sexta-feira, 27 de maio de 2016

CONTRA A VIOLÊNCIA, EDUCAÇÃO E RESPEITO

Redes sociais ajudaram a expor a imbecilidade de alguns


O caso que bomba nas redes sociais neste momento é o estupro cometido contra uma adolescente de 16 anos, no Rio de Janeiro. Segundo noticiado na imprensa, ela foi violentada por mais de 30 “homens” em uma favela da zona oeste da cidade. Ela teria sido dopada por um “ficante” e acordado em uma casa com os estupradores. Segundo consta, estavam armados até os dentes, o que demonstra que são pessoas naturalmente de índole ruim, bandidos por opção. O fato de a menina ser usuária de drogas, sair para as “comunidades” e ficar alguns dias sem aparecer e aos 16 anos ter um filho de 3, não ameniza a violência cometida. O ato repugnante mostra claramente as mazelas de uma sociedade que, muito mais do que “machista” ou adjetivo retrógrado que o valha, vem abandonando a educação como base da família e do respeito ao próximo.

Em primeiro lugar, esses caras não são homens de verdade. São escória. Não sabem que a mulher é um ser especial, que deve ser tratado como tal. Nunca devem ter gostado de uma mulher. Não devem ter irmãs. Não devem ter mãe. Pelo menos, não uma mãe de verdade, que os tenha criado com amor, carinho e tenha ensinado, com atitudes, o quão especial é a relação com uma mulher. Devem ter tido no pai uma ameba, que muito provavelmente maltratava a esposa na frente dos filhos, um ser escroto que não respeitava as mulheres. Isto não é machismo; isto é imbecilidade.

É certo que famílias mal estruturadas sempre existiram, especialmente nos nichos de pessoas com menos acesso à educação e cultura. É certo, também, que sempre existirão pessoas com graves desvios psicológicos a ponto de cometer barbárie deste tipo. Mas também é certo que a atual conjuntura social iniciada há algumas décadas, onde as mães foram para o mercado de trabalho e os pais também trabalham cada vez mais e dão menos atenção aos filhos, colocando a responsabilidade da educação (que deveria ser de casa) nas mãos da escola, formam seres humanos cada vez piores. Apesar de tudo isto, não há como encontrar uma razão para o que foi feito. Assim como não há como encontrar razão para homens que batem, que assediam sexual ou moralmente ou ainda que pressionem psicologicamente as mulheres. Não há desculpa para a violência contra elas.

O máximo que podemos fazer é nos indignarmos, pressionar por punição e tentar buscar uma explicação para o fato de que, em pleno século 21, alguns homens (que não são poucos) ainda se entendam como superiores. A grande maioria das pessoas sabe que não é o gênero que define o caráter das pessoas, sua grandeza, sua força interior... não é o sexo que define cargos ou competência. Aliás, este debate esteve em pauta recentemente, quando da formação do ministério do novo presidente (interino) do Brasil. O que precisa haver é mais respeito. Respeito entre mulheres e homens. Respeito entre as pessoas. E, para os homens de verdade, respeito por uma mulher a ponto de enxergá-la efetivamente como alguém imprescindível às nossas vidas, como alguém melhor, como alguém especial com quem se lida com amor e carinho de verdade.

A ideia de respeito por amor, porém, nasce nas crianças, na educação de casa. Na educação que une as pessoas pelo respeito e não as divide por opiniões. Um mundo melhor depende, efetivamente, de uma revolução humana, interna, um exercício de respeito pelo outro. Só assim não teremos um caso tão estrondoso quanto este do estupro coletivo; só assim não teremos milhares de casos de violência contra as mulheres todos os dias; só assim saberemos conviver com as pessoas com a igualdade que elas representam no planeta, independente do sexo que tenham.


ENQUANTO ISSO...

