quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A DEMAGOGIA ESTÁ ENTRE NÓS

Os acidentes de trânsito são provocados pelo ser humano denominado motorista

Demagogia é um termo de origem grega que significa “arte ou poder de conduzir o povo”. Sua prática consiste em dizer ou propor algo que não pode ser posto em prática, apenas com o intuito de obter um benefício ou compensação. A demagogia é uma realidade do nosso dia a dia. Não deveria ser, mas é. Alguns utilizam a demagogia com objetivos pré-determinados, conscientemente. O benefício que buscam pode ser tão somente o de aparecer para a mídia, criar uma comoção em torno de uma proposta inexequível.

Há um outro tipo de demagogia, quase imperceptível, inconsciente, que muitos cometem. A de não ver que muito daquilo que impingimos ao poder público, ao “governo”, é uma forma de nos eximirmos da responsabilidade. Pregamos uma coisa, fazemos outra. O exemplo mais apropriado na Semana Nacional do Trânsito, claro, é sobre o trânsito. Reclamamos sobre a violência no trânsito, mas não respeitamos a velocidade máxima das vias. Xingamos a falta de atuação dos governos na punição dos infratores, mas reclamamos da fiscalização de lombadas eletrônicas e redares. Somos demagogos e hipócritas. Mas não somos só nós.

O trânsito no Brasil mata mais do que as guerras que pipocam pelo mundo, mas tudo o que a grande maioria faz, é querer empurrar a responsabilidade para o poder público, os governos. A fiscalização é falha, a lei não funciona, os poderes de polícia e a Justiça são incompetentes. Falar é fácil, fazer a sua própria parte, nem tanto. Rodar com o veículo dentro do que prevê a lei, estritamente, é exceção. Em um momento é a pressa, em outro a distração. Sempre há uma desculpa para o ser humano motorista considerado “normal”; porém é este ser humano que faz o trânsito. Estradas raramente matam, por mais detonadas que estejam. Veículos muito dificilmente matam, por mais velhos que estejam. Faixas de segurança apagadas, falta de sinalização vertical, nem mesmo mato na frente das placas. Nada disso mata. Quem mata, somos nós, os seres humanos revestidos da carapaça de metal chamado veículo.

Bradar contra os governos enquanto não fazemos a nossa parte é pura demagogia. Apenas imitamos muitos daqueles que se dizem nossos representantes. Sempre tem alguém pregando a moral de cuecas. Dizendo o que deve ser feito ao mesmo tempo que ele próprio não faz. Demagogia é...

  
APROVADO

Vereador propõe na Câmara de Blumenau que salário dos parlamentares do município seja igual ao dos professores. Não entendi a comparação. Porque o mesmo salário dos professores?  Porque não o dos lixeiros, das cozinheiras ou dos motoristas?  Mas entendi que não vai dar em nada. A proposta é uma fantasia, com intuito único de aparecer para a mídia (alguns ainda caem na esparrela). Estamos nos aproximando da eleição...

Mas o vereador autor da "proposta" dá uma ideia. Já que cada um é livre para abrir mão dos seus vencimentos, ele pode devolver aos cofres públicos cada centavo que recebe acima do salário de um professor. Aí, sim, mostrará que sua proposição é séria. Boa ideia, não?


PINTA O NARIZ

Aliás, como tem gente querendo aparecer no meio. As redes sociais são a prova maior da falta de ética, de retidão, da sobra de demagogia. O interessante é que o séquito que acredita é sempre o mesmo pequeno séquito. Praticamente uma claque paga para bater palmas ao olhar o picadeiro.


EXTINGUINDO EXTINTOR

Nem se trata da utilidade ou não do equipamento, mas da falta de norte. Primeiro era obrigatório, depois mais obrigatório ainda (ABC) e, logo em seguida, totalmente dispensável. Perdidinhos, perdidinhos. Sim, mas alguém ganhou muito dinheiro com isso. Igualzinho ao kit de primeiros socorros que queria fazer acreditar que em um acidente utilizaríamos tesourinha, gaze e esparadrapo. Fala sério...


FALTA CORAGEM

Quero ver o Congresso Nacional ter coragem para aprovar uma nova CPMF. O brasileiro está tão de saco cheio com impostos – até porque está claro qual a conta que estamos pagando – que tende a não esquecer dos deputados e senadores que vierem, porventura, a aprovar este novo imposto travestido de contribuição. É por isso que, agora, apesar da ampla maioria da base de apoio no Congresso, Dilma está redistribuindo ministérios. Falta coragem para avalizar a CPMF.


CADA VEZ MAIS

Poucas frases são tão reais e verdadeiras quanto a que diz “não faça da sua falta de planejamento a minha urgência”. É o que mais acontece. É o que realmente incomoda. Pessoas que não se organizam, não podem cobrar “milagres”. Até porque eles não existem.  


PESSOAS SÃO PESSOAS

Pessoas são simplesmente pessoas, cheias de dúvidas, defeitos e dilemas. A grande maioria flutua entre o bem e o mal natural. Algumas são especiais, cujo bem transborda. Outras apenas querem se dar bem, levar vantagem, fazer o que é preciso para chegar ao objetivo. Não se importam com os métodos, geralmente ardilosos e reprováveis. Fazer o quê?  Fosse o mundo só feito de pessoas do bem, seria muito melhor. Dessas outras, manter distância é um bom remédio. Um antídoto ao mal. Que, aliás, nunca triunfa.

Já diz um ditado que é possível enganar a muitos por algum tempo, a alguns por muito tempo, mas não se consegue enganar a todos o tempo todo.


LUGARES PARA IR

Rosa Mexicano: o restaurante não é apenas um lugar para comer. Decoração e bom atendimento se sobressaem. E se você for no dia em que os mariaches estão tocando, torna-se um evento. Reserva de mesas até 20h. Caso contrário, a fila é quase garantida. Preço decente.

Boteco São Jorge: bela decoração, boas cervejas, gastronomia simples, mas bem legal. Lugar bem interessante. Preço decente.

Bier Vila / Empório Vila Germânica: o clima da Vila, com grande rotatividade de pessoas, ajuda. Cervejas especiais e artesanais fazem a festa de quem curte degustá-las. Bom atendimento. 


PARA NÃO IR

O Rio de Janeiro continua com arrastões que assustam moradores e apavoram turistas. A bandidagem “di menor”, protegida pela lei, abusa da violência e do não-direito de usurpar o que é dos outros. Bela imagem para o país das Olimpíadas 2016. E ainda há quem seja contra a redução da maioridade penal.


LIVRO SOBRE UM LUGAR

Área central de uma cidade sem igual, encravada entre as montanhas. Foto: Marcelo Martins



Blumenau. Esta cidade incomum, ímpar, charmosa como ela só, vai ganhar um livro. Sua cultura, suas tradições, sua história... suas belezas naturais, sua arquitetura, seus cartões postais... tudo em belas fotografias. A história contada através de imagens. Tal qual o Vale Europeu recém ganhou um livro especial este ano, agora é a vez de Blumenau, aos seus 165 anos, ter o mesmo privilégio. Mas esta história, conto em um próximo post, especial sobre o tema.


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

NÓS VAMOS PAGAR ESTA CONTA?

Sério? 

O Governo Federal (nem chamarei de Governo Dilma, por razões óbvias... não sabe?  Pergunte-me quais) quer porque quer empurrar mais impostos goela abaixo do cidadão brasileiro. Não está inventando a roda. Desde sempre, quando Brasília não dá conta de pagar o tamanho do gigantismo da máquina pública, da corrupção exagerada, do descontrole de suas contas, sobra para quem trabalha. Ou seja, para o pobre e mortal contribuinte.

O atual (des)Governo está tentando, de todas as maneiras possíveis, empurrar mais uma vez a conta para o povo brasileiro. Falaram na volta da CPMF e até em aumentar o Imposto de Renda (vejam só!). A mídia já anuncia corte de investimentos em obras, como o Minha Casa Minha Vida, por exemplo. Em nenhum momento, até agora, se viu ação real de corte de gastos públicos. Chegou a ser anunciado o enxugamento de vários dos 39 ministérios, mas até agora... 

