Apesar de todo o aparato extra oficial que armou na Câmara dos Deputados
e forte influência que exerceu sobre seus pares, Eduardo Cunha foi defenestrado
do cargo de deputado federal. Ainda que eleito pelo voto direto, Cunha foi
cassado por uma mentirinha no depoimento que prestou em uma Comissão
Parlamentar de Inquérito. Disse que não tinha conta bancária
no exterior, mas tinha. Mentira muito maior a cassada ex-presidente Dilma
Roussef aplicou na população durante a campanha eleitoral. Mentira muito mais
grave, que enganou a população. Ela disse que estava tudo bem quando sua
política econômica enterrava o país e protelava o pior para depois da eleição.
O que une Dilma e Cunha – além de ambos não reconhecerem que caíram por
seus próprios atos e erros, o que convenhamos, é bem próprio da arrogância que
os assemelha – é que os dois não caíram exatamente por aquilo que fizeram.
Dilma caiu porque mentiu deslavadamente para a nação e acabou de jogar a
economia nacional no fundo do poço. Mas legalmente foi derrubada por causa das
“pedaladas fiscais”. Cunha caiu, na realidade, porque está sendo investigado
por zilhões de falcatruas e sabe-se que o dinheiro no exterior é fruto de
corrupção. Mas legalmente foi porque disse mentirinha na CPI.
Porém Cunha e Dilma têm outras semelhanças. Deram as cartas enquanto
estavam no poder e conseguiram comprar apoio político. Assim que foram
afastados do poder da caneta (ela temporariamente antes de cair de vez, ele
porque renunciou) perderam os atrativos que faziam com que tivessem aliados.
Compraram interesses. Assim que perderam força, os interesses mudaram de lado.
Isso não é traição, como alegam ambos. A isto se chama conveniência. Quem ganha
poder aproveitando-se da conveniência de comprar apoio, perderá este apoio
quando ele não foi mais conveniente aos apoiadores. Quiserem posar de vítimas.
Dilma e Cunha trocaram acusações de que um derrubou o outro. Balela pura. Eles
se auto derrubaram no momento em que praticaram atos que não deviam e não reconheceram
os erros. No entanto, a arrogância e o ego não deixam enxergar o próprio rabo.
Muito mais fácil – e conveniente – colocar a culpa nos outros.
As quedas de Cunha e Dilma não devem arrefecer os ânimos e as
investigações. Não foi o fim de uma era de corrupção, mas podem representar o
início de uma de limpeza da política brasileira. Há de se chegar nos demais
líderes das quadrilhas de corrupção instaladas neste país. Há gente graúda
andando livremente pelas ruas, dando palestras e discursos. Há que se penalizar
penalmente os ladrões dos cofres públicos, mesmo depois da perda de mandato. Há
de se colocar na cadeia os ladrões dos cofres públicos (sejam políticos,
empresários, lobistas...). Mas tudo isto será em vão se o eleitor, a cada
pleito, não escolher direito seus representantes. Se o eleitor desinformado já
é um grande mal para o país, o analfabeto político (ver Bertold Bretch) e o
eleitor corrupto são câncer social tão maligno quanto os políticos corruptos
que, a partir da Ilha de Lost chamada Brasília, se esparramam por este país
afora.
LULA LÁ
E no fechamento da coluna, Lula todo enrolado pela República de Curitiba. Que não seja só espuma, haja pelo menos uma marolinha...
DE TEVÊ
Gosto muito de acompanhar os programas eleitorais gratuitos de televisão
para ver a estratégia de discurso utilizada por cada candidato. Se a gente
prestar atenção na construção da ideia que se tenta fazer na cabeça do eleitor,
dá pra notar que a eleição bipolarizada em Blumenau é uma realidade. Os demais
candidatos são coadjuvantes de menor expressão. Desses, alguns criticam e
propõem. Alguns só criticam. Nesses, é preciso ter coragem não só para votar,
mas para agüentar o discurso.
PROTESTO
Uma terceira via em uma eleição municipal só é possível quando o
candidato que a representa tem consistência. Caso contrário, esta terceira via
é tão animadora quanto votar no hipopótamo Cacareco. Ou votar branco ou nulo.
