quarta-feira, 28 de maio de 2014

GREVES POR TODO O PAÍS


As greves pipocam em todo o país, a 15 dias da Copa do Mundo. Em São Paulo, Rio de Janeiro, São Luís (Maranhão) e Florianópolis, é o transporte coletivo que está parado. Na capital paulista, professores também estão parados. Em Joinville e Blumenau, parte dos servidores públicos resolveu cruzar os braços. As reivindicações são muitas. Algumas justas, outras nem tanto, como a redução de carga horária de oito para seis horas sem prejuízo aos salários, como quer o sindicato dos servidores de Blumenau. Isto representaria ou a diminuição do tempo de serviços à população, com claros prejuízos à comunidade, ou a contratação de novos 8.300 servidores para um “segundo turno” – qualquer das possibilidades é inimaginável no serviço público.

Os sindicatos que buscam repor perdas salariais históricas sabem que nenhum governo consegue recuperar 15, 20 anos de perdas em 15 meses de governo. Então, de certo modo, pode-se dizer que toda greve tem um fundo político (nem sempre partidário). É uma relação de forças. Os sindicatos precisam mostrar serviço aos seus sindicalizados, como forma de manterem a percepção de que são atuantes, ativos em prol das categorias que representam. Também precisam tentar recuperar alguma coisa daquilo que o servidor perdeu ao longo da história salarial. Isto não só ajudaria o servidor, como também emprestaria grande moral ao trabalho do sindicato. O problema é que neste jogo de poder, quem acaba pagando o pato é sempre o contribuinte, aquele cidadão que paga seus impostos.

Por mais que tentem pregar o contrário, a verdade financeira é que as prefeituras de todo o país estão quebradas. Só para se ter uma ideia do tamanho do problema, no ano passado (2013) 92% dos municípios brasileiros fechou suas contas no vermelho. Isto demonstra claramente que o buraco é bem mais embaixo. Não se trata de escolha pura e simples de onde investir os recursos financeiros municipais. Trata-se de não ter recursos para fazer frente à demanda. O real problema está no pacto federativo nacional, que leva imensa maioria do dinheiro dos impostos para Brasília, deixando quase nada onde as pessoas vivem, que é nos municípios.

Se sindicatos de trabalhadores – bem como os patronais, entidades, políticos de alta estirpe e todas as outras forças vivas da nação – quisessem realmente resolver a questão, poderiam pressionar o Governo Federal a mudar este pacto, provocando uma nova situação nacional de divisão de impostos arrecadados. Só assim para que os municípios tenham condições financeiras de fazer frente às necessidades do cotidiano, que somam o encargo de fazer obras e ações para melhoria da vida das pessoas e atender às expectativas salariais de seus funcionários. Do jeito que está, a conta não fecha. Quase a totalidade dos municípios brasileiros que o digam.

A duas semanas do início da Copa do Mundo no Brasil, o país dá sinais claros de fadiga. O modo de distribuir a arrecadação de impostos, levando quase tudo para Brasília, capital nacional dos lobbys e da corrupção, chegou à exaustão. Aliado ao momento delicado, ainda é possível prever as manifestações durante a própria competição. O brasileiro mais astuto não engole o fato de terem prometido mundos e fundos como “legado da Copa” (melhoria em aeroportos, transporte público e muitas outras coisas etc) e que não seria utilizado dinheiro público na construção dos estádios. O que se viu foi exatamente o contrário. Segundo reportagens já publicadas na mídia, cerca de 95% dos recursos financeiros da construção de estádios é dinheiro público. Enquanto isso, as obras de infraestrutura ninguém sabe, ninguém viu. Nem com propaganda bonita e cara em televisão, o Governo Federal consegue convencer de que os brasileiros ganharam alguma coisa com o evento no Brasil. Como disse esta semana o deputado federal Romário, “vamos torcer pelo Brasil dentro de campo, porque fora de campo a gente já perdeu com a Copa”.

Resta ver qual será a imagem do Brasil depois disso – externa e interna.    

  

sexta-feira, 16 de maio de 2014

VERGONHA NACIONAL TEM NOME E SOBRENOME


A gente fala sobre a Copa, sobre a Petrobrás, sobre a falta de segurança policial em tudo que é cidade de médio e grande porte e sobre a corrupção que campeia pelo país, já a partir da ‘Ilha de Lost’ – que alguns chamam também de Brasília. Mas vergonha nacional exacerbada, são pais e padrastos matando filhos e enteados como se as crianças que geraram ou criam tivessem culpa de seus problemas.

