sexta-feira, 29 de maio de 2009

Cotidiano - Blumenau, 29.maio.2009

Escravidão urbana

Queria poder fazer disso uma notinha engraçada, mas não dá. Descobri que há pelo menos uma empresa do ramo têxtil em Blumenau com uma atitude extremamente urbana. Estressam seus funcionários à exaustão, os fazem trabalhar de 16 a 18 horas por dia e o tratamento dedicado a eles é o pior possível. Chegam a trabalhar das 5h às 23h ganhando apenas um café às 18h. Um absurdo!

Os empregados não têm opção e se algum diz que pretende estudar em um período, a empresa desestimula dizendo que vai prejudicá-la. É possível isso em pleno século 21 e numa cidade como Blumenau? Pois existe. Sindicatos deveriam estar mais espertos. Pega mal até mesmo para o setor, que é sério. Fica na região da rua Água Branca.

Discriminação

Se for aprovada no Congresso Nacional o projeto de lei que quer dar prioridade de cotas para pessoas da raça negra em todos os setores da sociedade (universidades, empregos, etc), passaremos a ser o país mais racista do mundo. E teremos brancos de olhos azuis, os culpados pela crise econômica mundial, se dizendo negro em entrevista de emprego, por exemplo.

Já pensou a cena?: “Não, não sei por que nasci assim. Meu pai é negro, minha mãe é negra. Eu devo ter sido um aborto da natureza, uma veiz...”

Tiro errado

Se ainda criassem uma cota social, para dar uma força àqueles que tiveram menos oportunidades na vida, ainda seria de engolir. Ainda assim restaria a questão da competência e da vontade de progredir a ser discutida. Mas, assim, estão chamando os todos os negros de pobres ou incompetentes, o que não é uma verdade.

De inteligência

Deveriam, sim, criar no Congresso Nacional uma cota de QI (coeficiente de inteligência, não quem indica) para deputados. Funcionaria assim: quem não passasse no teste de QI, não poderia ser deputado. Simples assim. Aí não teríamos tantas asneiras como projetos de lei.

Hummm... me dei conta agora. Esta cota, nós mesmos podemos criar através do voto. Demora, mas um dia pega.

Incrível

Depois do imbróglio do atraso do início das obras de reconstrução de Blumenau em cinco meses por causa da burocracia, agora pessoas deixaram de receber o auxílio reação pelo mesmo motivo. E desta vez não tem nada a ver com o Governo Federal.

Êta palavrinha chata esta tal burocracia, não. Na iniciativa privada parece que chamam de incompetência. E dá demissão, ora vejam.

LHS absolvido

Governador perdeu alguns cabelos, mas não o cargo. O TSE inocentou Luiz Henrique da acusação de abuso do poder econômico por 6 a 1. Sobrou para os advogados da coligação de Amin (acusação). Os ministros do TSE disseram que apesar de haver indícios de irregularidades, não havia provas, a peça acusatória era fraca.

Novo shopping

Almeida Junior, que construiu o Neumarkt no centro de Blumenau diante de muita polêmica sobre o local, na época, agora quer fazer novo shopping no Salto do Norte. Vem ao encontro da necessidade de Blumenau, que é crescer para a região norte. Empreendimento de visão, pois o número de habitantes daquela área já dá uma mini-cidade. E com condições de crescimento populacional e urbano.

É fantástico

Estou assistindo Esporte Espetacular, domingo. O repórter aborda a vida pós-olimpíada de Usain Bolt, o velocista jamaicano, e Michael Phelps, nadador norte-americano que ganhou “só” oito medalhas de ouro em Pequim. Diz que o primeiro ganhou tudo depois disso e o segundo foi pego fumando maconha. Termina a reportagem dizendo que um está rumo à glória e o outro “está tentando voltar a ser gente”.

Nunca pensei que ouviria um absurdo desses numa grande rede de televisão. Ainda mais na Globo. Pena não ter pego o nome do repórter (se conseguir, ainda digo quem foi). Mas, convenhamos: imagino um ser admirável, fantástico, incrível, que nunca tenha errado uma vez sequer na vida.

