segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

FALTA BOM SENSO. OU OBJETIVO É OUTRO


A foto de Marcelo Martins mostra corredor de ônibus vazio, em dia complicado para Blumenau. 

A paralisação do transporte coletivo, prejudicando mais de 100 mil usuários/dia e por extensão toda a comunidade, é absurda em todos os aspectos. Respeito opiniões contrárias – pois até bobagens fazem parte da democracia, mas defender prejuízo a toda uma comunidade por causa de detalhes de segurança em terminais, é não querer o bem daquela pessoa mais fragilizada na hora do ir e vir. Acompanhando de perto todas as negociações em torno da “segurança nos terminais”, tenho absoluta certeza de que este movimento não busca o objetivo pregado. O sindicato quer aparecer porque é assim que as diretorias se mantém, fazendo um ‘mise-en-scéne’ com seu público representado. Isto se não houver outros interesses escusos por trás da paralisação, visto que já tem sindicalista profissional importado de Floripa e faixas vermelhas na história.

Para quem está acompanhando os fatos, verificou o que o sindicato reivindicava na semana passada e o que o Consórcio Siga, ladeado pelo Seterb, se comprometeu, a diferença está em dois vigias – um para cada terminal escolhido pelo sindicato. As demais demandas, inclusive um vigia no terminal Aterro, já estão sendo empreendidas, atendendo o clamor dos sindicalistas. Parar o transporte coletivo de uma cidade prejudicando trabalhadores, estudantes, pessoas doentes, idosos e crianças por causa de tão pouco, é, no mínimo, uma incoerência. Se bem que está mais para burrice. O sindicato e, consequentemente, motoristas e cobradores, já estão apanhando nas redes sociais. Logo toda a comunidade estará contra o movimento. A continuar com o radicalismo, vão-se os anéis e os dedos.

O bom senso é sempre a melhor saída, em qualquer situação. Porém, quando se joga para a platéia (interna, no caso, porque a externa está sendo vilmente prejudicada), até isto é deixado de lado em nome de resultados políticos.

PERIGO

Se há um profissional que deveria estar preocupado com a repercussão deste movimento são os cobradores de ônibus. Em vários municípios a extinção da profissão em razão dos avanços tecnológicos, é uma realidade sem volta. Se a empresa concessionária do serviço condicionar investimentos na segurança através da economia com cargos e salários, eles ficam à mercê da sorte.

METRANCA

Mas não são só os sindicatos que jogam para o público. Tem gente que aluga horário, compra espaço para falar, que faz igual, mesmo tendo formação para não dizer tanta besteira. E potencializa a baboseira nas redes sociais. A ética não escorrega até o ralo, é lançada com força na lata do lixo.

CARGA GRANDE

Os ônibus pararam um dia após os caminhões do Food Truck deixarem a cidade. O evento tinha tudo para dar certo, não fosse o amadorismo da organização. Dizer que esperava público menor não alivia. Ou então não se anunciaria tanto na mídia. Se fosse contratada uma empresa de eventos fera, todos os percalços seriam superados antes de acontecerem. É assim que se faz evento: planejamento, previsão de problemas e pré-soluções para as crises e logística em sintonia fina. O público foi grande. Só não foi maior do que as reclamações, inclusive nas redes sociais. Faltou estacionamento, banheiros e combater fila pra tudo: de comprar tickets a retirar produtos.

TEM FUTURO

Ainda assim, o evento tem futuro. A mídia foi complacente; os problemas foram citados en passant. Como todos os acontecimentos gastronômicos no Parque Vila Germânica – que, diga-se de passagem, nada tem a ver com a organização do tal Food Truck, pode dar certo. Desde que, como já disse, haja profissionalização da organização. Mas dá para aproveitar a repaginação que fizeram dos antigos trailers de lanches com esta pitada de nome em inglês, porque norteamericanização das coisas é algo que o povo brasileiro adora. E engole sem questionar.

