A península de Mariscal, município de Bombinhas, vista de cima: paraíso terrestre.
Amém!,
diriam alguns, antes mesmo de deitar os olhos sobre as linhas que virão. Não,
pessoal. Não se trata do tão propalado e acreditado paraíso lá de cima. Aquele
que para alcançá-lo é preciso ser um cordeirinho obediente e bonzinho em terra.
Não. O paraíso do qual versarei, para variar (em meus tempos de férias) é outro
e está aqui mesmo, na terra. Ele se chama Mariscal.
A
preservação do paraíso passa por medidas corajosas. A atual prefeita, que
sequer conheço (sei apenas que é chamada de Paulinha e se elegeu pelo PDT), deu
um passo importante neste sentido. Resolveu taxar aqueles que, veraneando pela
região, vem passar o dia nas paradisíacas praias do município de Bombinhas,
entupindo o trânsito e lotando a beira mar. Pois resolveu cobrar a tal TPA –
Taxa de Preservação Ambiental. Míseros R$ 20,00 por carro com direito por dia.
Barato demais, mas foi uma ótima ação. Há regras específicas, mas não é a isto
que quero me ater. É sobre a necessidade de ordenar o fluxo de pessoas, se a
infraestrutura não consegue acompanhar o boom turístico. Nisto, a administração
da prefeita está de parabéns. Merece aplausos.
Mas
merece aplausos em outras ações também. Como o calçamento da rua mais próxima
do mar de Mariscal, ou mesmo a pretensão já iniciada de asfaltar a rua principal
de Bombas (pena que não deu para fazer antes da temporada. A rua está em obras,
e com chuva sempre complica). Enfim, há mais de dez anos por aqui, consigo
enxergar algumas melhorias no paraíso. Ainda falta melhorar um tanto. É necessário,
por exemplo, fiscais à beira mar, para evitar vendedores não autorizados e
especialmente cães na areia da praia. Esperamos que neste verão isto aconteça.
Ainda assim, é possível enxergar avanços em relação ao que vi até hoje.
CONTRA MÃO
Os
aplausos não vêm de graça. Sempre há uma cobrança mais forte a ser feita. E
esta é firme, em defesa do paraíso terrestre. Soube que a prefeita tentou
modificar o plano diretor do município de Bombinhas e uma das cláusulas previa
a liberação de construção de prédios de até 12 andares. UM CRIME !
Pelo
que fui informado, a comunidade que quer a preservação do canto mais belo de
Santa Catarina não permitiu que o debate sobre o tema fosse adiante. E não
adianta vir com o discurso de aprovação popular, conselho disto ou daquilo.
Sabe-se que há gente forte e pesada de Balneário Camboriú interessada na
mudança (para pior) e a especulação imobiliária move montanhas, área verde e
constrói espigões que tapam o sol da beira mar.
Prefeita
Paulinha; não rasgue o bom trabalho que faz até então com um golpe em cada
morador e veranista fixo das praias de Bombinhas (Bombas, Mariscal etc). Todos
sabem que a pressão é forte e que as ofertas devem acontecer. Pois é hora de
mostrar a todos que é possível fazer uma nova política sem se dobrar ao canto
fácil do níquel dos vinténs.
LUGAR DO SONHO
Nessas
comunidades menores há atitudes que surpreendem a gente. Dia desses fui à Vila
de Canto Grande comprar algumas coisas de supermercado. Em seguida lembrei-me
do delicioso e famoso pão caseiro da Casa dos Sonhos, que fica pertinho da
igreja. Fui direto. Pedi o pão e ao tentar pagar vi que eles não têm máquinas de
cartão. Como estava sem dinheiro vivo, consternei-me em deixar o pão e ir
embora. A dona do lugar, que atende no caixa, não deixou:
-
Leva o pão que outro dia você me paga, disse ela.
Argumentei
que não tinha certeza de quando voltaria por ali, mas ela fez questão de que eu
levasse o produto. Dia seguinte voltei lá apenas para levar os R$ 7,00. E saí
feliz por ver que em algum lugar deste planeta, a confiança ainda está na
frente do dinheiro.
MAIS OU MENOS FECHADA
Dia
seguinte fui comprar camarão. Já era depois das 19h e apesar de não ter
anoitecido uma das (duas) peixarias da qual sou cliente estava com as portas
fechadas. Mas tinha uma janelinha aberta e os proprietários moram atrás. Não
tive dúvida: colocar o pescoção pra dentro do muro para ver se alguém aparecia.
Não só apareceu, como efetuou a venda. Nada como uma terra do interior, onde as
pessoas ainda se importam.
NOEL BOMBADO
Desde
que as casas não têm mais chaminé, os Papais Noéis andam com uma criatividade
fora do comum. Em Blumenau, chega de barco pelo rio Itajaí Açu – um imigrante
do polo norte? Tem bom velhinho que
chega de helicóptero, de paraquedas, de moto... dia desses vi na tevê um que
chegou fazendo rapel. Para quem desce do céu, faz sentido.
Pelo
visto o trenó saiu de moda...
SEM GRAÇA, FOSTER
E
para perder o brilho de uma coluna de férias, uma constatação sobre o tema mais
falado no segundo semestre deste ano, o caso Petrobrás. A entrevista da Miss
Feiúra Graça Foster ao Jornal Nacional foi algo realmente sem graça. Sem graça
porque tentou fazer a todos nós, brasileiros, de bobos, otários. Ela não tomou nenhuma medida saneadora na
estatal em anos porque a assessora que a avisou dos demandos não utilizou a
palavra “corrupção”. Ah, tá!
Sem
nenhuma graça, Foster.
TRÊS TIPOS
O
mundo é feito de três tipos de pessoas: os que têm atitude e fazem acontecer,
os que veem tudo acontecer placidamente sem noção do poder que têm e os que até
têm esta noção mas são preguiçosos demais para se incomodar e mudar algo.
Estar
em um deles, é uma decisão bem pessoal.
FALEI E DISSE
Um
Feliz Natal a todos os meus amigos leitores e que o ano de 2015 seja o melhor
de suas vidas. Até agora.
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