Enquanto no Rio de Janeiro a polêmica está neste estupro coletivo, em Blumenau ela se encontra na árvore da rua Heinrich Hosang. Bela árvore, diga-se de passagem. Minha mãe mora bem perto e nas vezes que passo caminhando por ali sempre “invejo” os moradores do prédio. Porém, parece que não é a vontade de manifestantes que vai impedir seu corte. O erro foi cometido lá atrás, em 2010, e toda pessoa bem informada sabe como e por quê. Quando um erro não é resolvido na sua origem, acaba ceifando possibilidades.


CASO A CASO?

Embora eu, particularmente, seja a favor da manutenção daquela árvore, fiquei pensando e reproduzo uma pergunta feita por um desconhecido no Facebook: “os manifestantes sabem quantas árvores foram derrubadas no terreno em que foi construída a casa ou prédio em que moram?”.

Aí fiquei com aquela impressão do “atire a primeira pedra...” – o que pode feder hipocrisia.


NÃO VOE GOL

Como disse na edição passada, traria um breve relato do dia em que a empresa de transportes aéreos Gol nos deixou na mão. Tentarei ser bem breve mesmo. Melhor, em tópicos:

  1. Tentamos fazer check in pela web, serviço que a empresa “oferece”. Todas as tentativas deram em erro. Ou seja, oferece um serviço que não funciona, iludindo o cliente.

  1. Chegamos 30 minutos antes para o check in. O avião estava na pista, com a escada de acesso de passageiros a postos. Não nos deixaram embarcar alegando que chegamos tarde demais. Porém, no próprio site da Gol diz que para vôos domésticos o check in  pode ser feito até 30 minutos antes e o embarque até 10 minutos antes do horário da partida.


  1. A desorganização do balcão da Gol no aeroporto de Navegantes chega a ser uma piada. Primeiro autorizaram o check in. Depois de 10 minutos de sim, não, sim, não, um tal Morales (parece ser o “chefe” por lá) mandou dizer que desautorizou. Atendimento ao cliente NOTA ZERO!

  1. Por fim ainda queriam cobrar um “now show” de R$ 200,00 por pessoa por não nos deixarem embarcar, caso quiséssemos pegar um novo voo. Seria cômico se não fosse trágico.

  1. Acabamos indo para São Paulo de carro, com todo o estresse de ida e volta em nossas rodovias. Na próxima semana trago as fotos desta “aventura” cansativa e (bem) perigosa proporcionada pela Gol, com custos extras de viagem. O “agradecimento” virá via pedido de indenização.

  1. E o “melhor”: conseguiram fazer esta sacanagem exatamente no dia do meu aniversário, 20 de maio.

  1. O caso está devidamente protocolado no Procon de Blumenau. E, se não houver acordo extrajudicial, infelizmente vai engordar o trabalho do Poder Judiciário. 

Enquanto a Gol não demonstrar um mínimo de respeito pelos clientes, continuo fazendo uma publicação diária no facebook e twitter com as hashtags #nãovoegol #umpostpordia.


VOLTA, JURUNA!

Com tanta gravação sendo exibida na mídia, Juruna (aquele índio que ia para Brasília com gravador em punho para depois poder cobrar as promessas das autoridades), ia acabar fazendo sucesso no momento atual. 


ACADÊMICOS

Dois eventos acadêmicos agitam a semana que vem em Blumenau e Indaial. Em Blumenau, acontece o Icom, evento de Comunicação da faculdade Ibes Sociesc, onde dou aulas de Jornalismo. Tem palestras, mesas redondas, oficinas sob o tema Nexialismo: http://icomibes.sociesc.org.br/.

Já na Uniasselvi, em Indaial, acontece o evento Design Moda +, naturalmente promovido pelo curso de Moda. Palestrantes de renome nacional, desfiles de moda e atrações artísticas fazem parte da programação, aberta à comunidade. O tema do Design Moda + é Criatividade à Brasileira: http://www.designmodamais.com.br/.


EU CURTO

Mesmo com todas as mazelas do nosso futebol, com federações que eternizam seus presidentes e uma CBF que cheira à corrupção, com qualidade em campo que não pode ser comparada aos grandes países europeus, sou um aficcionado do Campeonato Brasileiro. É ele que mexe com todos. E este ano começa muito bem para o meu Grêmio (e, infelizmente, também para nosso rival... rssss). Mas uma coisa que sempre me chama a atenção é a mudança nas posições da tabela durante a longa competição.

