vítimas de violência e quase toda propaganda ser estrelada por modelos negros e mais, eles controlam 72% do PIB brasileiro. Não agüento mais os negros controlando a FIESP em Sp e que tenhamos que estudar só História da África na escola e nada de Europa branca. Não agüento estes feriados por Oxalá, Ogum e Iemanjá.

Chega! Vamos nos unir e lutar pelos brancos neste país de exclusão dos brancos! Chega da polícia só bater nos brancos! Chega de negros reitores, governadores, delegados, bispos e papas! Basta do Imperialismo de Gana, Senegal e Angola! Todo poder aos excluídos!!!

O governo Lula deveria indicar ao menos um branco para seu governo! Abaixo a discriminação. Vamos levantar a moral dos brancos humilhados e explorados por este domínio de 500 anos! Os brancos devem ter direito a morar nos Jardins, no Leblon e em outros bairros de elite também!

mazzy disse...

Xingar a mae nao implica nem denuncia um preconceito nojento. Simplesmente evidencia uma leve falta de educacao. Afinal, na pratica, as maes sao discriminadas por serem maes?

Estamos falando de problemas muito diferentes, apesar de estarem revestidos de maneira parecida (apenas xingamentos, nao?).

Nosso país, que tem uma grande parte de sua população composta por indivíduos da raça negra, ainda é muito racista. Racismo significa acreditar que certas características como a cor da pele ou o lugar onde se nasce, fazem com que existam duas classes de pessoas: as superiores e as inferiores. E essas pessoas que se julgam superiores se acham no direito de ofender, fazer piada, colocar apelidos...

O racismo é muito mais do que uma atitude. O racismo constitui-se num processo de hierarquização, exclusão e discriminação contra um indivíduo ou toda uma categoria social que é definida como diferente. O racismo é uma redução do cultural ao biológico, uma tentativa de fazer o discriminado depender do discriminante.

As pessoas, com às pressões da legislação anti-racista e dos princípios da igualdade e da liberdade, começaram a expressar seu preconceito de uma forma mais sutil e velada. É nesse quadro que se começa a falar de "Novos Racismos" ou de "Novos Preconceitos".

Existe um tipo de racismo tipicamente brasileiro, chamado de "racismo cordial". O racismo cordial é definido como uma forma de discriminação contra os cidadãos não brancos (negros e mulatos), que se caracteriza por uma polidez superficial que reveste atitudes e comportamentos discriminatórios, que se expressam através de piadas, ditos populares e brincadeiras de cunho "racial". O pressuposto empírico desta teoria resulta de um estudo realizado junto a uma amostra representativa da população brasileira no qual se verificou que, apesar de 89% da amostra afirmar que existe racismo no Brasil, apenas 10% admitem ser racistas. Foi utilizada então uma escala menos direta com 12 itens (e.g., "Negro bom é negro de alma branca", "Negro, quando não faz besteira na entrada, faz na saída", etc.), e verificaram que mais de 50% da amostra pesquisada concorda com afirmativas deste tipo. De uma maneira geral, 83% da população entrevistada concorda, em algum nível, com os itens da escala de racismo cordial.

Trata-se de um racismo sem intenção, às vezes de brincadeira, mas sempre com conseqüências sobre os direitos e as oportunidades de vida dos atingidos. Não obstante essa aparente falta de intenção e sutileza de expressão, o racismo à brasileira nada tem de cordial, pois implica num cenário sinistro de discriminação e exclusão das pessoas negras.

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Voce ve subjugacao parecida quando alguem xinga outro de ´filho da puta´? Se sim, poderia exemplificar melhor?

Anônimo disse...

Ouvi dizer por aí que esse tal colunista de Cultura, além de tudo é um grande chato no que se trata de ortografia e gramática. Diz ele, que de acordo com o acordo (Rá!) gramatical já colocado em prática, "estréia" não tem mais o acento.

Mas vai saber, né? ;D

Fabricio Wolff disse...

E aí, Fábio... prazer em te ler por aqui.

Estréia não tem mais acento, pela nova ortografia, com a qual discordo totalmente (dá uma lida no artigo "A Reforma Pronortográfica" neste mesmo blog). Sendo assim, este blog continuará grafando a ortografia 'antiga' até 2012, quando a nova se tornará obrigatória.

Não se assuste... hehehe

Tonet disse...

Sempre xingamos a mãe do Arthur Monteiro, a mãe do Eumar e a mãe do Nilson Fabeni e nunca ninguém disse nada.