Hare, não baba

Novela faz coisa, não? Agora a moda é falar as palavras indianas, como se aquilo fosse a grande maravilha da humanidade. Um país que discrimina os outros pela condição social mais do que o nosso, que as mulheres são subjugadas como nos tempos dos senhores feudais do Brasil e que os hábitos de higiene são os piores possíveis, tem o que para ser admirado? Porque quem imita, admira... ou não?

Dois pra já

Um no estilo pub inglês, no centro de Blumenau. Mais precisamente no porão do prédio da Livraria Catarinense. Novidade da família Mendes, ex-Eisenbahn. Outro mais alternativo, no bairro da Velha, na rua Governador Jorge Lacerda, antigo local do Barril de Ouro (e onde recentemente também havia um restaurante-choperia). De uma dupla de rockeiros que promete um clima especial, com rock, blues e outras paradas de bom gosto.

Blumenau entra no clima de inverno com tudo. Aguardemos as inaugurações, pois.

Bem meio... ambiente

Semana do Meio Ambiente está aí. Os ambientalistas de Blumenau farão algum manifesto público extra-internet para colocar sua posição contra o novo Código Ambiental catarinense, ou ficou tudo por isso mesmo?


terça-feira, 26 de maio de 2009

A punição a Marçal e ao “fenômeno”

Uma questão chamou a atenção de todos os blumenauenses que acompanham a mídia (leia-se aqui: veículos de comunicação) nas últimas semanas. A cassação – ou não – do vereador João José Marçal, do PP, por ter interferido em uma ação dos agentes do Seterb que pretendiam retirar das ruas uma van que fazia transporte escolar sem a devida autorização. A gravação em áudio, feita muito provavelmente através de um aparelho celular, foi veiculada nas emissoras de rádio e muitos pediram a cabeça do parlamentar municipal.

A acusação se formalizou: falta de decoro parlamentar seria a falta grave cometida por Marçal. Na Câmara de Vereadores, o processo foi à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), trâmite regimentalmente necessário para chegar à votação em plenário. E ali mesmo foi abortado. O vereador- relator considerou que não havia fórmula para, baseado no Regimento Interno da Câmara Municipal, pedir a cassação do colega parlamentar. Optou por uma punição branda: o pedido de desculpas feito por José Marçal em sessão ordinária e uma advertência por escrito. Em votação na CCJ, o relatório foi aprovado. E o mundo caiu em cima do Legislativo Municipal.

Pela tevê, assisti a um lance no mínimo inusitado no noticiário. Querem punir o atacante Ronaldo Nazário, do Corinthians, por teu dado um puxãozinho de cabelo no meio campista Fahel, do Botafogo que, ao mesmo tempo, puxava-o pela camiseta, num jogo recente do Campeonato Brasileiro. Particularmente (e isso pode ser notado em algumas notas desse blog) não sou do time que fica babando em cima de Ronaldo. Sou da opinião que a mídia sempre exagera a seu favor. Mas não se pode negar: a punição de um a três jogos de suspensão por um agarra-puxa-empurra na área, bem próprio do futebol brasileiro, quando o jogador sequer levou cartão amarelo, é no mínimo uma besteira. Fosse assim, zagueiros que levantam seus oponentes com carrinhos criminosos, deveriam ser banidos do futebol.

Mas... o que Ronaldo, chamado fenômeno, tem a ver com o vereador Marçal? Quase nada. Marçal é bem mais magro, Ronaldo bem mais rico e famoso. Porém, a semelhança aqui parece estar no fato de quererem punição forte demais para delitos que podem ser considerados pequenos. Senão vejamos: um ladrão que rouba um saco de arroz de uma mercearia deve ser punido severamente? Nem a Justiça o faria.