Por isso desta vez resolvi fazer alguns cliques no início, meio e final do campeonato de 39 rodadas. Só para, por curiosidade, ver como as coisas se comportam. Agora publico a classificação pós 3ª rodada. Só pra comparar depois...



COINCIDÊNCIAS

Na quarta etapa do campeonato do Kart Clube Blumenau, que rolou na noite de 19 de maio, no kartódromo de Indaial, além da "largada invertida" ter me deixado lá atrás, azar no sorteio me deu um carro que não rendia na reta. Nem posso reclamar muito. Senti isso no aquecimento de 5 minutos e decidi não trocar o carro pra não atrasar a largada. Devia ter feito. Acabei pagando o preço. Cheguei em último. Meu carro parecia um Fusca correndo contra Jettas, Cruzes e Fusions. Ainda assim, mantive-me em segundo lugar no campeonato.


A coincidência engraçadinha foi que tinha 50 pontos até aquela corrida. Somei apenas 1, fui pra 51. Exatamente a troca de idade no dia posterior. Era pra ser...


Mas sempre vale pela convivência com os amigos do kart. Isto é o principal.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

UMA PESSOA SE DEFINE PELO CARÁTER

Existem mulheres muito competentes. Mas porque são competentes. Não necessariamente porque são mulheres.

Este mimimi de gêneros em ministérios me lembra a cota nas universidades. Para mim não faz nenhum sentido. Talvez porque não considere as pessoas por cor, sexo, raça ou qualquer outra definição de gênero que divida os brasileiros em maiorias e minorias. Na minha concepção – e isto está muito claro para mim desde há muito – o que define as pessoas é o seu CARÁTER. E ponto. Sem mais, nem menos.

As redes sociais – principalmente – conseguiram maximizar o besteirol em torno do assunto na formação do ministério do presidente interino. O que mais me causa espanto é Temer responder a este tipo de coisa, dizendo que as mulheres terão vez no segundo escalão. Daqui a pouco outros “gêneros preteridos” também vão aumentar seu barulho. A mania (ou necessidade) do político de agir da forma “politicamente correta”, só piora as coisas ao dar atenção a esta bizarrice.

Ia escrever sobre, mas encontrei este texto de Reinaldo Azevedo. Disse muito (ou tudo) do que eu queria dizer... então, socializo com vocês:

“Ser homem não é categoria de pensamento. 
Ser mulher não é categoria de pensamento. 
Ser branco não é categoria de pensamento. 
Ser negro não é categoria de pensamento. 
Ser gay não é categoria de pensamento.
Ser heterossexual não é categoria de pensamento.

Notem que, por enquanto, falo em tese apenas. Nenhuma dessas condições garante competência a quem quer que seja. Uma política estúpida implementada por um negro será tão estúpida quanto uma política estúpida implementada por um branco. O dinheiro público desperdiçado por um homem infelicita os pobres do mesmo modo que o dinheiro desperdiçado por uma mulher.

A estupidez não tem cor. 
A estupidez não tem sexo. 
A estupidez não tem preferência sexual.

As ditaduras mais sangrentas da Terra hoje são comandadas por negros. Que infelicitam a vida de outros negros. A cúpula nazista estava lotada de homossexuais. Ernst Röhm, um gay assumido, comandou a SA, a tropa de assalto nazista. Acabou sendo eliminado pelos próprios parceiros de ideologia, tão inconvenientes, brutais e contraproducentes eram seus métodos.


Mas agora quero pensar a questão na realidade aplicada. Dilma é branca e mulher. E conduziu o país à falência, à maior crise de sua história. Seu ministério refletia, em tese, a suposta “diversidade do Brasil”. E olhem a areia em que estamos. 

Todo pensamento tem consequências e implicações. 
Os que pretendem dizer que o ministério Temer é ruim porque nele não há mulheres e negros teriam de admitir, então, que o Brasil só foi à breca porque governado por uma mulher, com o auxílio de negros e de outras mulheres.Um raciocínio como esse seria aceitável? Não! 