Aliás, analistas prevêem um grande números de votos inválidos para esta
eleição, fruto da balburdia de corrupção que acompanhamos na mídia nacional nos
últimos meses. Deve ficar entre 25% e
30%... algo em torno de 65 a
69 mil votos em Blumenau.
O voto de protesto, seja pela abstenção, nulo, branco ou em candidato
estapafúrdio, no entanto, é sempre um tiro no pé.
INDÚSTRIA
DA DEMAGOGIA
Li este texto no face. O autor é Luis Paulo Bueno, servidor concursado
do município de Blumenau. Conheço-o pessoalmente e tenho muito respeito pelo
seu profissionalismo e bom senso. Reproduzo abaixo seu texto na íntegra:
“Mais de 25 anos trabalhando com o trânsito.
Criei o Programa Paz no Trânsito de Blumenau, que ganhou vários prêmios nacionais na categoria.
Criei a Escola Pública de Trânsito, que levou e ainda leva palestras e atividades para milhares de pessoas.
Da minha prancheta, centenas de projetos para aumentar a segurança no Trânsito ganharam as ruas do município.
Mas a cada relatório de acidentes com vítima, me sinto impotente. Porque sempre considerei morrer num acidente de trânsito uma morte estúpida e desnecessária. Todos os acidentes de Trânsito são evitáveis. Ou seja, alguém deixou de fazer alguma coisa que evitaria o acidente. É por isso que a fiscalização de Trânsito é fundamental nesta guerra.
E se tem uma frase que me deixa indignado é a tal "indústria da multa". O que temos, amigo, é uma indústria de infratores, que querem continuar na prática nefasta de agir de forma irresponsável e impune. É assim que o sangue continua a escorrer pelo asfalto. Pela negligência, imprudência e irresponsabilidade.
Mas enquanto eu encontrar forças, trabalharei para mudar essa triste realidade. Não vou desistir e nem embarcar em discurso demagogo”.
Criei o Programa Paz no Trânsito de Blumenau, que ganhou vários prêmios nacionais na categoria.
Criei a Escola Pública de Trânsito, que levou e ainda leva palestras e atividades para milhares de pessoas.
Da minha prancheta, centenas de projetos para aumentar a segurança no Trânsito ganharam as ruas do município.
Mas a cada relatório de acidentes com vítima, me sinto impotente. Porque sempre considerei morrer num acidente de trânsito uma morte estúpida e desnecessária. Todos os acidentes de Trânsito são evitáveis. Ou seja, alguém deixou de fazer alguma coisa que evitaria o acidente. É por isso que a fiscalização de Trânsito é fundamental nesta guerra.
E se tem uma frase que me deixa indignado é a tal "indústria da multa". O que temos, amigo, é uma indústria de infratores, que querem continuar na prática nefasta de agir de forma irresponsável e impune. É assim que o sangue continua a escorrer pelo asfalto. Pela negligência, imprudência e irresponsabilidade.
Mas enquanto eu encontrar forças, trabalharei para mudar essa triste realidade. Não vou desistir e nem embarcar em discurso demagogo”.
INCOERÊNCIA
Só infratores, motoristas que
desrespeitam as leis de trânsito, são multados. Logo, quem fala, prega ou
defende que existe uma “indústria da multa” defende a ilegalidade. Sei de
agentes de trânsito que ficam acuados quando interpelam ou multam alguém,
porque o infrator quer estar com a razão, acha que está acima da lei. Este
motorista se iguala aos políticos de Brasília que tanto criticamos. Fazem a
coisa errada e querem ter razão na marra.
A incoerência é a marca desta gente.
ASSOCIAÇÃO DE IMPRENSA
Nova diretoria no dia da posse
No último sábado, dia 10, a Associação de Imprensa
do Médio Vale do Itajaí (Assimvi) elegeu e empossou sua nova diretoria. Ao todo
são 26 integrantes em Blumenau e 8 delegados em municípios vizinhos. Tive a
honra de ser convidado a me candidatar a presidência. Aceitei, montei a equipe
e até 2018 teremos bastante trabalho pela frente. Sucedo meu amigo Alexandre
Pereira, ex-presidente que passa a compor o Conselho de Ética.
Para entender melhor o que é a Assimvi,
acesse www.assimvi.com.br e siga no
face: facebook.com/assimvi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário