Na mesma segunda-feira em que o
sol nasceu mais do que bonito, extremamente alaranjado, nos fundos de minha
casa, um super sol que sucedeu uma super lua da noite anterior, morre mister Robin Williams. Morreu lá na
Califórnia, onde vivia, lugar onde o sol também costuma ser generoso.
Um dia que para mim
começou exuberante por causa do nascer do sol especial no quintal de casa,
terminou mais triste. Ao chegar em casa, à noite, quando o sol já não fazia
mais parte deste lado do planeta, soube da morte do ator que, além dos muitos
bons filmes que fez, repassava uma tranquilidade alegre. Ou uma alegria
tranquila. Porém, a partida de mister
Williams me toca mais ainda pela partida do seu personagem no filme Sociedade
dos Poetas Mortos: o professor ampliador de mentes, amplificador de
sentimentos, encorajador de riscos e semeador de responsabilidades. O “capitão”
que lutava pelos seus alunos.
Perdoe-me sir Williams, mas para mim você é e
sempre será aquele professor. Este filme, uma pérola do bom gosto porque faz
com que o espectador reveja sua vida real e o que fez de seus sonhos juvenis, e
aquele professor tem parte da ‘culpa’ no meu interesse em ter me tornado
professor universitário. A ideia de um professor amigo, de um professor
parceiro de seus alunos, mas que lhes cobra postura, ética e conhecimento para
a vida... para que se tornem pessoas melhores para si mesmas e, por
conseqüência, para o mundo. A figura de um professor que tem na retidão de
propósitos e atitudes uma forma de carinho. Mesmo que isso não represente
exatamente aquilo que o aluno quer.
Por isso hoje resolvi
escrever sobre aquele inspirador professor de Sociedade dos Poetas Mortos.
Figuras como aquela representada no filme por Robin Williams são cada vez mais
raras. Como o “capitão” da sociedade se foi no mesmo dia em que o sol nasceu
mais do que lindo atrás do meu quintal, recuso-me a acreditar que os poetas
estão mortos. Nem eles, nem sua sociedade. Nem aquele sopro de vida que o
personagem tão bem protagonizado por Robin Williams nos passou.
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