Um raciocínio como esse seria apenas um lixo moral, como lixo moral é a gritaria promovida agora por feministas, racialistas e intelectuais. São uns farsantes: antes de cada um exibir essa condição, todos eles são, na verdade, petistas de carteirinha.
O melhor chefe de estado e de governo hoje do mundo é uma mulher: chama-se Angela Merkel, chanceler da Alemanha. 

Ela não pensa como homem. 
Ela não pensa como mulher. 
Ela pensa como governante da Alemanha, a maior economia da Europa e uma das maiores do mundo.


Eu não estou interessado em saber o que as pessoas têm entre as pernas quando em pauta estão assuntos de estado. Ou qual é a cor de sua pele. 
Eu estou interessando em saber o que elas têm dentro da cachola. Com os miolos que tem, Merkel faz o governo que faz. Com os miolos que tem, Dilma fez o governo que fez.”


COMPRE. SÓ QUE NÃO

De viagem marcada para São Paulo no fim de semana, tentamos comprar ingressos para uma peça de teatro via Compre Ingresso. Adivinha. Não funciona. Por várias vezes (= muito tempo perdido) fizemos todo o processo no referido site e na hora de digitar um código solicitado, que vem por e-mail, o código gerado pelo próprio site (que era na verdade um link, de tantas letras e símbolos que tinha) não era aceito pelo site que o gerava. Insistimos. Tentamos comprar com eles pelo fone. Adivinha? Desistimos.

Diante do fato, sugiro que o #compreingresso mude o nome para Não Compre Ingresso.


E A GOL?

No próximo post, semana seguinte, você vai entender a razão da minha campanha #nãovoegol, já lançada nas redes sociais.



Gol contra. Empresa oferece serviços web que não sustenta e atendimento no balcão em Navegantes é péssimo. 


JUSTIÇA FAKE

Passou no Fantástico o caso de pessoas que precisam de UTI e não conseguem internação. Causa-me espanto a solução judicial: ordem para que se arrume vaga na UTI. Se não arrumar, o gerenciador do hospital pode ir preso. Não faz sentido. É como acabar com a inflação por decreto. Não existe canetada que consiga resolver um problema estrutural. Fazer justiça é legal (literalmente). Tentar fazê-la na marra, soa-me demagogia.


BOLSONARO

Deputado Eduardo Bolsonaro (filho do homem amado por tantos, odiado por outros tantos) anda bastante por Blumenau. Dia desses para jogar futebol com uma patota. Taí uma maneira diferente de fazer campanha presidencial para o pai. Mas vai ter que ter muito fôlego, nesta toada...


FALSO NA WEB

Colega Giovani Ramos levantou uma bola bem pertinente em seu face, esta semana: o número de “jornais” na web que aparecem neste momento pré-eleitoral. Alguns se fantasiam de jornalismo mesmo, outros atacam de páginas de facebook. Mas é óbvio o interesse de cada um. São pagos por candidatos e suas postagens, por mais que disfarcem, tem direção certa. Alguns desses, aliás, foram criados bem antes do período pré-eleitoral. Outros parecem ter sido cooptados depois de um ótimo número de curtidas.
Todos têm algo em comum: ou traem o jornalismo, ou traem a comédia. E todos traem seus seguidores.


ROMARIIIINHO

Por outro lado, o Informe Blumenau, que tem pedigree no que faz, publicou uma entrevista do amigo PC na Rádio Nereu Ramos com o suplente de vereador Romarinho. Sem qualquer ilação ou opinião sobre o tema (esta guardo para mim), publico o link para quem quiser ouvir. Em tempos em que se discute sobre parlamentares no Congresso Nacional e políticos como um todo, torna-se assaz interessante: http://informeblumenau.com/a-entrevista-do-futuro-vereador-romarinho/


PARABÉNS, HAITI

Fico de cara com o ótimo comportamento dos haitianos que encontro trabalhando em Blumenau. Simpáticos, solícitos, parecem sempre interessados em ajudar no que for preciso, apesar de alguma dificuldade de comunicação que ainda resta. Fico imaginando o que poderia produzir este povo se tivesse um país como o nosso nas mãos...



quinta-feira, 12 de maio de 2016

POR QUE O PT CAIU. E POR QUE DEVERIA CAIR.