Se formos considerar os casos desde a menina Isabela Nardoni, somam-se alguns. Sem falar dos que cometem abusos sexuais contra os pequenos. Isto não demonstra apenas que há pais e padrastos que são verdadeiros monstros. Escancara que somos um país sem educação e sem punição. E este é o mal que permite todos os demais males. Isto envergonha a todos nós de sermos brasileiros.

PRESIDENTA, O CARAMBA!

Não há o que me faça corromper a língua portuguesa para chamar qualquer mulher que seja de presidentA. Já basta os assassinos naturais da língua pátria, que estão espalhados por aí, não se pode maltratar a língua por decreto.

EM CAMPANHA?

Tem gente que já está vendo no logotipo da nova novela global das 21h uma propaganda subliminar para o candidato Aécio Neves. Alegam que as letras parecem formar o número 45. Não vi, ainda, mas tempo de eleição é fogo. Até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deixou na reta, no início do ano, ao fazer uma campanha pela participação da mulher na política.

ERA UMA VEZ...

Toda historinha infantil começa assim. Mas a expressão também pode denotar algo que se foi. Linguarudos já dizem que assim começa, agora, a história da Petrobrás. Aliás, CPI no dos outros é refresco, viu?

CONTRAATAQUE

Mas a Petrobrás não deixou por menos. Atacou com comerciais de televisão. Diz ser uma empresa que valoriza os brasileiros e que estamos batendo recordes de refino de petróleo. Foi aí que parei para me perguntar: para quê, se o preço dos combustíveis não cai?

FALAR NISSO...

As perspectivas econômicas para o Brasil de 2015 não são nada boas. Economistas que já vem criticando a atuação do Banco Central em segurar a inflação artificialmente, garantem que o amargo remédio vem depois das eleições, com reflexos duros no ano que vem.
Só discordo do “segurar a inflação artificialmente”. Pelo que vejo nos preços do supermercado, os índices de inflação são pura maquiagem.

FOI-SE

Nenhum brasileiro na Taça Libertadores, dos seis times que participavam da competição. Três deles foram eliminados na sequência pelos argentinos do San Lorenzo: Botafogo, o meu Grêmio e o Cruzeiro sentiram a reza braba do clube do Papa. Segundo os estatísticos do futebol, há 20 anos o Brasil não ficava sem um time nesta fase do campeonato.

FALCATRUA

Também, em um país onde a confederação de futebol escolhe aleatoriamente (ou seria politicamente?) um clube para participar de uma divisão do campeonato brasileiro, sem qualquer critério técnico, se quer o quê?

GREVES

As greves sempre são justas para os grevistas. Muitas vezes as reivindicações também são justas. A injustiça fica para quem por ela é prejudicado. Geralmente o contribuinte.

COISAS DA VIDA

“Na vida, cada passo tem seu espaço e cada momento a sua razão”. (FW)


Também no twitter: @fabriciowolff

sábado, 10 de maio de 2014

CAMPEONATO DE KART ASSIMVI PEGA FOGO!

A velocidade é uma paixão. Por isso quando a Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí (Assimvi) topou a proposta do amigo Alexandre Pereira de organizar um campeonato de kart só com integramtes da imprensa, pulei dentro de cara. 

Na terça, dia 06, rolou a terceira etapa (de quatro previstas) da Copa Assimvi de Kart. Mais uma vez corri muito atrás do Alexandre, mas cheguei em segundo. Dudu Cunha (da Rádio Ponte FM) chegou em terceiro e os meus colegas de Secom e amigos Fábio Ricardo e Thiago Shwaemmle em quarto e quinto lugar, respectivamente.  


Eu com Alexandre Pereira (RIC / Rádio Clube)

O indaialense Dudu Cunha (Rádio Ponte FM)

Fábio Ricardo (Secom)

Thiago Schwaemmle (Secom)

Esta galera, mais João Paulo (RIC / Rádio Guararema), ponteiam o campeonato e decidem tudo na próxima etapa, dia 7 de junho, no Kart Clube de Indaial.

A classificação atual é esta: 

1. Alexandre Pereira (RIC / Clube): 62 pontos
2. Fabrício Wolff (Secom PMB): 58 pontos
3. Thiago Schwaemmle (Secom PMB): 50 pontos
4. Fábio Ricardo (Secom PMB): 48 pontos
5. João Paulo (RIC / Guararema):46 pontos
6. Dudu Cunha (Ponte FM): 43 pontos
7. Marciano Régis (Rádio Arca): 38 pontos
8. Paulo Sérgio (RIC): 22 pontos
9. Jair Chamulera (RIC): 20 pontos
10. Deluca Jr. (RIC): 11 pontos
11. Jorge Bauer (RIC): 09 pontos
12. Odair Silva (RIC): 07 pontos
13. Alexandre Gonçalves (RIC): 06 pontos.