Não é mais possível, no entanto, empurrar esta conta para quem trabalha. Pagamos muito imposto. Pagamos para trabalhar, literalmente. E pior: pagamos para não ter retorno em serviços decentes. Às vezes em serviço nenhum. É por isso que as escolas particulares estão cheias e os planos de saúde riem à toa. Se a situação já é injusta, desumana, indigna, fica muito pior ao sabermos que a atual crise econômica nacional foi provocada pelo próprio (des)Governo ao protelar ajustes necessários e fundamentais na economia nos últimos anos, esperando passar o pleito eleitoral que reelegeu Dilma.

Para piorar a situação, a corrupção desenfreada levantada pela Operação Lava Jato no caso Petrobrás, deixa o (des)Governo sem moral nenhuma para propor qualquer ajuste agora que repasse a conta para nós, brasileiros. Diante deste quadro, não é nada anormal que a rejeição pela presidente Dilma esteja tão grande, que sua “aprovação” não passe de 7% e que a governabilidade esteja ameaçada. Nem o cidadão (contribuinte, eleitor, mero mortal), nem mesmo a base de apoio da presidente no Congresso Nacional tem mais paciência para aguentar tanta desordem institucional. E eu, que não acreditava na real possibilidade de um impechment, já coloco as barbas de molho.


SEM FREIO

Dólar e Euro em alta constante estão matando a possibilidade de viagens de muita gente. A mídia recorrentemente fala sobre. Mas pior do que isso, são os efeitos que esta alta causa na economia interna, doméstica, no preço dos produtos, no supermercado. A continuar assim, não haverá como segurar inflação. A não ser “maquinado” números. Já, já, mudam a fórmula de cálculo. Espera pra ver.


SEM CRISE

Ou muito me engano ou há dois tipos de negócio que não sentem os tempos de crise: alimentação e pet. Supermercados, restaurantes e lanchonetes continuam bombando e o ramo dos bichanos nem sabe o que é isso.


BOM NEGÓCIO

Nunca recebi tantos e-mails “convidando” para cursos na área de comunicação. Gestão em, estratégias em, comunicação pública, comunicação isso, comunicação aquilo. Todos com hotéis indicados, boas taxas de inscrição e possibilidade de esticar o final de semana. Turismo travestido de capacitação. Bom negócio. Para quem propõe.


FEIRANDO

Domingo, dia 12, marca a volta da Feirinha Wollstein. Os maigos jornalistas Giovani Ramos e Léo Laps, organizadores, já estão às voltas com a parada. Estão com os 20 dedos (cada um) cruzados para que São Pedro alivie, dê uma força e deixe rolar. É capaz até do Fábio Wollstein deixar a vida boa na Guarda do Embaú para curtir. ;)


TODOS NÓS


Banda Nenhum de Nós estará na região no sábado, 19 de setembro. Faz show na Biereck, em Timbó, realização E3 Eventos e DCX Produções, do amigo Dudu Cunha. Faz tempo que não vejo os caras, que trouxe para o Skol Rock e produzi no Teatro Carlos Gomes nos anos 90, ao vivo. Ótima oportunidade para curtir o som de Thedy Corrêa e cia. E levar um papo sobre cerveja artesanal com Sady, o batera, que faz a própria bier em Porto Alegre. 


ANTEPENÚLTIMA ETAPA


Aliás, no dia 19, lá no show do Nenhum, tanto o Dudu quanto eu estaremos moídos. À tarde corremos com o grupo de kart que participa de um campeonato ao longo do ano a antepenúltima etapa da competição. O pega acontece no kartódromo de Brusque às 16 horas. Dudu está em 5º com 71 pontos, eu em 3º com 82. No meio, Rodrigo Pereira com 72 e, na frente, Alexandre Pereira com 91 e Cristiano Baifus com 100.