É certo que tanto Ronaldo quanto Marçal erraram. Jogador de futebol tem que jogar bola e deixar os cabelos pra lá; vereador tem que legislar e fiscalizar e deixar as vans irregulares de lado. José Marçal abusou de sua autoridade enquanto homem público eleito pelo povo, mas não cometeu ato grave. Errou, sim. Mas não deveria ter a punição máxima (cassação) por bater boca com agentes de trânsito, ainda que defendendo uma irregularidade administrativa. Penso que sua legitimidade popular vale mais do que isso. A cassação deve ser punição aos que roubam ou usam de forma erradamente absurda o dinheiro público (nosso), ou qualquer outra falta nesse nível. Sou e fui contra sua cassação, assim como fui contra a cassação por falta de decoro parlamentar do vereador Vanderlei de Oliveira (PT) há alguns anos.

Alguns que também eram contra a cassação do vereador, consideraram a punição branda demais. Vejo de outra forma. Ela poderia ser mais criativa e solidária. Acredito que a Câmara poderia ter instituído aí, a pena alternativa (ato que o Judiciário aplica com muita propriedade). Assim, ao invés de um criticado simples pedido de desculpas públicas, o parlamentar poderia ter colaborado com alguma instituição doando cestas básicas. Penso que até ele ficaria feliz com o desfecho de poder ajudar a comunidade diretamente e o Legislativo de Blumenau ganharia elogios ao invés de críticas à punição – afinal, todo mundo aplaude uma ação solidária.

Ah! Também sou contra a punição a Ronaldo pelo puxão no cabelo do jogador adversário. Ainda que a punição que se prevê contra ele seja branda perto da que se pretendia dar ao vereador de Blumenau – e ninguém reclame por isso. Porém, é muito mais fácil ficar ao lado de Ronaldo, o fenômeno idolatrado pela Rede Globo e mais um monte de puxas-saco da imprensa, do que de um vereador, que é político (ainda mais do Legislativo), natural saco de pancadas da mídia e de todos os que fazem julgamentos rasos.


terça-feira, 19 de maio de 2009

Cotidiano - Blumenau, 19.maio.2009

Tudo CErto?

Deu no Santa, dia desses, que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) fez uma auditoria nas contas do Funcultural – a lei de incentivo à cultura catarinense – e estranhou que há muito apoio para poucos projetos. E, claro, muuuuitos projetos sem apoio. O tribunal acha que tem coisa aí, que são sempre os mesmos que são beneficiados. Que gente implicante, não?, deve estar pensando o secretário Gilmar Knaesel, que comanda a distribuição dos recursos.

Pelo Brasil

Aliás, o atual ministro da Cultura, pós era Gilberto Gil, está viajando o país para “debater” as mudanças na Lei Rouanet – a lei federal de incentivo à cultura, já que o Governo Federal quer mudá-la e há resistências. Depois é só dizer que conversou com as bases e tacar a reforma feita no gabinete antes das viagens Brasil afora. Se fosse o Gil, pelo menos a galera curtia um showzinho maneiro depois das inócuas discussões e ficava numa boa...

Amadureceu

Blumenau é uma cidade de gente madura. Verdes, aqui, não têm. Pelo menos é o que se pode deduzir depois da passagem do governador Luiz Henrique por aqui – a primeira após ter aprovado o novo Código Ambiental. Passeou pela Texfair, recebeu a sociedade para falar de segurança pública na SDR e não teve um ecologista a lhe pegar no pé. Gente civilizada é outra coisa.

Supermercados


Toda vez que vejo uma fila de caixa rápido, me arrepio. Um batalhão de caixas para um batalhão de gente com poucas compras. Mas a passagem pelo caixa não é rápida por uma simples razão. A forma de pagamento não ajuda. O cara paga com cheque ou cartão e aí começa a engronha. Passa ali, não funciona. Passa de novo. Talvez dê. Se é cheque, tem que assinar, passar, mostrar ao cliente. Rápido mesmo, não é. São os caixas Rubinho Barrichelo.

Está na hora de abrirem pelo menos um caixa rápido para os clientes que só pagam com dinheiro. Até podem chamá-lo de caixa Button, em homenagem ao Jason.

E o leite?