PAGANDO A CONTA

Enquanto isso neste Brasilzão da corrupção, a população paga alto pelo preço do combustível. Por ironia do destino, exatamente no momento em que o barril do petróleo alcança seu preço mais baixo. Estamos pagando o pato pela corrupção na Petrobrás. E olha que eu nem conheço este pato.

BRASILEIRO

Como o brasileiro não desiste nunca, continua acreditando que o Brasil é o país do... futuro?

VELOCIDADE

Começou no sábado passado, 21, no kartódromo de Brusque, a Copa Amigos da Velocidade de Kart. Ela reúne uma galera de Blumenau, entre gente da imprensa, prefeitura, empresários e profissionais liberais. A primeira etapa aconteceu em Brusque. Cristiano Baifus chegou na frente, Alexandre Pereira em segundo e acabei ficando com o terceiro lugar. A história tem sequência no kartódromo internacional Beto Carrero, em Penha, no dia 19 de março, noite de quinta-feira. Serão dez etapas até novembro. A coisa pega fogo!

 Primeira etapa foi bastante concorrida, com pegas em várias posições.

Cinco primeiros colocados de cada etapa recebem medalhas.


VALE EUROPEU

O livro História, Cultura e Belezas do Vale Europeu ficou pronto. E lindo. Um livro de fotografias que mostra todo o potencial da região. Começa a chegar nas 100 melhores universidades do país, nas 50 maiores bibliotecas brasileiras, ao trade turístico nacional, às bibliotecas e prefeituras dos maiores municípios catarinenses e dos 49 do Vale Europeu, além da mídia, inclusive nacional.

Na próxima edição, detalhes sobre este trabalho possibilitado pela Lei Rouanet e incentivadores privados muito especiais.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

FALTA EDUCAÇÃO, FALTA CULTURA

As noções de cidadania vem da Grécia Antiga. Mas ser cidadão é muito mais do que exigir direitos.

Todo mundo sabe, fala e ouve que o problema em nosso país é a educação. E é. Mas não apenas a educação dos bancos escolares, que produzem conhecimento, muito mais para que os seres tornem-se produtivos para o sistema capitalista do que para que possam pensar por si próprios para promover melhores escolhas. A educação que nos falta, no Brasil, é aquela que tem um condão cultural, de tradição, passada de geração em geração como traço de caráter e senso de responsabilidade, de cidadania. É por isso, em especial, que temos tanta corrupção no país. É por isso, em especial, que o Brasil, apesar das grandes potencialidades naturais e de seu povo, não dá certo.

Vislumbro este cenário toda vez que vejo alguém reclamar da coisa pública. Não que o cidadão não tenha este direito, muito pelo contrário. Porém acreditar que o simples fato de pagar impostos lhe dá direito de virar as costas para as boas atitudes, para o cumprimento da lei e das regras sociais, para a sua cota parte do bem estar da coletividade, mostra um ser acéfalo. Geralmente esses seres enchem a boca para dizer que reclamam porque pagam impostos. E esquecem de todo o resto. Esquecem, por exemplo, de que suas atitudes educam seus filhos, de que seus atos podem ser referência para algumas pessoas.

Por isso é extremamente comum – e imensamente burro – reclamar de falta de segurança no trânsito quando quem a causa é exatamente os motoristas. Ou seja, o indivíduo, a população. E se o poder público institui maneiras de fiscalizar a velocidade, há quem reclame de uma suposta “indústria da multa”.  Tem gente que reclama de mato em sua rua, mas não é capaz de tirar da frente de sua casa.  Há pessoas que falam da falta de ajardinamento de uma cidade, mas não plantam uma flor sequer em seu jardim. E esses exemplos se multiplicam aos montes na falta de noção de cidadania, de comunidade, existente em pessoas nesta Brasil afora.

