O momento que o país atravessa não é
o primeiro do gênero – e não será o último. Temos problemas de corrupção desde
sempre, agigantados nesses últimos anos. Eles são oriundos de profundos
problemas éticos que estão arraigados em boa parte dos políticos, mas também na
imensa maioria da população. Aquela velha e conhecida “Lei de Gérson” (pobre
ex-jogador de futebol, paga o pato por ter feito a propaganda de cigarro que
continha uma frase que externa o “jeitinho brasileiro”), de levar vantagem em
tudo, é uma realidade fatal em nosso país.
A ética precisa estar nos políticos e
na política, nos governantes e no governo, nos jornalistas e nas notícias...
mas principalmente nos cidadãos, nas pessoas para que se tenha uma nação ética.
Porque são todas as pessoas que comporão este cenário: governantes, políticos,
jornalistas, cidadãos eleitores-contribuintes que compõem uma nação. A pergunta
que me faço é se aqueles que pregam ética de dedo em riste, julgando a tudo e
condenando a todos, resistiriam a benefícios e facilidades que são bastante
prováveis em nosso corrupto modelo de governança.
É comum ver um cidadão criticar algum
ato equivocado (ou mesmo corrupto) de uma administração pública, mas querer
ajeitar uma “prioridade” de vaga para seu filho em uma creche (quiçá todas as
prefeituras tivessem uma Fila Única para acabar com o “jeitinho”). Não é
incomum ver um vereador vociferando contra cargos comissionados, quando ele
mesmo mantém os seus ativos e operando. É muito mais fácil furar o olho do
outro, do que limpar o próprio rabo. A questão é cultural e é demagogia bancar
o justiceiro, a não ser que efetivamente se pratique a ética, em seus detalhes.
É por isso que falar de ética e praticar a ética são coisas diferentes.
Desde os filósofos da antiga Grécia,
a ética baseia-se nos costumes e na busca da felicidade individual para o bem
comum. Ética não é uma virtude divina; é uma condição adquirida na construção
da personalidade do ser. A educação de berço conta muito, mas é na prática das
escolhas ao longo da vida que se exercita o caráter. Ser ético é fazer aquilo
que é melhor para si e para todos ao mesmo tempo, mesmo que ninguém saiba o que
se está fazendo. A ética não é imutável ao longo do tempo e, teoricamente
falando, é a ciência que estuda e reflete sobre a moral. Também não é a mesma
coisa que moral, que é um consenso comportamental social. Geralmente ética e
moral andam de mãos dadas, mas é possível ser ético sem ser moral e vice e
versa.
Ética precisa ser debatida sempre. Em
momentos como o Brasil vive atualmente, mais ainda. Por isso como professor da
disciplina de Ética Jornalística, propus à faculdade Ibes/Sociesc, onde
leciono, promovermos uma mesa redonda sobre o tema. Ideia aprovada, faremos
acontecer no dia 10 de maio, reunindo três colegas jornalistas bem conhecidos
na cidade: Francisco Fresard (Pancho), Carlos Tonet e Alexandre Gonçalves.
Terei o prazer de mediar o bate papo que pode agregar muito não só aos
acadêmicos de Jornalismo, mas também aos profissionais da área e ao público que
gosta de aprofundar as discussões que mexem com a sociedade. Acredito que
sairemos do evento com uma visão diferente e, na prática, mais profunda sobre o
assunto.
E COMO
FALTA
Todos os olhos, agora, se voltam para
a falta de ética dos políticos em Brasília. Não precisamos ir tão longe.
#Vereadorvergonha continua mostrando que mais importante do que legislar, é
aparecer utilizando qualquer artifício em suas mãos, mesmo que mentindo em
redes sociais e na tribuna. Joga na lata de lixo o trabalho de seus pares e a
ideia de, um dia, termos um Brasil melhor através de uma política melhor.
PARLANDO...
Conversando com meus alunos em sala
de aula, na disciplina sobre Ética, onde abordo os conceitos filosóficos,
jornalísticos e semânticos da expressão “verdade”, chegamos à conclusão que
muita gente que escreve comentários nas redes sociais achando que aquilo é sua
opinião, mas não passa mesmo de “achismo”. Até porque para considerar opinião,
precisa-se ter conhecimento efetivo das informações. Sem isso, não passa de abóbrinhas.
CASO LULA
O procurador geral da República
finalmente solicita investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que já vinha sendo investigado por Sérgio Moro. Só não entendi (talvez
algo tenha me escapado nesta confusão toda) porque o procurador pede
autorização do STF para investigá-lo. Pelo que me consta, ele não tem foro
privilegiado, pois foi impedido de assumir.
Ou será que aquela assinatura
mequetrefe que Dilma deu antecipadamente no documento de posse que não ocorreu
juridicamente está valendo?
CASO
WHATSAPP
Muito mais fácil foi resolver o caso
do Whatsapp. A mesma Justiça que mandou bloquear, mandou desbloquear 24 horas
depois. Muita gente se descabelou. Outros usaram aplicativos semelhantes. Deu
pra ver que a gente cada vez fica mais
dependente da tecnologia. Quero ver se dá um bug sério e todas as redes
caem por algum tempo. Isso vale até um texto ficcional especial.
MAIORES FALHAS
A expressão
"maiores informações" não existe, está errada. Não se pode medir uma
informação. Ela não pode ser maior ou menor. O correto é mais informações. A
pessoa pode buscar ou obter mais informações em determinado local ou fone. Mas
nunca conseguirá uma informação maior. Nem menor.
Fica a dica para
todos. Agências de publicidade, jornalistas e especialmente comerciantes e
empresários que insistem em se comunicar sem ter uma assessoria profissional
competente. Quando se publicita algo, quando se comunica algo, seja em um site
ou em um cardápio, é preciso fazer do modo correto. É a imagem da empresa que
está ali.
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