Supermercados e padarias parecem ter abandonado o leite B, integral, de pacote. Sem gosto de água do leite comum (tipo C) ou daquele gosto estranho do leite em caixa tetrapark, o leite tipo B é uma raridade. No Angeloni só se encontra à tarde. Fim de semana, nem pensar. O Giassi também vende. E só. Vai ver os demais não encontraram produtores-fornecedores que tenham vacas tipo B.

Decadência

Você já notou que o Rio de Janeiro é o único lugar do país onde os times de futebol disputam três títulos em apenas uma competição estadual muito da meia boca que dura três meses? Eles consideram título a Taça Guanabara (que é o primeiro turno), a Taça Rio (que é o segundo turno) e o título final do estadual. Mas há coerência nesta barbaridade: assim eles garantem títulos aos clubes cariocas, que não ganham qualquer outro título o resto do ano.

E, de quebra, garantem o título de times com mais títulos paraguaios do país.

Dilma

Vi a Dilma na tevê, naqueles comerciais de trinta segundos que os partidos têm direito, de vez em quando. Nada contra a futura candidata, mas o PT terá dificuldades em emplacá-la. Apesar da reforma na lataria, Dilma não empolga, não tem carisma. O que Lula, aliás, tem de sobra. Das duas uma: ou vão contratar o melhor marketeiro do mundo ou a oposição lança uns pangarés muito ruins. Caso contrário, já era.

Da imprensa

Confraternização da Assimvi - a associação dos profissionais de imprensa do Vale do Itajaí - acontece neste sábado, dia 23 de maio, com direito a belo almoço, futebol, yoga, bocha, sinuca e outros quetais. Tudo para reunir a galera que faz da notícia a sua vida. A grande maioria aparece e aproveita para se confraternizar com os colegas. Desta vez será no Clube Blumenauense de Caça e Tiro. Interessados podem adquirir convite a R$ 15,00 com o presidente Eumar Silva (9981-6234).

Denorex

A banda Denorex 80 está de volta a Blumenau. Esta vale a pena indicar. Showzaço, musico-teatral, irreverente, muito legal. Será dia 28, quinta, na Expresso Choperia. De quebra, o mano Nico Wolff, DJ do Clube Anos 80, também tocará as melhores da década. Pra não perder! A festa conta com o apoio do Clube e ingressos serão disponibilizados na Be Bop Discos e Rancho do Pastel (centro).


sexta-feira, 15 de maio de 2009

O que você diz e o que você sente

Você já parou pra pensar que nem sempre aquilo que você diz é aquilo que você sente? Não. É claro que não estou falando das tratativas do cotidiano social, onde é sempre mais conveniente dizer o que os outros querem ouvir – e, para ser sincero, o que você realmente sente não importa a ninguém. Afinal, no dia a dia normal em sociedade você é mais um personagem a fazer o seu papel. E, infelizmente, nem tem como ser diferente, por mais diferente que você já seja. É uma questão de sobrevivência. Pena que muita gente sequer se dê conta disso, porque incorporou de tal forma o personagem que não consegue separar o que é e o que representa. Afinal, tudo está dentro da “normalidade”.

O que quero dizer aqui é que, naqueles momentos em que você é mais você, naqueles momentos mais íntimos, você ainda pode estar se enganando. Melhor: você muito provavelmente estará se enganando. Arrisco mais: você estará! Sem querer, sem saber, totalmente inconsciente. Isso porque todas as vezes que você se expressa por palavras para dizer de um sentimento emocional você comete um “crime”: o de racionalizar uma emoção. Por mais que você sinta o que disse, para dizer você tornou racional o ato de sentir. E racionalidade não tem nada a ver com emoção, com passionalidade. São duas coisas totalmente antagônicas que vivem dentro de nós. Uma no cérebro, outra no coração. Como dois lados de uma mesma moeda, que fazem parte de um mesmo objeto mas não podem jamais estar juntas de um mesmo lado.

