terça-feira, 12 de agosto de 2014

OS POETAS ESTÃO MORTOS?


Na mesma segunda-feira em que o sol nasceu mais do que bonito, extremamente alaranjado, nos fundos de minha casa, um super sol que sucedeu uma super lua da noite anterior, morre mister Robin Williams. Morreu lá na Califórnia, onde vivia, lugar onde o sol também costuma ser generoso.

Um dia que para mim começou exuberante por causa do nascer do sol especial no quintal de casa, terminou mais triste. Ao chegar em casa, à noite, quando o sol já não fazia mais parte deste lado do planeta, soube da morte do ator que, além dos muitos bons filmes que fez, repassava uma tranquilidade alegre. Ou uma alegria tranquila. Porém, a partida de mister Williams me toca mais ainda pela partida do seu personagem no filme Sociedade dos Poetas Mortos: o professor ampliador de mentes, amplificador de sentimentos, encorajador de riscos e semeador de responsabilidades. O “capitão” que lutava pelos seus alunos.

Perdoe-me sir Williams, mas para mim você é e sempre será aquele professor. Este filme, uma pérola do bom gosto porque faz com que o espectador reveja sua vida real e o que fez de seus sonhos juvenis, e aquele professor tem parte da ‘culpa’ no meu interesse em ter me tornado professor universitário. A ideia de um professor amigo, de um professor parceiro de seus alunos, mas que lhes cobra postura, ética e conhecimento para a vida... para que se tornem pessoas melhores para si mesmas e, por conseqüência, para o mundo. A figura de um professor que tem na retidão de propósitos e atitudes uma forma de carinho. Mesmo que isso não represente exatamente aquilo que o aluno quer.


Por isso hoje resolvi escrever sobre aquele inspirador professor de Sociedade dos Poetas Mortos. Figuras como aquela representada no filme por Robin Williams são cada vez mais raras. Como o “capitão” da sociedade se foi no mesmo dia em que o sol nasceu mais do que lindo atrás do meu quintal, recuso-me a acreditar que os poetas estão mortos. Nem eles, nem sua sociedade. Nem aquele sopro de vida que o personagem tão bem protagonizado por Robin Williams nos passou.  


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