Impossível que o texto de hoje não seja sobre os últimos acontecimentos em Brasília. Aconteceu o previsto. O Senado Federal deu o sinal verde para o afastamento da presidente (com “e”, como manda a boa e correta língua portuguesa) Dilma Roussef. O que pode ter surpreendido foi a soma de 55 votos a favor de seu impedimento, quando seriam necessários 41. Supresa até porque esta quantidade de votos é um a mais do que a oposição necessita para afastá-la definitivamente, daqui a alguns meses. Dilma saiu do Palácio do Planalto pela porta lateral – e aposto que não volta mais, a não ser como visitante.

Exceto a saída de uma turma arrogante, que despreza os adversários, que enxerga os que não pensam igual como inimigos e que vê o poder como extensão de sua ideologia, não há o que comemorar nesta situação. O país passa por uma grave crise política, econômica, administrativa... uma crise ética. Não há princípios de seriedade que norteiem a vida pública nacional. Virou uma esculhambação onde os fins justificam os meios e a roubalheira tornou-se a coisa mais banal e desculpável do mundo.

Juridicamente o afastamento de Dilma e, por consequência, do PT, se dá pelas tais “pedaladas fiscais”, ou seja, pelas operações de crédito que o governo federal fez com a Caixa e que seriam vedadas pela lei. O artigo 85 da Constituição Federal lista os crimes de responsabilidade fiscal. Tanto faz. Dilma e o PT mereciam ser ejetados do Palácio pelo conjunto da obra:

1.   roubalheira intensa e desmensurada acabando com patrimônio nacional como a Petrobrás.
2.   institucionalização da corrupção com negociatas bilionárias com empresas nacionais.
3.   estelionato eleitoral gigante ao mentir para toda a nação na última campanha.
4.   por ter criado a maior crise econômica dos últimos tempos devido à incompetência e aos interesses partidários e ideológicos de projeto de poder, ao invés de pensar no país.

Outro ponto que poderia servir de razão para a queda do PT do poder, é a imensa decepção que causou na esperança das pessoas. Muita gente simples deste país acreditou no “Lula-lá, Brilha uma estrela”. Hoje vê sindicatos pagos com o suado dinheiro de quem efetivamente trabalha, movimentos de sem terra nas ruas ao invés de estarem trabalhando na terra de uma reforma agrária prometida, muita gente que tinha emprego e que perdeu a vaga que dá dignidade à vida ou ainda quem estava vivendo o sonho de cursar uma faculdade, um Pronatec ou outras possibilidades de crescimento pessoal e profissional, ver tudo tornar-se um pesadelo. Na outra ponta, o carismático líder Lula-lá enriqueceu a olhos vistos, o filho dele tornou-se empresário milionário da noite para o dia, muitas lideranças petistas acabaram na cadeia.

A casa não caiu. Eles próprios a derrubaram.

O time que assume é mais íntegro do que o que acaba de sair?  Não acredito. Muitas raposas velhas da política de sempre assumem o governo a partir de agora. A grande diferença é que não são tão arrogantes, não querem dividir o país entre nós e eles. Não tratam adversários como inimigos. E, quem sabe como aconteceu com Itamar Franco na derrubada de Collor, tenham a responsabilidade de fazer um grande pacto nacional para colocar a economia do país nos trilhos novamente. Só isso já terá valido a pena a queda de Dilma.

Ela tem 180 dias de sonho de voltar ao Palácio, mas é só a economia dar um sinalzinho de vida, um fraco pulsar de coração, e a derrocada do PT no poder estará cristalizada. Não estamos salvos. Não vejo caráter ilibado no governo que se instala. Mas, neste momento, precisa-se salvar o país, retomar a economia, retomar os empregos, a esperança. Trocar seis por meia dúzia pode dar o fôlego de credibilidade necessária para tirarmos o país do buraco negro profundo em que nos meteram.