Queremos soluções, mas não nos dispomos a contribuir nem um pouquinho com elas. Colocamos tudo na conta do poder público (municipal, estadual ou federal) como se não tivéssemos nenhuma responsabilidade sobre a sociedade em que vivemos. Queremos exercer nossos direitos, mas não queremos cumprir nossas obrigações, nossos deveres. Enquanto pensarmos assim, que pagando os impostos já fazemos a nossa parte, sofreremos nas mãos de nossa própria ignorância. Os governos quando muito tentam administrar dinheiro de nossos impostos e prioridades. Quem constrói uma nação é a civilidade de seu povo.

Ignorância molotov

Há algo que não entra na cabeça de pessoas pensantes: o vandalismo. O que faz um cara jogar um coquetel molotov em uma estação de pré-embarque do transporte coletivo? Estraga um bem que é de todos e que, caso destruído, todos vão pagar de alguma forma... Merecia penalização dupla. Afinal, vandalismo é burrice potencializada.  

35 anos

Post sobre o aniversário do PT neste blog repercutiu. Muitas manifestações por e-mail e até por telefone. Pelo tweeter até Roger Moreira, líder da banda Ultraje a Rigor, retuitou o endereço do blog para seus milhares de seguidores. Mas um ou outro ceguinho daqueles quis combater com o desvio de atenção para outros temas. Não tem jeito, mesmo. Eles nunca erram, nunca roubam. No máximo, não sabem de nada.

Ô, coisa!

Tem muita gente que vive pelas redes sociais virtuais da vida que ainda não se tocou que o mundo virtual é uma coisa, o real outra. Exemplo claro disso são as manifestações. Quando houve o último reajuste da tarifa em Blumenau, um pretenso protesto obteve mais de 300 confirmações virtuais. Menos de 30 pessoas (10%) estiveram no local marcado. Ontem alguns políticos de oposição tentaram engendrar novo protesto, agora contra ônibus lotado. Das 86 confirmações virtuais, 4 compareceram (5%), dois deles organizadores do protesto com evidentes interesses político-partidários.

Resta saber se no protesto contra a presidente Dilma, dia 15 de março, às 9h30min, em Blumenau, os milhares de confirmados também ficarão nos gatos pingados.

Coisa boa

Festival Brasileiro da Cerveja de Blumenau vem quente (ou melhor, gelaaaado) para a terceira edição (8 a 10 de março). Serão 136 cervejarias, 117 estilos de cervejas e 847 rótulos, 111% a mais do que na última edição. Será que vamos ter que beber 111% a mais de cerva para compensar o interesse da organização e cervejarias? 

Coisa ruim


Definitivamente 2015 será um ano de sofrimento para mim, no futebol. Meu Grêmio desmontou o time. Falta grana. Pelo mesmo problema, ainda que com muitos milhões a menos, o Metropolitano de Blumenau, pelo visto, vai lutar contra o rebaixamento. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

PT COMPLETA 35 ANOS TENTANDO PREGAR MORAL. DE CUECAS.

Deputado mostra áudio de mentiras eleitorais da presidente Dilma.

Boa parte da população brasileira já reclama do que considera um estelionato eleitoral. Particularmente, sou a favor da democracia. Se a presidente Dilma Roussef recebeu mais votos nas urnas, tem o direito legal de estar no cargo. Porém não há como negar que para chegar lá, a candidata-presidente mentiu. E como mentiu... Vendeu o “país das maravilhas” para seus eleitores e está entregando um Brasil de maltrapilhas. O que disse na campanha, está desdizendo a cada dia com aumento de produtos, serviços e impostos que desmentem cada palavra dita no horário eleitoral gratuito (o vídeo coletado no You Tube comprova parte deste estelionato). O brasileiro que nela votou se sente enganado. O que não votou (quase metade da população eleitoral), mais do que revoltado.

