quarta-feira, 21 de maio de 2008

Aos 43

Ok, você venceu!.. Cheguei, encarei e assumi os 43 anos completados ontem, dia 20. Mas sem problemas. Afinal, nunca me senti tão bem (fora, claro, uma dorzinha na coluna que começou aos 40 e não tem cura). Mais do que isso, cheguei aos 43 com a certeza de que neste caso mais é melhor.

Do alto dos seus 43 anos, se vê melhor. Parece que se tem mais clareza das coisas, fica muito mais fácil analisar situações e até mesmo gerenciar crises, sejam elas financeiras ou emocionais.

É verdade que aos 43, não se quer beber a vida em largos goles, como se bebe uma cerveja gelada num dia de verão, mas apreciá-la em saborosos goles, como se delicia um bom vinho numa noite fria de inverno.

Também é verdade que há correria. A correria da sobrevivência, deste louco mundo tecnológico, que cansa, estressa e faz mal a todos, com 20, 40 ou 60 anos. Porém a correria se submete a uma visão privilegiada dela mesma. E aos 43, só se corre o quanto é necessário, não mais.

Aos 43 se privilegia a qualidade ao invés da quantidade... ah, se eu soubesse disso mais cedo. Teria aproveitado mais as coisas realmente boas e não correria tanto atrás de quantidade.

Mas o mais interessante aos 43 é ver que não há uma verdade absoluta, logo, não se pode ser o dono da verdade – coisa que adoramos tentar aos 20, alguns aos 30. Não há uma verdade que não dependa da ótica de quem a vê.

É tão diferente como se vê o mundo aos 43, comparado aos 20 e poucos anos, mesmo aos 30 e poucos anos...

Aos 43 se vê que viver é o mais importante, que sentir emoções é fundamental e que se entregar aos dogmas e ao comodismo social é um convite à morte antecipada. Aos 43, não se tem mais medo da morte. Apenas se quer viver, aproveitando que se está aqui. Viver é se entregar à vida de braços abertos. Como já dizia Lobão “Vida louca vida, vida breve; já que eu não posso te levar, quero que você me leve”.

Carpe Diem!, digo eu, todos os dias, a mim mesmo. E agora, aos 43, paro um pouco para tentar fazê-lo realmente. Afinal, poucas coisas são tão belas quanto o vento gelado no rosto no final de uma tarde de outono, num dia de sol (qual foi a última vez que você sentiu isso e parou para pensar no momento?). Tantas coisas são tão boas quanto se deixar viajar em uma nova vida, com menos peso e mais prazer.

É uma pena que a grande maioria prefira a vidinha normal, entorpecida pelos compromissos assumidos em nome de uma felicidade plena nunca encontrada. Não admira. Existem momentos felizes, apenas, que a maioria não vive ao procurar a tal "felicidade". E o importante é dar-se ao luxo de viver os momentos sem culpa, sem travas, sem expectativas. Apenas vivê-los por inteiro. Assim os aproveitamos, os fazemos momentos felizes. Esta é a minha verdade... E a sua?!?

3 comentários:

Marina Melz disse...

Não importa qual é a idade, sempre pensamos ser muito jovens pra algumas coisas e muito velhos pra outras. O tempo passa é essa é a única realidade comum pra todos - menos pra alguns como você, que eu já disse uma vez no Blog e repito, é a pessoa mais jovem que eu conheço.
Parabéns denovo. Tudo de melhor.

Thiago Duwe disse...

dá-lhe Fabrício, parabéns.

Quanto a eterna juventude, não quero me apegar a clichês e ideologismos, mas ultimamente tenho pensado naquela frase atribuída ao Che:

"Há que endurecer sempre, mas sem perder a ternura jamais."

Valeu.

Abraços,

Thiago Duwe.
Abraço.

Anônimo disse...

Não tenho pressa para chegar nesses tão falados 43. Eles podem ser uma idade como outra qualquer, apenas mais um ano, mais um mês, mais um dia. Afinal, nós inventamos os aniversários apenas para ter o que comemorar. De nada muda em nossa vida um minuto a mais ou um minuto a menos. Mas essa sabedoria, essa sabedoria de conseguir distinguir muito bem que os sonhos vividos nos 20 eram sonhos dos 20, as certezas erradas dos 30 eram apenas certezas erradas dos 30, e a satisfação mental dos 43 é apenas uma satisfação mental bem típica dos 43, essa sabedoria é que faz toda essa caminhada valer a pena. Pois nessa vida isso demora um bocado. Mas uma hora a gente aprende algo de útil.
Parabéns pelos 43.
E pelos 20 e 30 que já se passaram também.