NUMEROLOGIA?

No dia 12 de maio, o Senado Federal disse para Dilma deixar o Palácio do Planalto. A sessão varou a madrugada. O resultado foi anunciado exatamente às 6h33min. 6 + 3 + 3 = 12. O que tem isso a ver?  A coincidência para todo mundo lembrar que o PDT (partido n. 12) apoiou e esteve com Dilma do início ao fim, independente das investigações e fortíssimos indícios de corrupção braba. Poderia ser dia 13, número do PT. Mas não foi. Foi 12. Talvez para os eleitores lembrarem disso no futuro.

Para um cético, como eu, só por brincadeira. Mas que é coincidência, é.


CAMAROTE

Tivemos até vereador de Blumenau curtindo a sessão no Senado Federal, in loco. É o tipo de momento que político gosta de ver – espero que não com as contas pagas pelo nosso dinheiro. E por ironia do destino, do partido 12.


COLLORIDO

Collor fez parte da base de apoio do governo Dilma, tirou foto e tudo o mais. Ontem, na hora da decisão, votou pela admissibilidade do processo de impeachment. Está aí um voto que não se esperava.


A LOUCA

A melhor do dia foi Dilma dizer que pretende continuar “na ativa”, participando do mundo político e mantendo contato com lideranças econômicas do país. Imagino a vontade do presidente da Fiesp em sentar com ela. Viajo na possibilidade de um governador recebendo Dilma para fotografias na imprensa. Ou melhor, dela ser recebida por um chefe de estado sério (vamos descontar aí Cuba, Venezuela e outras comunidades retrógradas).

Parece que a ficha dela ainda não caiu.


A MARCA


Vem aí uma nova marca, a logo do governo Temer. Sem slogans populistas, sem mentiras deslavadas como “Pátria Educadora”. Para quem curte publicidade, uma logo clean e sem aquele turbilhão de cores.


DE OLHO

É, mas se você pensa que tudo ficou lindo porque um novo governo assumiu, esquece. É preciso ficar mais de olho do que nunca. Quanto mais atentos ficamos, mais espertos eles ficam. Há muita coisa a ser passada a limpo, muita gente que precisa ser afastada da vida pública e está lá, de bem com a vida.


A queda do PT foi só o começo da faxina. Ela precisa continuar.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

ÉTICA EM DEBATE


O momento que o país atravessa não é o primeiro do gênero – e não será o último. Temos problemas de corrupção desde sempre, agigantados nesses últimos anos. Eles são oriundos de profundos problemas éticos que estão arraigados em boa parte dos políticos, mas também na imensa maioria da população. Aquela velha e conhecida “Lei de Gérson” (pobre ex-jogador de futebol, paga o pato por ter feito a propaganda de cigarro que continha uma frase que externa o “jeitinho brasileiro”), de levar vantagem em tudo, é uma realidade fatal em nosso país.

A ética precisa estar nos políticos e na política, nos governantes e no governo, nos jornalistas e nas notícias... mas principalmente nos cidadãos, nas pessoas para que se tenha uma nação ética. Porque são todas as pessoas que comporão este cenário: governantes, políticos, jornalistas, cidadãos eleitores-contribuintes que compõem uma nação. A pergunta que me faço é se aqueles que pregam ética de dedo em riste, julgando a tudo e condenando a todos, resistiriam a benefícios e facilidades que são bastante prováveis em nosso corrupto modelo de governança.

É comum ver um cidadão criticar algum ato equivocado (ou mesmo corrupto) de uma administração pública, mas querer ajeitar uma “prioridade” de vaga para seu filho em uma creche (quiçá todas as prefeituras tivessem uma Fila Única para acabar com o “jeitinho”). Não é incomum ver um vereador vociferando contra cargos comissionados, quando ele mesmo mantém os seus ativos e operando. É muito mais fácil furar o olho do outro, do que limpar o próprio rabo. A questão é cultural e é demagogia bancar o justiceiro, a não ser que efetivamente se pratique a ética, em seus detalhes. É por isso que falar de ética e praticar a ética são coisas diferentes.