É bem provável que você nunca tenha parado para pensar nisso. Porque temos a natural sensação e inclinação para acreditarmos naquilo que dizemos e sentimos. Porém, todas as vezes que falamos a alguém o que realmente sentimos, acionamos o processo racional de tentar transformar um sentimento em palavras. Isso não faz, necessariamente, do seu sentimento uma mentira. Mas sem dúvida o processo de racionalização desta emoção transforma-a em um dito (dizer) que pode aumentar ou diminuir aquilo que verdadeiramente se sente. Ou simplesmente mascarar um sentimento. Não se culpe. Isso acontece inconscientemente. O processo de racionalização para podermos nos expressar em palavras é absolutamente normal. O único problema é que ele jamais substitui o verdadeiro sentimento.

Vou tentar exemplificar: dizer ‘eu te amo’, por exemplo, não é tão difícil assim para pessoas enamoradas. Sai da boca a toda hora. Mas a impressão que fica é que quanto mais se diz, menos se sente. Como se a frase, depois de um certo tempo em que o fogo da paixão começa a arrefecer, fosse usada como um fole a soprar as brasas. Uma tentativa de convencer ao outro ou de se convencer? Outro exemplo: filhos e pais pouco dizem – infelizmente – uns aos outros ‘eu te amo’. No entanto suas atitudes (a dedicação dos pais pelos filhos é um exemplo disso) demonstram isso com sentimento, sem racionalização. E ela nem é necessária, embora às vezes seja bom reafirmar este sentimento.

A dúvida que pretendo deixar estampada aqui para você (até porque a dádiva da dúvida é a dívida do óbvio) é para mim, hoje, uma certeza: a de que por mais sinceros que sejamos em nossos sentimentos conscientes, inconscientemente podemos estar nos enganando.

Piorou? Então vou tentar pela última vez: sou da opinião que nossos atos puros de afeto, muitas vezes pequenas atitudes, cotidianas até, demonstram nossos sentimentos da forma mais real, mais verdadeira. É o caso prático de uma amizade. Você não fica dizendo a um(a) amigo(a) que a ama, que a quer bem demais. Mas suas atitudes em relação a ele(a), principalmente em momentos em que precisa de você, deixam isso claro. Isso serve para tudo. Na vida a dois, com os pais... Os sentimentos falam por si, porque são puros, emocionais, não racionalizados. Por mais que você fale a verdade ao expressar um sentimento, este é um sentimento racionalizado. Passou por um processo de “pasteurização emocional” que faz com que ele perca seus “nutrientes”.

O sentimento é o mais bonito dos sentidos não palpáveis e é, por isso, o mais difícil de ser expressado, inclusive nos momentos mais íntimos. É passional, não merece nem carece de racionalização. Logo, o verdadeiro sentimento está no agir, não no falar.
Lembre-se disso.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Cotidiano - Blumenau, 12.maio.2009

Corajosos

Foi alardeado na imprensa de Blumenau que alguns homens com uniforme da Blumeterra, empresa terceirizada que recolhe o lixo na cidade, estariam cobrando a taxa de lixo de porta em porta. Houve até sugestão para que se chame a polícia. Que nada! Se vierem à minha casa, lhes darei uma medalha. Porque depois da falta de coleta de lixo pós-tragédia, aplicar um golpe desses é coisa do Papael (aquele personagem da rádio Atlântida, lembra?).

Ele veio. Eles virão?

Como prometeu, o governador LHS veio a Blumenau para tentar encontrar os policiais que seu secretário de Segurança Pública Ronaldo Benedet mandou para cá, mas nunca chegaram, num enredo digno de Lost. Achar tais policiais, o governador não conseguiu. Mas recebemos mais uma promessa de que outros virão. Equipados com GPS.

Arakiri aqui?

A maioria dos nossos representantes no Congresso Nacional reza todas as noites agradecendo não ter nascido japonês. O que chora na tribuna por receber auxílio-moradia tendo casa própria em Brasília, o que construiu o castelo em Minas Gerais e todos aqueles que participaram da farra das passagens aéreas com o suado dinheiro dos nossos impostos. Se tivessem vindo ao mundo na terra do sol nascente, teriam honra e cometeriam o arakiri. Honra, aqui?