Nunca fui petista. Não sou filiado a nenhum partido político, diga-se de passagem. Mas há algumas décadas até cheguei a pensar que o PT era aquele partido que poderia restituir a ética na política. Tinha um discurso – e também uma prática, oposicionista e descomprometida, claro – que encantavam os ouvidos. Parecia ser possível. Passados alguns mandatos e o que vemos é a institucionalização da corrupção, da bandalheira, da falta de ética. Da total falta de respeito com as pessoas, com o povo, com a nação. Toda esta prática hedionda, soma-se agora às mentiras de campanha. Dilma e seu governo petista perderam toda a credibilidade. Prova disto é que até deputados governistas votaram para abertura da CPI da Petrobrás. Penso em como haverá governabilidade se ninguém mais – exceto os petistas mais fervorosos – acreditam no governo.

Se o PT decepcionou muita gente na sua história de governo (não pelas ações sociais que empreendeu, mas pelo fato de rasgar o discurso da ética que empunhava com fervor quando oposição, principalmente), é difícil dizer, agora, o que mais decepciona milhões e milhões de brasileiros: se o mar de lama que passa por sobre o Palácio do Planalto, produzido pelo próprio, ou se a fantástica capacidade dos fanáticos petistas espalhados pelo país em furar os próprios olhos, tornarem-se cegos e negarem, tal qual papagaios dos líderes maiores, as falcatruas cometidas em nome da governabilidade.

Como já disse em outros textos, não foi o PT que criou a prática de aliciar votos de congressistas para os interesses do governo com “benefícios” espúrios. Mas teve a capacidade de institucionalizar isto com pagamento mensal, o malfadado mensalão. O partido foi mais criticado porque não se esperava isso dele, pregador da moralidade e ética. Porém o que estarrece é a capacidade de Lula dizer que “não sabia de nada”, dos petistas conhecidos fazerem coro de que o mensalão não existiu e dos (bem) menos graduados em fingirem-se de cegos e acreditarem em sua cegueira proposital.

O mesmo antídoto falho foi aplicado no caso Petrobrás. A roubalheira foi tão grande, que faz a compra de votos mensal de deputados parecer trocados, esmola. Mas a roubalheira não locupletou apenas alguns espertalhões que cobravam propina em tudo que era contrato. Esses ficavam com a menor parte. O bolo maior do dinheiro corrupto ia para partidos da base aliada, especialmente o PT. Caixa de campanha. Não sou eu que digo. É a investigação da Polícia Federal. Claro que ela só foi aprofundada depois da data do segundo turno das eleições. Se as prisões acontecessem antes, poderia mudar o resultado das eleições.

Agora é Dilma que nega saber do mar de lama em meio ao petróleo da Petrobrás. Manteve Graça Foster até as ações da estatal caírem a níveis absurdos. Fez-se de cega e foi fiel a quem garantiu o escoamento de bilhões de reais pelo oleoduto da corrupção como forma de garantir a reeleição. Mas experimente perguntar a um petista sobre o caso. É tudo culpa da grande mídia, o ‘poder oculto’ que quer derrubar o PT do governo porque blá, blá, blá, blá... não se sabe se o papo é mais cansativo do que maluco; difícil mensurar se apenas são cegos pela lavagem cerebral recebida ou se fazem de loucos. É como aquele cara que vê uma mesa de vidro em sua frente e teima que é de madeira. Impossível debater o tema assim. E talvez seja esta a tática. Como não há explicação para tamanha decepção, melhor evitar o debate com falácias de todo o tipo. E aí até se fazer de louco vale.


Porém, quem não tem um viés de fanatismo ideológico acompanha as notícias (da grande, média e pequena mídia) e fica apavorado. Definitivamente, parece nunca se ter roubado tanto na história deste país. E aquele partido que, nascido há exatos 35 anos bancava ser a salvação ética da política nacional, hoje não tem mais o que comemorar. A não ser claro, os bilhões de reais que garantiram mais quatro anos de vida boa e de um projeto político que não pestaneja um minuto em rasgar a cartilha ética e a apregoada moral política para se manter no poder. E que continua tentando pregar moral. Só que agora, de cuecas.