sábado, 28 de junho de 2008

Cotidiano - Blumenau, 28.junho.2008

NACIONAIS

LEI SECA

O Brasil é o país da falta de bom senso. A nova lei contra o álcool no volante é exageradamente imbecil. Fruto da falta de competência em fiscalizar a lei que já existia. Num primeiro momento, haverá blitze e o escambau. Depois, tudo voltará ao normal. É o país da incompetência administrativa, virando também o país da incompetência legislativa.

E O BOM SENSO?

Ninguém é a favor dos acidentes de trânsito provocados pelo consumo de bebidas alcoólicas. Mas não poder ir a um restaurante e tomar uma taça de vinho para acompanhar um prato a base de massas, por exemplo, é ridículo. Ser preso porque exagerou no sagu (a sobremesa) é uma piada. Como já disse Charles De Gaule, o Brasil não é um país sério.

A falta de bom senso é potencializada pela mídia, que orquestra a opinião pública composta por uma grande maioria de pessoas sem opinião própria.

EXPLOSIVO

Deu Dinamite na eleição contra o grupo de Eurico Miranda, no Vasco, na madrugada deste sábado: 140 votos a 104. Melhor para o futebol.

GRENAL

Domingo é dia do jogo de maior rivalidade do país: Grêmio x Inter. Os gremistas de Blumenau já marcaram. Vão invadir o Tumanako Bar, da rua São Paulo. Virou reduto tricolor.


LOCAIS

1-7-1 BRABO

Em Blumenau – e não só aqui – panfletos entregues na rua convidam o povo para oportunidades profissionais milagrosas. Num deles “empresa brasileira líder de mercado seleciona consumidores VIP” para, “cuidando da sua saúde, converter gastos em lucros”. E aí segue uma baboseira oferecendo ingresso imediato, treinamento e cursos, numerosos incentivos e até mesmo possibilidade de carreira internacional.

Esses é que deveriam ser presos.

JORNALISTAS


No meio, o comentário sobre o Congresso de Jornalistas realizado na cidade neste final de semana (sexta e sábado), no Viena Park Hotel, é que pouquíssimos participariam, devido aos preços de inscrição. Pelo menos palestras de abertura na sexta foram gratuitas. Pelo que dizem, por pressão do estudantado da área.

NOVA CASA

O Noticenter (
www.noticenter.com.br), site especializado em jornalismo econômico do amigo Carlos Tonet, inaugura sua nova sede na próxima sexta-feira, 4. O site virou referência em sua área de atuação e é muito respeitado por empresários e economistas.

XADREZ


O amigo Alexandre Gonçalves (gaúcho e gremista, para garantir a qualidade), jornalista do blog Informe Blumenau indicado aí do lado direito, escreveu dia desses que este período de costuras das alianças parece um jogo de xadrez. É mesmo. E que jogo, hein?!? Esse ano, este jogo às vezes parece o samba do crioulo doido.

MÁ JOGADA

A não ser que as convenções desdigam tudo o que foi dito nos últimos dias, o PT cometeu a pior jogada estratégica nessas alianças. Após perder o PMDB para JPK (o que não poderia evitar, já que a ordem veio do governador LHS), parece ter esnobado PR (do Dalto, parceiro de primeira hora) e o PP. Nos últimos dias, os principais possíveis vices de Décio conversavam para apoiar JPK.

CHAPA PURA?

O PT ainda perdeu o PV de Ivan Naatz e mesmo o PDT, que teve o nome de Amauri Cadore indicado pelo próprio Décio Lima como o preferido para seu vice, prefere a candidatura própria. Aliás, a indicação de Cadore fez com que PR, PP e PV, de uma só vez, desembarcassem da aliança petista. Foi jogada derradeira, no tabuleiro.


SAMBÃO DOIDO

Num primeiro momento dá a impressão que o PT prefere mesmo chapa pura, com aliados que não exijam muito espaço. Difícil é ganhar eleição assim. O próprio presidente da comissão de negociação das alianças pelo PT, Aroldo Bernhardt, disse publicamente discordar da indicação de Cadore para vice e da forma como aconteceu. Parece que não há entendimento ali dentro. A não ser que seja uma jogada de mestre, o jogo da costura de alianças está perdido.

POR OUTRO LADO

JPK levou para sua aliança a tríplice (D25, PMDB e PSDB) e outros partidos menores. Na última hora buscou o PR, até então aliado de Décio, e pode contar ainda com o PP, que estava mais pra lá do que pra cá. Costurou tão bem, que sai com vantagem para a campanha eleitoral propriamente dita. Uma vantagem que as pesquisas chegaram a ameaçar, há alguns meses.

As convenções deste final de semana vão dizer quem jogou melhor neste grande tabuleiro.

REAJUSTE PARLAMENTAR

Os vereadores aprovaram quase 60% de reajuste nos próprios salários e depois voltaram atrás. Ano eleitoral é fogo. Até porque colocaram a bomba na mão do prefeito, que tem o poder de sancionar (aprovar) ou vetar (rejeitar) o resultado da votação no plenário da Câmara. JPK não teve dúvidas: vetou o projeto. Nem quem votou a favor teve coragem de segurar o rojão.

DESAJUSTE PARLAMENTAR

O pior é que o vereador em Blumenau ganha pouco, especialmente comparando aos de outros municípios. Numa outra coluna dessas, defendi que deveriam ter reajuste, sim. E continuo com a mesma opinião. Mas... para aí: 60% é dose, não?...

Aceleraram tanto, que derraparam na curva. Poderiam ser mais humildes e com um pouquinho de marketing político antecedente, chegar a um salário melhor e razoável, sem grandes sustos e repercussão negativa.

ELES E A MÍDIA

Desta vez, a mídia nem precisou fazer a opinião pública ficar contra. O percentual assustou a todos. Ainda que o “berro” potencializado pela mídia tenha sido fatal para os vereadores voltarem atrás. Porém aqui também vale a frase lá de cima: a opinião pública composta por uma grande maioria de pessoas sem opinião própria.

QUASE, NAATZ

E quase os vereadores acabaram dando palanque para Ivan Naatz (PV), que já anunciava que entraria na Justiça contra o reajuste salarial e contra o décimo terceiro salário. Um fato desses na reta final da eleição, poderia dar a Naatz um percentual razoável de votos em outubro.

Aliás, Naatz que considerava a possibilidade de concorrer a vereador com boas chances de chegada, deve mesmo ser novamente candidato a prefeito. É o sacrifício necessário pelos partidos menores, caso do PV.

AGORA, A ELEIÇÃO

Com as convenções partidárias municipais que se realizam neste final de semana, homologando as candidaturas, acaba o jogo de xadrez e começa a corrida eleitoral. Com barreiras. Candidaturas abertas, santinhos nas ruas e o voto definindo a cidade por mais quatro anos.

Quem viver, verá.



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