Pé na bomba!


terça-feira, 1 de setembro de 2015

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...


O ser humano é o comandante do Planeta Terra. Os mais afoitos acreditam que é a grande criação do Universo, porém o cosmo é tão imenso e desconhecido que uma afirmação deste tipo pode parecer mais do que pretenciosa, pode significar arrogância. É certo que o homo sapiens tem na capacidade de raciocinar o grande diferencial em relação aos demais seres vivos. É certo que o corpo humano mostra ser uma máquina muito próxima da perfeição. Porém o que os homens, ao viverem em sociedade, decidem por si próprios, já serviria como motivo para um aprofundado estudo e indisfarçada decepção.

Vamos fugir daqueles ditos conhecidos de que o homem é o único animal que mata seu semelhante sem estar correndo perigo ou para a própria sobrevivência. Vamos escapar de qualquer tendência religiosa ao tentar fazer uma breve e superficial análise sobre o ser de nossa espécie. Ainda assim, vamos concluir que o ser humano é o próprio complicador de sua vida e da vida de sua espécie.

Conhecendo seres humanos, demasiadamente humanos (não no melhor sentido da palavra), como diria Nietzsche, vemos que eles são, em si mesmos, um barril de contradições. Há aqueles que são insaciáveis em seu ego e acreditam que o mundo gira ao seu redor. Tentam fazer tudo do seu jeito, ainda que corrompam o fluxo das coisas. Há também aqueles que fazem de sua insegurança e complexo de inferioridade a força avassaladora que lhes move. Precisam provar algo o tempo todo – seja para alguém ou para todo mundo – nem que isso cause problemas aos outros, e consequente rejeição àquele.

Há também os que se escondem atrás do mundo, fazendo com que os outros assumam todas as responsabilidades – inclusive as suas. Há ainda os que se vestem de cordeiro, com sorrisos simpáticos conquistam a claque e espaço, mas que agem sorrateiramente para ganhar ainda mais, não importando como nem por quê. Há os líderes, competentes, que fazem acontecer. Há os pseudolíderes que não fazem. Há seres humanos bons, que conseguem administrar egos e complexos; sim, os há. Há seres dito humanos para todos os gostos.

Já é comprovado que desde que resolveu se socializar, deixando de ser nômade para criar raízes, trabalhar a agricultura e montar um clã social, o ser humano passou a ser contaminado pelo meio em que vive. Mais do que da genética, o homem é um produto do meio. Com o passar do tempo, a sociedade que cobrava posturas, passou a cobrar expectativas. Todos precisam atender as expectativas dos outros; da família, dos amigos, dos colegas, do meio social como um todo.

A moral cria necessidades, o ser humano busca supri-las. As expectativas são morais, mas em uma sociedade capitalista também são de consumo. Cria-se mais e mais produtos para que todos consumam. A tecnologia cria necessidades, o ser humano busca supri-las. A busca incessante de atender tantas expectativas, cria o ser humano descontente, frustrado, depressivo. Transforma o ser humano em uma pessoa por vezes egocentrista, por vezes insegura, por vezes inferior. Cria uma pessoa com dificuldade de entender que respeitar o outro é a chave do segredo, que o seu limite está, mesmo, onde começa a vida da outra pessoa.


A vida, portanto, não é complicada, muito menos difícil. Nós é que a tornamos mais ou menos boa, ou mais ou menos ruim. Nós enquanto seres humanos individuais e também nós enquanto sociedade. Temos plenos poderes para tornar nossas vidas melhores, mas na grande maioria das vezes a opção é por fazer aquilo que, discretamente, se é levado a fazer. Somos resultado de nossas vivências e experiências. Podemos decidir entre aprender com elas e nos tornarmos melhores ou somente deixar que elas façam com que reproduzamos mais do mesmo. Porém, para optar, é preciso se conhecer, é preciso aprofundar o pensamento. Só é livre quem opta, quem escolhe. Poder escolher é a liberdade. Por isso temos tantos presos, sufocados, dentro de si mesmos.