Cristo contemporâneo

Edir Macedo, o todo poderoso bispo da Igreja Universal, inovou: agora passa a “sacolinha” via internet. No seu blog, pede colaboração financeira para manter o site Arca Universal. Precisa pagar a conta que, segundo ele, é de R$ 107 mil por mês para manter a página eletrônica no ar e atualizada. Mudam as fórmulas e os motivos, mas a prática continua a mesma. E nem dá pra dizer que Cristo se revira no caixão.

Veja essa

Na revista Veja, edição 2110, o ministro José Múcio, das Relações Institucionais, saiu-se com esta, sobre o “espírito cristão da coisa”, relacionando o exemplo com os políticos do país: “Jesus escolheu doze e um deles era ladrão. Nem por isso deixamos de segui-lo”.

Viu? Quem mandou Cristo dar mau exemplo? Agora virou culpado pela ladroagem do Brasil dois mil anos depois.

Mais uma

Ainda bem que tem a seção Cartas na Veja, onde leitores mostram-se mais inteligentes e espirituosos do que ministros de Estado. Olha só a íntegra da carta de José Luiz Hentz, de São João da Boa Vista, interior de SP (o que é bom merece ser disseminado):

“Já que nossos ilustres deputados e senadores gostam de viajar, levando familiares e amigos, à nossa custa, acho-me no direito de sugerir alguns roteiros aos nobres congressistas: cruzeiro pela costa da Somália, com direito à abordagem de piratas de verdade; city tour pela Faixa de Gaza, de preferência quando o Exército de Israel estiver atacando; visitas aos campos de refugiados em vários países da África, com hospedagem e alimentação nos próprios campos; passeio pelo Iraque e Afeganistão, com direito a homens-bomba e uma pequena batalha com soldados do Tio Sam. Ah, um pequeno e importante detalhe: todas as passagens serão só de ida.”

Brasiiiiilll !!!

Mas o que foi aquele GP de Barcelona, hein? Barrichelo, que já está sofrendo novamente da ‘síndrome de Schumi’, quando pode ganhar a corrida, não pode. Estratégia? Só se for de deixar o líder do campeonato mais líder. E Felipe Massa... nem se fala. Se fosse Schumacher lá, tinha voado metade da equipe pra rua. Se um de nós fica sem gasolina na rua já é uma pândega, imagina a poderosa Ferrari. Vão acabar ressuscitando o alemão...


Nakajimas

Blumenau tem 200 mil veículos, dos 3 milhões de Santa Catarina. Quase 10% do total, com apenas três ruas centrais e um ou dois corredores de serviço para os principais bairros. Talvez isso explique a falta de “punch” dos nossos motoristas. O próximo piloto brasileiro de F1 poderia muito bem ser treinado aqui. Pelo menos o Nakajima não seria problema depois.

Car(r)os demais

Pesquisando preço de carros, fiquei impressionado com a diferença do valor de garagens e particulares na cidade. E do preço dos veículos em SP se comparados com qualquer um daqui. Aí alguém me disse que os de SP podem ter sido atingidos por alguma enchente. Fiquei imaginando o que não pensam todos os brasileiros sobre os carros à venda de Blumenau.

Aliás, esta teoria do medo de comprar carro lá é mesmo interessante. O blumenauense não vai e compra o veículo do garagista daqui, que foi a São Paulo buscá-lo. Dá tudo quase no mesmo. Quase. Porque o comprador pagou cerca de 30% a mais pelo mesmo carro que teve medo de buscar. Faz sentido?

sábado, 9 de maio de 2009

Reforma ou remendo político-partidário?

Desde que saiu do bi (MDB-Arena) para o pluripartidarismo, o Brasil precisa de uma ampla reforma política. Em 1979,o governo militar, pressionado politicamente e buscando enfraquecer a oposição, permitiu aprovar a Lei Orgânica dos Partidos Políticos. Difícil é dizer se isso melhorou ou não a política no país. Hoje temos cerca de 30 partidos políticos, muitos deles servindo de legenda de aluguel para seus fundadores ou escondendo interesses ainda mais escusos de políticos tarimbados de partidos maiores.

É certo que estamos aprendendo com o caminho da democracia e tanto o aprendizado quanto a democracia levam a erros que devem ser “consertados” durante a caminhada. Assim é na vida, não é diferente na política. Recentemente tivemos a proibição da troca de agremiação partidária por parte de político eleito. Regra perfeita, que evita o uso de legendas como trampolim ou negociatas espúrias que terminavam em troca de partido por parte de políticos sem escrúpulos sem qualquer critério ou fundamentação ideológica.

Para uma democracia forte, há a necessidade de partidos políticos fortes. Isso o Brasil não tem. As agremiações partidárias são reféns dos homens que nele estão e dele se utilizam para se tornarem políticos. A maior prova de que os partidos políticos são frágeis no Brasil, é que a grande maioria da população vota na pessoa do candidato, independente do partido em que se encontra. Isso é característico de um quadro político onde o eleitor não reconhece uma tendência ideológica nos partidos. Não é para menos. Os políticos e as agremiações – salvo raríssimas exceções – nunca fizeram muita questão de deixar claro suas posições e ideologias. E ainda essas exceções aceitam a permanência em seus quadros de políticos eleitos que tomam posturas contrárias à ideologia partidária. O poder faz engolir tudo. E um político eleito representa mais poder para o partido.

Mas o que deveria estar preocupando a população agora, é o regime de urgência em que está sendo votado no Congresso Nacional mais um importante capítulo da reforma partidária (ela acontece a conta-gotas). Desta vez, porém, a notícia preocupa. Querem implementar o financiamento público das campanhas e a votação por lista. O financiamento público de campanhas, que de certa forma já acontece, visto que atualmente os partidos repartem algo em torno R$ 121 milhões de recursos do fundo partidário, mais R$ 22 milhões em multas eleitorais, tenta impedir o financiamento através de doações particulares – o que inclui empresas e os escândalos de sempre, com vultuosas colaborações de bancos, grandes empreiteiras, etc. Todos, de alguma forma, acabam se beneficiando do favor que fazem aos partidos e aos políticos, pois “prendem o seu rabo”. Resta saber como se daria, de que quantia se fala e como se fiscalizaria este financiamento público das campanhas. Pode ser nosso dinheiro indo pro ralo oficialmente. É uma faca de dois gumes.

O pior fica para o outro item, o voto em lista. Funciona assim: o partido político inscreve uma lista pré-ordenada de nomes de candidatos e o eleitor, ao votar, não escolhe seu candidato, mas o primeiro da lista. Se a votação for boa, o segundo também se elege. E assim por diante. Parece até que resolveria o problema de votar no partido e não na pessoa. Ledo engano. As agremiações partidárias não têm claro suas ideologias e práticas, aceitam em seus quadros pessoas de atitudes diferentes do que pregam e o eleitor não tem interesse político suficiente para conhecer a vida pregressa dos candidatos – o que é uma pena.

O problema, aí, é que esta hierarquização privilegia os “amigos do rei”, ou seja, aqueles que estão mais próximos da cúpula do partido. Se por um lado poderia dar prioridade àqueles que têm uma ideologia mais próxima ao que o partido prega, é bem mais fácil que acabe beneficiando os cordeirinhos que se aliam à cúpula mandante da sigla e não os mais sérios e empenhados em fazer um bom trabalho. Os críticos ferrenhos da votação em lista vão mais fundo. Dizem que estamos voltando à monarquia, onde os reis são os senhores dos partidos, os candidatos que serão privilegiados são os amigos do rei e o eleitor é o bobo da corte. Outros acreditam ser um retrocesso na democracia, pois não estaremos mais escolhendo nossos representantes. Estaremos fazendo uma eleição “indireta”, como no tempo da ditadura, onde o colégio eleitoral escolhia o presidente da República.

Pelo sim, pelo não, é muito estranho e suspeito que coloquem uma votação dessas como regime de urgência para votação no Congresso. Porque não fazer um grande plebiscito, com campanha de esclarecimento à população, tal qual feito naquele plebiscito do desarmamento? Só a discussão, o debate do assunto na sociedade já seria um grande serviço em prol da democracia. Porém, está claro que a reforma político-partidária que todos concordam que precisamos, está muito de longe de acontecer. O que estamos assistindo é um remendo muito do mal feito. E embora o tema esteja na pauta do Congresso Nacional há alguns anos, agora querem fazer tudo rápido, na surdina, sem a nossa participação, deixando um cheiro ruim no ar. O que em Brasília, não parece novidade.


terça-feira, 5 de maio de 2009

Cotidiano - Blumenau, 05.maio.2009

Êta, gripe!

O nome é suína, mas não dá em porco. Em Sampa, palmeirense nem tava preocupado. Agora o noticiário diz que um canadense passou a gripe para um porco (animal). Deve ter sido pura vingança.

Suína, não!

Então como a gripe não dava em porcos, a Organização Mundial de Saúde resolveu mudar, por “decreto” o nome da maldita. De suína, virou A1N1. O quê? Quem vai dizer isso? “Estou com A1N1”... demora. Agora colocaram a Influenza no meio. Este nome (Influenza) está parecendo doença de criança. Não sabe o que é, é virose.

Como agora o canadense passou a gripe a um porco, será que o nome volta a ser suína?

Não tente

Saber como este vírus apareceu. Eles são mutantes, igual aos X Men. Talvez tenha rolado um caso entre um suíno e um humano e aí nem o Dr. Xavier pra segurar a onda...

Lost em Blu

Blumenau que se cuide. Os mistérios de Lost agora rolam por aqui. Primeiro foi o dinheiro de Brasília que, disponível lá, não chega aqui. Acho que mudaram a cidade de lugar. Por isso os emissários das capitais federal e estadual têm dificuldade em nos encontrar. Vou falar com o diretor desta série. Assim não dá!

Até na Globo

Esta semana, o programa Mais Você da (quase blumenauense) Ana Maria Braga está apresentando a saga da primeira temporada de Lost em Blu. Toda manhã tem uma historieta de como o povo atingido por uma catástrofe não viu sua vida melhorar em nada porque ninguém encontra a cidade. Exposição da vergonha em rede nacional.

Segunda temporada

Agora temos mais um grave mistério a resolver. Os policiais que o secretário de Segurança Pública do Estado, Ronaldo Benedet, enviou como reforço ao caótico efetivo que temos em Blumenau, sumiram. Ele disse textualmente que enviou os homens pra cá, onde foram parar ele não sabe. Meu Deus! Estamos na ilha misteriosa. Pessoas sumiram no caminho. Ou será que foi ao chegarem à Lostnau? Talvez tenham sido tragados pelo buraco na entrada do Sesi, ou mesmo abduzidos enquanto esperavam na fila do trevo da Mafisa. Dia 12 o governador vem à cidade pra tentar encontrar esses homens. Tomara que não suma também.

Quer saber? Tô louco que a última temporada acabe para resolver esses mistérios e voltarmos a ser uma cidade normal.

Mandrakes

Mas este Brasilsão está cheio de mandrakes, não é mesmo? Os deputados que depois de 49 anos de esbórnia aérea tiveram um chá de simancol e acabaram com a farra das passagens aéreas (será mesmo?), ficaram indignados com a imprensa que os denunciou. Chegaram a cogitar falar em rede nacional para se defender. Pena que não o fizeram. Gostaria de vê-los denunciando esta “imprensa marrom”, que calunia esses nossos valorosos “operários do povo”.

Se eu fosse eles, também entrava na Justiça por calúnia e difamação. Onde já se viu denegrir a imagem de tão boa gente?

Falou, Mano

Ronalducho (que perto do que restou de atacantes no Brasil se destaca mesmo com sua protuberância abdominal avantajada) foi o festejado pelo título do Corinthians. Ledo engano que beira à injustiça. O grande vencedor foi Mano Menezes, técnico que tirou o Corinthians da segunda divisão (Ronaldo nem estava lá) e fez ganhar o título.

No Rio, deu o menos pior. O futebol carioca que se cuide no Campeonato Brasileiro.