Correr não é apenas tentar vencer. É desafiar os próprios limites. 

Definitivamente, isto é muito bom!  


terça-feira, 6 de maio de 2014

QUANDO A PISTA VIRA EXEMPLO DE VIDA


O dia 1º de maio nunca será esquecido pelos brasileiros. O Dia do Trabalho (ou do Trabalhador, dependendo de quem diz), a data marcou a corrida final de Ayrton Senna. Naquele 1º de maio de 1994, um domingo, acordei cedo, como fazia em todos os domingos em que havia Grande Prêmio de Fórmula 1. Troquei a coberta quentinha pelo sofá da sala. Postei-me em frente à tevê, aguardando mais um dia de show. Era bem assim. Naquela época, o brasileiro era mal acostumado. Ligava a tevê aos domingos para ver seus pilotos darem show. Ayrton Senna era o líder de nosso alegria. Naquele fatídico domingo, meu filho de apenas um ano e três meses também acordou cedo (à época era filho único, hoje é o mais velho, com 21 anos). Tirei do berço e coloquei sobre meu colo para que ele acompanhasse sua primeira corrida de F1. Afinal, qual pai não quer que o filho curta as mesmas emoções que ele, seja na velocidade, seja no futebol?...

Ayrton Senna não vivia um bom momento. Depois de ter sido tricampeão pela Mc Laren em 1991, viu a Willians tornar-se a máquina imbatível. Quando em 1994 recebeu o convite de Frank Willians para dirigir o carro sensação do momento, todos tiveram a certeza de que o quarto título do brasileiro era uma questão de tempo. Mas não foi o que aconteceu. Michael Schumacher vencera os grandes prêmios do Brasil, em março, e do Pacífico, em abril, com sua Benetton (ele ganharia 8 das 15 provas daquele ano). Nas duas provas, Senna sequer completou as corridas. Precisava marcar pontos. Precisava mais. Necessitava vencer. Senna não corria para pontuar. Por isso – e pelos acidentes registrados naquela mesma pista durante os treinos, na sexta com Rubens Barrichelo e no sábado com o austríaco Roland Ratzenberger (que acabou morrendo ali) – as imagens mostram um Ayrton Senna preocupado, pensativo, quase triste naquele 1º de maio de 1994. Só não sabia que aquele se tornaria um dia especial para os brasileiros exatamente por sua causa.

Quando Ayrton Senna bateu forte na curva Tamburello e a imagem da tevê mostrou seu pescoço caído para o lado, pressenti o pior. Só havia visto uma vez em muitos anos que acompanho corridas aquela cena: exatamente no dia anterior, no acidente de Ratzenberger – e o resultado tinha sido o pior possível. Senna ficou ali, a história vitoriosa do piloto brasileiro ficou ali. O ídolo do Brasil estava imortalizado. Porém, quando se fala na história de Ayrton Senna da Silva, o exemplo que me vem à mente é exatamente o dele nas pistas. Mas não como exemplo de piloto, como exemplo de vida. Fazer o que se gosta, dedicar-se ao máximo àquele trabalho exatamente porque gosta do que faz. Ser corajoso, audacioso, ousado. Ser inquieto, incisivo, obtuso. Ayrton Senna sempre me transpareceu a imagem de que aquele que se projeta para uma ultrapassagem, que se arrisca no limite para vencer uma prova, é uma ótima referência para aplicar esses princípios na própria vida. A vida só é realmente vivida se levada ao extremo. O extremo da dedicação, o extremo da coragem tendem a levar ao extremo da felicidade. E se não levar, pelo menos o trajeto foi bem vivido.

A vida não é uma pista de corridas, eu sei. A paciência, a prudência são virtudes importantes, eu sei. Mas dificilmente consigo vislumbrar alguém que tenha sido importante para si mesmo sem a coragem, a audácia, a ousadia que Ayrton mostrava nas pistas. Desta forma, naquele ano já longínquo de 1994, fiz meus contatos para colocar o nome dele na minha rua – até então inominada. Hoje moro na rua Ayrton Senna, no bairro da Velha, com direito a uma curva em “S” (o “S” do Senna) no final e tudo. Uma homenagem simples, mais do que ao piloto, ao ser humano que fazia da pista um modo de vida.