Seria surreal se não fosse no Brasil.
Uma desembargadora do Mato Grosso do Sul, Tânia Garcia, foi pessoalmente
tirar o filho preso por tráfico de drogas da cadeia. Breno Borges, de 37 anos, foi
detido com 129 quilos de maconha e munições de alto calibre e estava preso há 3 meses. Ele é apontado por
investigações da Polícia Federal como “agente operacional” do chefe do tráfico
Vinícius Vieira.
A desembargadora é presidente do Tribunal Regional Eleitoral do MT e integrante
do Tribunal de Justiça – o mesmo tribunal que trocou a pena de prisão do filho
dela por uma clínica psiquiátrica de primeiro mundo, com toda a mordomia possível.
Em um país onde a corrupção campeia, o troca-troca de favores é um balcão
de negócios descarado, onde presos da elite sempre encontram benefícios e o
corporativismo é poderoso também nas altas cortes, a notícia até não surpreende
tanto. Mas em um país onde a nação clama por justiça, por igualdade social e
por um pouco de vergonha na cara, a atitude do Poder Judiciário do Mato Grosso é
uma verdadeira ducha de água fria na busca por tudo isso.
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