Desde os filósofos da antiga Grécia, a ética baseia-se nos costumes e na busca da felicidade individual para o bem comum. Ética não é uma virtude divina; é uma condição adquirida na construção da personalidade do ser. A educação de berço conta muito, mas é na prática das escolhas ao longo da vida que se exercita o caráter. Ser ético é fazer aquilo que é melhor para si e para todos ao mesmo tempo, mesmo que ninguém saiba o que se está fazendo. A ética não é imutável ao longo do tempo e, teoricamente falando, é a ciência que estuda e reflete sobre a moral. Também não é a mesma coisa que moral, que é um consenso comportamental social. Geralmente ética e moral andam de mãos dadas, mas é possível ser ético sem ser moral e vice e versa.

Ética precisa ser debatida sempre. Em momentos como o Brasil vive atualmente, mais ainda. Por isso como professor da disciplina de Ética Jornalística, propus à faculdade Ibes/Sociesc, onde leciono, promovermos uma mesa redonda sobre o tema. Ideia aprovada, faremos acontecer no dia 10 de maio, reunindo três colegas jornalistas bem conhecidos na cidade: Francisco Fresard (Pancho), Carlos Tonet e Alexandre Gonçalves. Terei o prazer de mediar o bate papo que pode agregar muito não só aos acadêmicos de Jornalismo, mas também aos profissionais da área e ao público que gosta de aprofundar as discussões que mexem com a sociedade. Acredito que sairemos do evento com uma visão diferente e, na prática, mais profunda sobre o assunto.


E COMO FALTA

Todos os olhos, agora, se voltam para a falta de ética dos políticos em Brasília. Não precisamos ir tão longe. #Vereadorvergonha continua mostrando que mais importante do que legislar, é aparecer utilizando qualquer artifício em suas mãos, mesmo que mentindo em redes sociais e na tribuna. Joga na lata de lixo o trabalho de seus pares e a ideia de, um dia, termos um Brasil melhor através de uma política melhor.


PARLANDO...

Conversando com meus alunos em sala de aula, na disciplina sobre Ética, onde abordo os conceitos filosóficos, jornalísticos e semânticos da expressão “verdade”, chegamos à conclusão que muita gente que escreve comentários nas redes sociais achando que aquilo é sua opinião, mas não passa mesmo de “achismo”. Até porque para considerar opinião, precisa-se ter conhecimento efetivo das informações. Sem isso, não passa de abóbrinhas.


CASO LULA

O procurador geral da República finalmente solicita investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já vinha sendo investigado por Sérgio Moro. Só não entendi (talvez algo tenha me escapado nesta confusão toda) porque o procurador pede autorização do STF para investigá-lo. Pelo que me consta, ele não tem foro privilegiado, pois foi impedido de assumir.

Ou será que aquela assinatura mequetrefe que Dilma deu antecipadamente no documento de posse que não ocorreu juridicamente está valendo?


CASO WHATSAPP

Muito mais fácil foi resolver o caso do Whatsapp. A mesma Justiça que mandou bloquear, mandou desbloquear 24 horas depois. Muita gente se descabelou. Outros usaram aplicativos semelhantes. Deu pra ver que a gente cada vez fica mais  dependente da tecnologia. Quero ver se dá um bug sério e todas as redes caem por algum tempo. Isso vale até um texto ficcional especial.


MAIORES FALHAS

A expressão "maiores informações" não existe, está errada. Não se pode medir uma informação. Ela não pode ser maior ou menor. O correto é mais informações. A pessoa pode buscar ou obter mais informações em determinado local ou fone. Mas nunca conseguirá uma informação maior. Nem menor.


Fica a dica para todos. Agências de publicidade, jornalistas e especialmente comerciantes e empresários que insistem em se comunicar sem ter uma assessoria profissional competente. Quando se publicita algo, quando se comunica algo, seja em um site ou em um cardápio, é preciso fazer do modo correto. É a imagem da empresa que está ali.