Na teoria do jornalismo existem os critérios de noticiabilidade. Na prática isto define porque um fato é notícia e outro não. Um dos critérios de noticiabilidade mais utilizados é o da negatividade. Se um fato é negativo, ruim, tem grande chance de virar notícia. Difícil explicar o porquê. Qual o motivo que faz com que as pessoas gostem de fatos negativos, de noticias ruins, de casos tristes? Se procurarmos uma explicação psicológica, quem sabe poderemos encontrar uma razão. O fato é que as pessoas (ou pelo menos boa parte delas) gostam da desgraça alheia. É muito provável que este seja o motivo pelo qual os noticiários estão recheados de notícias ruins. Tantas que, por vezes, nos assustamos com tanta energia negativa, com a impressão de que há muito mais acontecimentos ruins e maldades no mundo do que fatos bons e boas ações. Também é fato de que boas ações dificilmente vendem, raramente dão audiência. Por isso as ruins dominam o noticiário.
Não
é à toa que nas redes sociais este comportamento negativo, quase
homicida/suicida das pessoas esteja tão latente. Não é anormal, mas está longe
de ser bom, positivo. As redes sociais viraram ‘terra de ninguém’ de tão
democráticas que são. Com isso proliferam pessoas negativas criticando.
Geralmente criticam o que for, pelo simples fato de colocar uma carga negativa
na esfera virtual. Jogam todas as suas amarguras nas redes, como se todos os
outros que por ela passam fossem obrigadas a aguentar seus rancores, mal
humores, frustrações. Por isso, muita gente de bem está tendo o bom senso
de excluir de seus “amigos” ou mesmo bloquear os chatos de plantão. Dia desses já escrevi neste
mesmo espaço sobre os que querem opinar, mas não sabem do que estão falando.
São muito mal informados para isso, incapazes de buscar e triar as várias
informações sobre um tema para, daí, formar sua opinião própria. É outra praga
dos tempos modernos, a rede social democrática e burra. Fiquemos com o
democrática.
Neste
rol de chatos raivosos que destilam suas neuras nas redes, tem também os que o
fazem por maldade. Tem outra intenção, geralmente para seu próprio benefício ou
simplesmente para detratar os outros. Este tipo de bicho é muito comum quando a
esfera tratada é a política. Buscam confundir e desinformar os incautos das
redes sociais (sim, eles são poucos mas existem. Afinal, o Brasil é um país que
não forma consciências, cabeças pensantes na escola. Os que pensam são minoria
e geralmente tem mais informação em casa, quando pequenos). Talvez este último
tipo de ser negativo, os que sabem que estão destilando ódio apenas para
enganar os outros e levar alguma vantagem, seja o pior deles. Isto porque não
são necessariamente tolos. São apenas do mal em segunda potência.
Culpa
das redes sociais? Não, claro que
não. Elas podem ser utilizadas para o
bem, para ajudar os outros, ou simplesmente para registrar bons momentos
pessoais, dividi-los com os amigos mais chegados, com a família que por vezes
mora longe e guardá-los virtualmente como lembrança. No viés prático, o problema
é educacional e, por consequência, cultural. No filosófico, pode-se dizer que
é, também, um problema da humanidade.
Desde sempre o ser humano é, também, destrutivo, animal, irracional. E,
convenhamos, é muito mais fácil (embora muito menos prazeroso para quem tem
consciência e nada natural para quem tem ética) destruir do que construir.